A VIDA SEMPRE ME SORRI. HOJE TRAGO NOVAMENTE A POESIA DA POETA BRASILEIRA - CORA CORALINA.
"A CASA VELHA DA PONTE - ÉS PARA O MEU CÂNTICO
ANCESTRAL, NA BENÇÃO MADRINHA DO PASSADO".
CORA CORALINA
ANA LINS DOS GUIMARÃES PEIXOTO BRETAS
(CORA CORALINA).
GOIÁS -20- 09-1889 - GOIÂNIA+ 10 -04 - 1985
POEMA DE CORA CORALINA PARA LÚCIA HELENA
RESTAURADO PELA POETISA GOIANA - MASÉ SOARES.
QUANDO DA VISITA QUE LHE FIZ, EM SETEMBRO DE 1973,
MOSTROU-ME RADIANTE, O SINGELO QUINTAL, DA CASA
JUNTO DA PONTE, COM MUITOS PÉS DE FRUTAS E FLORES.
"NO VELHO QUINTAL TENHO MINHJAS FRUTEIRAS.
COLHO-AS E FA~ÇO MEUS DOCES, BASTANTE APRECIADOS.
ESTE É O MEU PÉ DE LAJANJA DA TERRA" (set./1973)
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ANA LINS DOS GUIMARÃES PEIXOTO BRETAS
(CORA CORALINA).
GOIÁS -20- 09-1889 - GOIÂNIA+ 10 -04 - 1985
AGRADEÇO À POETISA GOIANA - MASÉ SOARES -
A MONTAGEM DESSAS FOTOS E A RESTAURAÇÃO
DO POEMA DE CORA CORALINA PARA MIM.
DE CORA CORALINA (SET.1973) PARA LÚCIA HELENA
À MENINA NORDESTINA DO VALE VERDE
CORA CORALINA
Poetisa Goiana
GOIÂNIA, 16 DE SETEMBRO DE 1973.
Assim surgiu, graciosa e simpática,
bem na porta de minha casa,
a menina nordestina,
com cheiro de cana-de-açúcar,
sorriso espelhando beleza.
Ela chegou,
pelas mãos da professora Maria de Lourdes Sena Xavier,
trajando roupinha leve e harmônica,
a mostrar sua preciosa juventude,
nas rosadas e cálidas faces,
qando emocionada abraçou-me e chorou.
Seu nome? Lucia, que já simboliza luz,
junto de Helena - que se não é de Tróia,
vem de de Atenas, com certeza.
Lúcia Helena, que jamais pisara em solo goiano,
confessou a impressão de já ter estado aqui,
tão familiar lhe pareceu a cidade,
que ela disse com muita ternura:
" Aqui sinto cheiro de flores e poesia"...
logo pedindo-me para declamar um poema.
Era a mnina de um verde vale,
do interior do Nordeste,
num lugarzinho chamado, Ceará-Mirim,
terra de ilustres literatos, historiadores
e artífices da poesia,
que ela citou desenvolta,
com satisfação e nobre orgulho.
Senti grande ternura pela mimosa jovem,
que até me viu cozinhar pétalas da laranja da terra,
tiradas do pé do meu quintal,
transformadas em saboroso doce cristalizado,
que ela provou e confessou, com muita sinceridade,
jamais ter degustado nada igual.
Menininha da terra de Câmara Cascudo,
não negou sua inteligência,
e, atenta a tudo que viu em minha humilde casa,
exclamou com infinita doçura:
"esta casa deveria ser o palácio
da doçura e da poesia, porque Cora Coralina existe".
Fiquei deveras emocionada,
com o desabafo da menina nordestina,
que me trouxe alegrias e um presente expressivo,
numa caixa de madrepérola, onde um terço belíssimo estava,
para então me acompanhar,
pelo resto dos meus dias.
Para você, Lúcia Helena, menina da terra do açúcar,
dedico esses humildes versos,
estrofes da simpatia que sinto,
pela formusura do teu porte,
e pela beleza do teu sentimento poético
tão cheio de encantamento.
Receba, Lucinha, esses versinhos da Cora,
que Coralina desenhou, neste papel sem graça,
e Ana Lins enfeitou, com rabiscos de pequeninas flores,
com a ajuda de Guimarães Peixoto Brêtas,
Pois assim, minha menina, um dia me batizaram
de Ana Lins do Guimarães Peixoto Brêtas.
Agradeço tua visita e te oferto este doce de laranja,
com muito afeto e açúcar,
para que leves à tua terra, o doce de Coralina,
já que a poesia é fraca,
não tem mesmo o grande valor,
dos mestres da Poesia Brasileira.
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OUTROS POEMAS DE CORA CORALINA
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POEMINHA AMOROSO
Cora Coralina
Este é um poema de amor
tão meigo, tão terno, tão teu...
É uma oferenda aos teus momentos
de luta e de brisa e de céu...
E eu,
quero te servir a poesia
numa concha azul do mar
ou numa cesta de flores do campo.
Talvez tu possas entender o meu amor.
Mas se isso não acontecer,
não importa.
Já está declarado e estampado
nas linhas e entrelinhas
deste pequeno poema,
o verso;
o tão famoso e inesperado verso que
te deixará pasmo, surpreso, perplexo...
eu te amo, perdoa-me, eu te amo..."
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MEU DESTINO
Cora Coralina
Nas palmas de tuas mãos
leio as linhas da minha vida.
Linhas cruzadas, sinuosas,
interferindo no teu destino.
Não te procurei, não me procurastes –
íamos sozinhos por estradas diferentes.
Indiferentes, cruzamos
Passavas com o fardo da vida...
Corri ao teu encontro.
Sorri. Falamos.
Esse dia foi marcado
com a pedra branca da cabeça de um peixe.
E, desde então, caminhamos
juntos pela vida...
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ASIM EU VEJO A VIDA
Cora Coiralina
A vida tem duas faces:
Positiva e negativa
O passado foi duro
mas deixou o seu legado
Saber viver é a grande sabedoria
Que eu possa dignificar
Minha condição de mulher,
Aceitar suas limitações
E me fazer pedra de segurança
dos valores que vão desmoronando.
Nasci em tempos rudes
Aceitei contradições
lutas e pedras
como lições de vida
e delas me sirvo
Aprendi a viver.
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MULHER DA VIDA
Cora Coralina
Mulher da Vida,
Minha irmã.
De todos os tempos.
De todos os povos.
De todas as latitudes.
Ela vem do fundo imemorial das idades
e carrega a carga pesada
dos mais torpes sinônimos,
apelidos e ápodos:
Mulher da zona,
Mulher da rua,
Mulher perdida,
Mulher à toa.
Mulher da vida,
Minha irmã.’
(Poemas de Goiás e Estórias Mais, p.201, 1996)
FONTE: blog de LÚCIA HELENA
sábado, 18 de setembro de 2010
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