MUNDO PATOFÓBICO
Valério Mesquita*
Mesquita.valerio@gmail.com
Tenho me questionado
ultimamente com o surgimento de inúmeras epidemias funestas nos últimos vinte
anos. Umas nascidas na Ásia e outras na África, vitimando milhares de pessoas.
Não vou discutir os aspectos científicos ou caracterológicos dessas pestes que
devastam ao meio dia, no dizer do Salmo 91. O céu celebra triunfo sobre o
pecado? Pode-se levar o diagnóstico da aids e das febres (gripes) do frango, do
macaco, das ovelhas, dos porcos, da vaca-louca, para o plano religioso? O que
está acontecendo com o novo século? Apesar do avanço excepcional da medicina em
todos as especialidades no mundo inteiro, novas viroses inexplicáveis surgem
para desafiar a ciência como se a ciência sempre deva permanecer desafiada? Às
vezes, penso, que há algo apocalíptico nesse pretenso determinismo que desafia
a capacidade terrestre. “Eu sou o Alfa e o Omega”, diz o Senhor Deus, aquele
que é, que era e que vem, o Todo-Poderoso, fala o Apocalipse.
Estaria a tecnologia
do mundo moderno destruindo o homem através dos novos tipos de gêneros
alimentícios inventados para aumentar a cadeia de produção industrial de
carnes? Isso porque a “epidemia do frango” nasceu em países superpovoados e não
em outros de menor densidade territorial!!
Em breve, serão os
peixes dos oceanos. As frutas, os cereais, as flores, as roupas, os brinquedos,
porque o terrorismo já exporta mulheres e homens bombas que explodem shoppings
e sinagogas. Volto a perguntar: por que as pestes provêm dos bichos? Daqui à
pouco, irão aparecer a febre do veado-louco, a peste da burra-cega, a fúria da
pomba-gira, e, por aí vai, zoologicamente, na agonia aflita e singular do homem
que animalizou os traços e os gestos. Diante de tudo, imagino, que cabe um
estudo sociológico, religioso, científico e econômico, sobre a matéria que
envolve toda a humanidade. A sua trajetória, pelo menos. Febres, gripes,
epidemias, pestes, desde a Antiguidade existem, dizimando civilizações e todos
com uma história, uma raiz, uma geratriz em cada época, em cada tempo. Só que,
agora, essas doenças têm outras patogenias ou patologias. O homem envenenou o
mundo em todas as linhas de produção animal, vegetal e, principalmente, na
cadeia alimentar. Os cientistas, os pesquisadores e os historiadores com a
palavra. Do contrário, vou consultar em vão a Anvisa, o oráculo de todos os
mistérios invisíveis do país.
Outras pestilências
arrazadoras estão chegando de Brasília. Ainda sem vacina. Elas se alçam a
Covid, a Influenza, a Dengue, a Zica e a Chikungunya. É a PEC dos benefícios do
alimento, do caminhoneiro, do taxista e por aí vai. A Câmara Federal é a tenda
dos milagres dessa pirataria eleitoral. Depois de parir o famoso “orçamento
secreto”, a ser pago em módicas prestações que antecedem o pleito de outubro
próximo. Ali tudo é de Babá, tudo pode, devagar, devagarinho... E no comando,
Arthur da Távola tocando a sua lira no trono da presidência. Quarenta e hum
bilhões de reais descendo pelo ralo.
Quantos na história
do Congresso Nacional não “comeram bola” para votar ou relatar processos
escusos para favorecer governos ou grupos? E, por extensão, no próprio
judiciário, na administração pública em geral, além de outros segmentos
punitivos institucionais? Aí, estão os exemplos marcantes e lamentáveis dos
escândalos verificados no Banestado, no INSS, nos Ministérios da Saúde, da
Educação, no TRT de São Paulo, Valdomiro Diniz, Sérgio Naya e um elenco imenso
de predadores dos cofres públicos que a Lavajato revelou! Tudo passou dentro de
um criminoso prazo de validade. “Nada do que foi será de novo do jeito que já
foi um dia. Tudo passa, tudo sempre passará”. Oremos.
(*) Escritor.
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