Hoje acordei disposto e tive vários motivos para tal. O retorno do meu neto Raphael vindo do Canadá após mais de um mês de ausência; terminei de ler a doce loucura da autobiografia de Rita Lee, onde conta a sua história destrambelhada e, sem assim o pretender, recorda um tempo interessante da vida do mundo da música e até do tempo da repressão, complementados esses sentimentos com duas mensagens no WhatsApp com poemas da minha predileta Cora Coralina.
Pois bem, já me preparando para o labor do dia, leio os jornais locais, sem grandes novidades, mas encontro a coluna de Lívio Oliveira - Retalhos & Fragmentos, com uma aparente crônica trivial, mas que o meu sentir provocou meditação e, logo em seguida, dei-me a pensar, também, nos "poemas" que já perdi no curso da existência. Lembrei-me de dois, que até hoje sofro em relembrar: o primeiro foi numa prosa poética que fiz no dia em que o meu amigo Genar Wanderley morreu em um acidente, num dia de jogo do América e diante da Igreja de sua devoção (Santa Therezinha) e o outro foi no dia em que dei a minha última aula na UFRN. Dois momentos de profunda saudade que jamais terei condições de refazer porque o sentimento que me inspirou para escrevê-los já não está presente com a mesma intensidade. Concordo com Lívio: "Perder um poema pode ser doloroso, angustiante, mas perder a poesia seria muito pior".
Sei que os encontrarei em algum momento. Faço votos que você, igualmente, encontre o seu poema perdido.
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