sábado, 12 de fevereiro de 2011


RELÍQUIAS DA HISTÓRIA DA MÚSICA I

Navegando pela internet deparei-me com informações preciosas, que agora reproduzo aos meus leitores, em capítulos.
O trabalho que circula tem a denominação de "A fábrica de melodias"(1) e é atribuída a sua autoria a dois pesquisadores: Moacir Barbosa de Souza (2) e Luiz Maranhão Filho.(3)
Hoje, reproduzo o começo de tudo, sob o título "Chegada da indústria fonográfica ao Brasil"
'Em 1877, Thomas Alva Edison desenhou e produziu em seu laboratório em
Menlo Park, Nova Jersey, um aparelho ao qual deu o nome de fonógrafo. A engenhoca
consistia num cone em cujo vértice era colocada uma membrana ou diafragma com uma
agulha no centro e um cilindro metálico revestido de estanho ligado a uma manivela. Ao ser acionado manualmente, o cilindro girava, gravando ou reproduzindo o som. As
primeiras unidades do fonógrafo apareceram no Rio de Janeiro, e foram importados
pelo comerciante James Mitchel. Tinha início então a era das gravações para venda,
feitas por Frederico Figner, a partir de cilindros previamente gravados. O Brasil foi o primeiro país do mundo responsável pela produção de um disco com gravações de
ambos os lados: foi o lundu Isto é Bom, de Xisto Bahia, na voz de Bahiano, lançado em
1902. Na Europa e nos Estados Unidos, isso ocorreu anos mais tarde.
A primeira audição de um disco feita no Brasil foi a canção Casinha Pequenina,
cantada por Mário Pinheiro para a Casa Edison, Rio de Janeiro, onde o artista trabalhava por um salário de 40 mil réis. As primeiras gravações eram mecânicas, nas quais os cantores davam o máximo de suas cordas vocais para que a gravação fosse audível nos cilindros e discos de cera ou goma laca. O sistema mecânico fez com que surgissem intérpretes com vozes potentes como os tenores Vicente Celestino e Francisco Alves, que se apresentavam com a Banda da Casa Edison e a Banda do Corpo de Bombeiros,esta última regida pelo Maestro Anacleto de Medeiros. O sistema durou até 1925,quando as tecnologias de gravação de discos foram se aperfeiçoando. No início de cada gravação, na fase mecânica, um apresentador anunciava o nome da música e da gravadora (geralmente a Casa Edison). Servia para orientar os técnicos alemães da Fenotipia Company na hora de colocar os selos nos discos. As matrizes de cera seguiam para a Europa em navios, cujo calor das caldeiras quase sempre derretia grande parte daquela carga."
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Referências:
1 Trabalho apresentado no VII Encontro dos Núcleos de Pesquisa em Comunicação – NP Rádio e Mídia Sonora
2 Professor adjunto da UFRN, coordenador do curso de Comunicação Social. Pesquisa a história da mídia sonora, com ênfase na indústria fonográfica e a evolução tecnológica da radiodifusão. Blog:http://www.historiadoradio.myblog.com.br E-mail: moacirbs8@oi.com.br; moacirbs@click21.com.br
3 Professor adjunto da UFPE e Faculdade Maurício de Nassau. Pesquisa a história do rádio pernambucano. Foi diretor da TV Universitária e Rádio Universitária.

Um comentário:

  1. Dr. Carlos, caro amigo,
    grato por repassar textos tão informativos e significativos da música produzida no Nordeste.
    Algumas, destas informações, são absolutamente novidades para mim que gosto do assunto e, como sabe, transito na música.
    Parabéns, pela iniciativa de repassar conhecimento que, aliás, é o seu ofício maior, como escritor e professor emérito que é.
    Um forte abraço.
    DIDI AVELNO

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