segunda-feira, 27 de dezembro de 2010


Fonte da pintura "Sagrada Família": Netim José Neto (BLOG)

OS CENÁRIOS DA VIDA DE JESUS
Manoel Marques Filho


As revelações contidas no novo testamento não são restritas as palavras de Jesus e dos profetas nos vários atos da vida do mestre.
Os cenários dos momentos refletem também as novas revelações que se fundamentam em uma nova humanização, centrada no amor, como energia criadora não somente das almas e dos corpos perecíveis, mas de todo o universo.
Também, as forças da natureza passam a ser submissas a Jesus que as repreende no momento em que acalma os ventos e desfaz a tempestade.
Nos vários atos em que tudo isso acontece, se evidenciam lições refletidas em coisas simples, de humildade e fotografias poéticas.
Imagine-se o mar revolto e um pequeno e frágil barco de pobres pescadores a lutarem contra as ondas selvagens. Em seguida, um humilde filho de carpinteiro a lembrar o atributo da fé, quando erguendo os braços acalma os ventos e desfaz a chuva, em meio a uma paisagem de rara beleza das nuvens negras que se afastam vencidas por uma benção e o sol se apresenta iluminando a todos não somente com a sua luz peculiar, mas com uma luz acima da sua luz, quando traz em si jatos de suave força espiritual advinda das mãos afáveis do criador.
O sermão da montanha, que representa o cerne das lições de Jesus foi expresso no alto de um monte onde as oliveiras e tamareiras faziam parte da paisagem que reflete toda uma evocação do respeito que necessariamente devemos ter pela natureza esplendorosa, que o Deus do universo legou aos homens como parte fundamental da possibilidade da própria vida.
Houve também o cruel cenário da infamante crucificação do inocente, método de pena de morte considerado como o mais cruel, que constituía ao mesmo tempo um misto de execução e tortura prolongada profundamente dolorosa.
Mas o cenário mais sublime certamente que foi o do Natal de Jesus, feito em meio à humildade extrema de uma manjedoura.
Mesmo ocorrido em lugar tão singular, os céus fizeram resplandecer uma estrela de magnífica beleza, de tão intensa luz que apequenou a iluminação da lua cor de prata e guiou os Reis Magos ao santo lugar. Ali estavam humildes pastores ajoelhados diante do menino que desde então expressava a serenidade dos céus.
O amor da mãe que amamentava o pequenino simbolizava toda a ternura que fazia circular no ambiente a energia doirada do amor divino, em forma de uma canção somente interiorizada pelos sentidos das almas, na sua mais alta profundeza.
Animais se acercavam da manjedoura. Entre eles um boi de olhar manso, o animal mais humilde do presépio, que mesmo detentor potencial da sua fúria animalesca sabia vencer o rude instinto e se acomodava submisso ao momento raro de paz.
O carneirinho, com cara de traquinas, festejava com berros equilibrados, se adequando ao concerto dos sons vindos do universo.
Um galo garboso e elegante entoava cânticos, precedendo a madrugada que viria. Ele, costumeiramente, acorda os humanos de todos os séculos nas madrugadas da vida para fazer com que todos, no silêncio do final das noites, analisem as consciências impuras das falhas e do desamor. Ao seu lado uma galinha cacarejava e ciscava rodeada pelos seus pintainhos, ela, o animal mais submisso que se conhece.
No momento sublime chovia uma chuva de amor tão intensa que fez com que todas as forças da natureza se ajoelhassem na amplidão do universo, que brilhava com um brilho de serenidade nunca visto.
Com esta reflexão própria do momento natalino, retribuo aos meus amigos queridos os votos de um FELIZ NATAL E VENTUROSO ANO NOVO.

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