ESCOLAS REFERENCIAIS
 
 
Falar da reforma do ensino médio e da Medida Provisória 746/2016, 
desafia lembranças de instituições que funcionam  em algumas capitais 
nordestinas e que tiveram inegável importância na consolidação do modelo
 educacional traçado durante  Estado Novo, mas que avançou para a era 
pós-redemocratização (1945), chegando à vigência de um novo regime 
político “forte” (o de 1964) e daí até os dias atuais, atravessando 
remodelações ditadas pelas políticas educacionais mutantes e nem sempre 
eficazes.  
  
A denominação, a proposta pedagógica e conteudística e até mesmo a 
arquitetura dos prédios diziam (e dizem) do papel desses colégios no 
contexto de multiplicação do saber.  
  
Em Natal, o Atheneu, criado em 1834,  teve vários nomes na sua 
trajetória (Atheneu, Ginásio Potiguar, Instituto de Educação, Atheneu 
Norte-Rio-Grandense e Colégio Estadual do Atheneu Norte-Riograndense). 
Quando da inauguração da sede atual - 1954 - o nome do educandário era 
Instituto de Educação, atendendo à padronização de então. O mesmo 
acontecia em João Pessoa com o Lyceu Paraibano, criado em 1836 e que 
além de Instituto sustentou outras denominações (Colégio Estadual da 
Paraiba  e Colégio Estadual de João Pessoa).  
  
Atendendo à filosofia traçada na Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação então em vigor, e por influxo de Anísio Teixeira, os Institutos
 de Educação irradiavam o ensino de excelência a partir das Capitais.  
  
Com objetivos educacionais e programas mínimos  idênticos, as 
propostas arquitetônicas geralmente tinham similitude, embora com 
construções separadas  por vários  anos.  O do RN, projeto de José 
Quirino de Alencar Simões, tem forma de "x", proporcionando a 
confluência dos alunos para a interseção. Reflete o país 
redemocratizado, na segunda fase do getulismo. O da PB, concebido por 
Clodoaldo Gouveia no estilo "art déco", é de 1938, pleno Estado Novo,  
tem área de retângulo, meio compridão, por si mesmo pouco estimulante a 
encontros e manifestações.  
  
Atheneu e Lyceu escaparam da sanha de remodelações físicas que de 
vez em quando acomete os gestores  públicos, ficando os seus prédios 
atuais como marcos da arquitetura educacional das épocas respectivas.  
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 [Crônica minha, publicada no jornal CORREIO DA PARAÍBA, 06.11.16]. |  
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