UM SONETO E SUA HISTÓRIA
A ideia desse soneto e seus primeiros versos surgiram-me quando eu tinha cerca de vinte ou vinte e um anos. Fiz seu primeiro esboço e recebi o incentivo de meu irmão mais velho Daltro, leitor voraz de filosofia, literatura e sobretudo de poesia. Então, era um bom indicativo ele haver gostado. Mas eu não estava muito satisfeito e achava que poderia melhorá-lo. Coloquei-o então na gaveta,,, e adormeci. Acordo cinquenta anos depois e o encontro ainda em meu coração. Decidi-me: vou concluí-lo. É uma dívida de amor que preciso pagar. E já deitado novamente, talvez para sonhar, vejo a luz no caminho e o rastro do soneto que o percorria... Então, escrevi-o, sem olhar para trás. Afinal, a semente estava plantada:
NÃO VOS
TRAGO A SOLEDADE
Não vos trago a
soledade
Que hei amado em
momentos
De total
retraimento
E vazia ansiedade.
Mas vos trago estas
verdades
Frutos de meu
sentimento:
Paixão amor e
tormento
Pelo que em vós há
de
Eterno. Chama
ardente
De luz e sombra
semente
A cada passo
plantada
A cada hora da
estrela
Na busca
desesperada
De uma Via Láctea
mais bela.
- Horácio Paiva
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