sábado, 30 de março de 2024

Cartas de Cotovelo – Outono de 2024 – 05 Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes
Ainda sob o efeito das águas do inverno deste mês de março, em passagem por Cotovelo para um período de meditação, senti poucas as forças para qualquer esforço físico, senão assistir a Santa Missa da Quinta-Feira Santa, na Igreja de São Francisco em Pirangi. Contudo, tive tempo suficiente para uma introspecção do caminhar desta vida cansada, da qual já tive pressa em tempos passados, fazendo presente a presença espiritual da minha eterna THEREZINHA, lamentando não estar comigo nas confabulações metafísicas que a casa de praia nos permite, com pouquíssimos acompanhantes. Minha inesquecível companheira completará exatamente cinco anos da sua passagem para a vida eterna no dia da Ressurreição de Jesus. Sem coragem para ver o longo mar, preferi o infinito do sol, mesmo com chuvas e trovoadas que aqui chegaram, por coincidência? no instante exato em que morreu na cruz o nosso Salvador. Dentro do possível cumpri o dogma do jejum, mesmo assim a perseguição do medidor de insulina ficou entre as casas dos 200 para 400. Talvez seja esse o motivo de tanta sonolência. Agora, por impulso da razão, fiz este tremendo sacrifício de vir ao computador para expressar o meu sentimento de profundo respeito e isolamento e fazer os agradecimentos ao nosso Cristo Sofredor pela sua sagrada missão na terra em favor dos seus filhos humilhados, abandonados ou não, e fazer a preparação para as Páscoa. Páscoa se origina da palavra em latim Pascha, que deriva do hebraico Pessach/ Pesach, e significa “a passagem”. (Llibertação do povo israelita da escravidão no Egito), conforme o Antigo Testamento. Ela é celebrada pelo povo Cristão, e também pelos judeus, com rituais diferentes e datas – aquele ligado ao fenômeno lunar (primeiro domingo após a lua cheia) e este pelo sistema lunissolar, mas ambos para comemorar a liberdade conquistada pelo seu povo. Infelizmente, essa libertação do povo Hebreu está maculada por uma guerra inconsequente entre irmãos, vindos dos mesmos troncos, mas separados por contingências esdrúxulas acontecidas no caminho da Terra Prometida. O Novo Testamento tem a Páscoa como celebração da passagem da morte para a vida, através da ressurreição de Jesus Cristo. Com a morte do Salvador termina a fase da Quaresma, onde os fiéis cristãos devem permanecer por 40 dias em penitências e períodos de jejum. Mesmo com a diferenciação de rituais em ramos do Cristianismo, nada impede que sigam o mesmo caminhar para a Fé, Esperança e Caridade, possibilitando, no futuro, a consagração de uma só Igreja e um só Pastor.

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