Novas Cartas de Cotovelo – verão de
2022-10
Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes
Este
ano não tenho sido persistente em escrever minhas Cartas de Cotovelo. Não é
preguiça, mas os assuntos que me chegam não são tão construtivos que mereçam
algum comentário.
Contudo,
com as chuvas ocorridas no dia de SÃO JOSÉ, decidi fazer o registro do fato
que, para nós nordestinos, é de máxima importância.
José,
afinal, é o Santo dos Santos, pois escolhido para ser o pai adotivo de Jesus.
Aquele que o criou, ensinou os primeiros passos, as primeiras palavras, a
letras iniciais, a informação da sua missão na terra. Cuidou do menino com
coragem e destemor, livrando-o das garras de Herodes.
JOSÉ
foi um homem de silêncio, recatado, mas uma criatura de ação, de grandeza e de
santidade, merecedor, portanto, do respeito de todos os cristãos de qualquer de
suas vertentes.
Mas
o que eu quero hoje invocar é a relação de São José com o inverno. Verdade
científica ou apenas crença?
O
certo é que o Dia de São José é comemorado no dia 19 de março, coincidindo com
a esperança na tradição dos católicos, em especial os do nordeste brasileiro, que
acreditam que se chover até essa data é sinal de um bom período de
precipitações.
Historicamente,
esse acontecimento tem dado certo na maioria esmagadora das vezes, não há
porque se desprezar a crença.
No
campo da ciência, acontece um movimento da Terra, denominado equinócio de
outono, onde os dois hemisférios terrestres estão
igualmente iluminados pelo sol – há equilíbrio temporal entre o dia e a noite.
Da
sabência popular, divulgada abertamente nas redes sociais: “Existe a
religiosidade que a gente respeita, com toda certeza. O dia 19 de março é
próximo ao equinócio, que é quando o sol, na sua órbita aparente, passa a
influenciar o hemisfério norte. Uma outra questão é quanto ao posicionamento da
Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). Se, até março, que é a metade da
estação chuvosa, ela não tiver contribuído para chuvas no Nordeste, isso acaba
frustrando a qualidade da quadra chuvosa”, comenta”.
Seja como for, Ciência e fé se irmanam na crendice do povo e os fiéis
honram o Padroeiro das Chuvas, na esperança de dias melhores.
Este ano a chuva foi bastante, enchendo açudes, regando os vales, renovando a esperança de que teremos um novo e radioso tempo, compensando as desgraças que assolam outros recantos da terra. OBRIGADO SENHOR.
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Pintura
do articulista.
Verdade, Dr. Carlos. Cresci ouvindo essa predição por ser o aniversário de mamãe e ela fazer questão de comemorar com chuva e bênçãos. Ontem foi esse dia maravilhoso no Nordeste brasileiro. Minhas felicitações pelo texto impecável!
ResponderExcluirMestre Carlos, você sempre trazendo temas simples, que mergulham na alma de nossa gente. Vida longa aos seus escritos!
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