A
CRÔNICA – SUA IMPORTÂNCIA PARA A HISTÓRIA
Carlos Roberto de
Miranda Gomes, escritor
A
propósito de comentários na TN de hoje, coluna Jornal de WM, coletei opinião
lisonjeira do nosso mais longevo cronista a propósito de um modesto ensaio que
publiquei recentemente tratando sobre As Confrarias e o Tempo, volto-me para
reavivar a importância da crônica – gênero literário que narra, no tempo e num
espaço, os fatos mais relevantes do cotidiano, em suas múltiplas vertentes,
deixando registro para a história do porvir.
Woden,
um dos nossos maiores cronistas, se ombreia com outros tantos do passado, como
Câmara Cascudo, os irmãos Eloy e Henrique, Aderbal França, Edgar Barbosa,
Sanderson Negreiros, dentre muitos outros e traz a lembrança de Confraria que omiti,
como no caso dos Gatos Pretos, que teria surgido em 1956, como marco de uma
boemia despreocupada e sadia – até espiritual, que congregava figuras imortais
da província natalense.
Com
o mesmo espírito das afamadas Confrarias da rua do Ouvidor, reveladoras de
Machado de Assis, Lima Barreto e outras onde pontificaram João do Rio, Rubem
Braga, Nelson Rodrigues e outros monstros sagrados, os rapazes de Natal,
reunidos na Confeitaria Equador, com destaque para Newton Navarro (Gato Félix),
Moacyr de Góes (Gato de Botas), Sequiz Farkatt (Gato Persa), Chagas Oliveira
(Gato Tira), Expedito Silva (Gato Rajado), Jurandir Tahin (Gatinho), e Celso da
Silveira (Gato Mourisco). Agregados,
ainda existiam os Bichanos: Paulo Oliveira (Mimi), Berilo Wanderley (Angorá),
Omar Pimenta (Escaldado), Márcio Marinho (Almofada), Hélio Vasconcelos (Cego) e
Albimar Marinho (Molhado).
Conheci
todos eles e, com alguns, cheguei a conviver nas suas tertúlias de
fraternidade, pois fui um menino precoce em razão de ter abraçado as incursões
artísticas desde os dez anos.
Aliás,
Aurino Araújo, outro cronista local, vem desfilando em sua coluna - Crônicas da
Velha Ribeira, um conjunto de informe valiosos para enriquecer o assunto, como recentemente
o fez sobre a Confraria de Dudu.
Fora
isso, já tenho encontros marcados com o médico Edson Gutenberg e o escritor Fred
Rossiter para ampliarmos o elenco das Confrarias, sobre as quais pesquisarei
suas histórias para uma 2ª edição do meu livreto, sempre no sentido de oferecer
aos saudosistas, o que melhor existia e existe nesse campo de confraternização,
cultura, informações e divagação espiritual.
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