segunda-feira, 16 de maio de 2022

 

POR QUE DESOMENAGEAR MARIA ALICE FERNANDES?

 

 

Valério Mesquita*

Mesquita.valerio@gmail.com

 

Maria Alice Fernandes nasceu em Macaíba. Estudou no Grupo Escolar Auta de Souza, da mesma cidade, onde fez o seu curso primário.

Obstetriz, diplomada pela Faculdade de Medicina do Recife, à sua perícia, no parto de minha mãe, devo o meu nascimento. Foi ex-interna na Maternidade do Derby, em Recife, e ex-interna do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de São Paulo, onde defendeu tese. Mas, foi como fundadora do Liga Norte-Riograndense Contra o Câncer, que redimensionou a sua vida participando de inúmeros congressos internacionais, cursos de pós-graduação na Alemanha, no Japão, mantendo sempre acesa a chama votiva de sua luta obstinada no combate ao câncer. Versátil, inteligente, Maria Alice foi professora de Inglês, além de formada pela Faculdade de Filosofia do Recife. Era um dínamo em constante rotação. Esta mulher plural, cidadã natalense, faleceu em 1991, após passar algum tempo sem receber qualquer homenagem que perenizasse a sua memória, a sua coragem, a sua luta em favor da saúde do Rio Grande do Norte.

Maria Alice Fernandes foi o maior exemplo de benemerência e devotamento no combate ao câncer no Estado. A Liga Norte-Riograndense Contra o Câncer é o atestado eloquente da criatividade dessa brava mulher de espírito superior. Nenhuma instituição desse Estado pode ficar alheia ao trabalho que ela desempenhou.

A missão que cumpriu é exemplo a ser seguido e nunca esquecido. Ela é legenda para servir de ensinamento às gerações posteriores. O seu nome no frontispício de uma unidade hospitalar do seu Estado, por cuja saúde lutou ao longo de sua vida, através das múltiplas entidades e tarefas que participou, é o galardão de reconhecimento que o Governo e a sociedade terão que prestar a quem foi tão útil aos seus semelhantes.

 

OBS - Através de Projeto de Lei de nossa autoria quando deputado estadual e sancionado pelo então governador Garibaldi Filho o novo hospital do Parque dos Coqueiros foi denominado “Maria Alice Fernandes”.

 

(*) Escritor.

 

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