domingo, 26 de junho de 2011


"...Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida.
À sombra de uma cruz, e encrevam nela:
-Foi poeta - sonhou - e amou na vida."
(ÁLVARES DE AZEVEDO)


AMIGOS POETAS


O QUE DIZER DAS SAUDADES...
Jansen Leiros

“É porque existem sementeiras de ternuras,
plantadas em nós. Pedacinhos de coisas boas,
que talvez não tenham ficado muito tempo, mas
o suficiente para deixar um rastro, uma sombra,
uma marca, um perfume.”

O que dizer das saudades, apertando o coração?
É sentir falta de amor, de carinho e de uma mão!
É sentir falta de alguém, ombro a ombro, lado a lado,
É sentir uma distância, de quem é no peito, amado!

É ausência de ternura, de carícias, dos afagos,
É senti-los como sombras, que ficaram no passado.
É ter sim, a consciência de que algo se afastou,
Envolvendo em nostalgia o “feelling” que se esgotou.

Mas, quando ela acontece, nós podemos superar,
Trazendo toda lembrança que nos pode apascentar
Na forma de um passarinho com seu belo gorjear

Nas cores da LUZ divina, do prisma a inebriar
Envolvendo o violeta, transmutante a elevar,
A tocha do AMOR divino, no pálio do AVATAR

* - Por envolvimento e inspiração de Vespasiano


NOS ENCONTRAMOS, NESTA VIDA, UM DIA…
E, CERTAMENTE, ASSIM, EM OUTRA VIDAS.
(décima em decassílabos)
Wellington Leiros

Eu caminhava, então, despreocupado,
Sem nada a despertar-me os sentimentos,
Sem me quedar, sequer, por uns momentos,
Pois que suave, sempre, era o meu fado.
Mas certo dia, algo do passado,
Lembrou-me a existência de outras lidas:
Um grande amor, por trilhas revividas,
Nos trouxe paz... nos deu grande alegria,
NOS ENCONTRAMOS, NESTA VIDA, UM DIA...
E, CERTAMENTE, ASSIM, EM OUTRA VIDAS.


BALADA VINDA DE LONGE
Ciro José Tavares

“Sombras! Foi este o momento em que vos despedistes
e, sobre a orla dos vossos vestidos, não desceu o meu pranto.”
John Keats, Ode à Indolência

Recolhe, guarda no mistério do teu colo
o que restou da vida plátano frondoso
de raízes há cinco mil anos no espírito,
adormecido sob suaves sombras projetadas.
Escuta, dádiva eurasiana, os oratórios
recitados pelo coro das sarcedotisas,
e assiste as sensuais evoluções de dançarinas ao redor.
Reis submetidos à beleza dos teus galhos
acostam os corpos na doçura do teu tronco,
sonham como deitados estivessem num seio de mulher.
Ninguém sabe plátano, de tua idade secular,
do tempo da semeadura e resistência à messe,
qual a sagrada estrela que te viu brotar,
qual cometa em fogo que te conduziu ao planeta azul
através de infinitas veredas do espaço.

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