quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

UMA NARRAÇÃO ESTRANHA, PARA A PESQUISA

Feliz Natal!

Lembro-me de você e dos que 
o cercam, neste momento, neste mundo onde estamos, cuidando da evolução de nossos egos cósmicos, eternos, acumulando experiências e conhecimentos que nos passarão de intelectuais para sapienciais!
Aí - talvez, quem sabe? - possamos sair da Terra para a órbita de outra estrela, talvez até em outra galáxia...
onde não haja inveja, vaidade, corrupção, assassinato...
e possamos saber de tudo sem fazer pesquisas e ter de escrever artigos para que não se percam...
Melhor será se estivermos juntos também nesses lugares, nesse futuro!
Um dia, Jesus esteve aqui, vindo de lá, para nos mostrar o caminho.
Hoje, 2000 anos depois, ainda discutimos se ele existiu e se Maria, sua mãe, estava ou não, na cruz onde o pregaram e torturaram.
Achei-a com o seu nome de solteira e o passo para você, na crônica anexada a estes votos de feliz Natal.
Do
Adinoel...

Revelação

MARIA DE MAGDALA, A MÃE DE JESUS

A luz, às vezes, é tão intensa, que fere e fecha nossos olhos…

Adinoel Motta Maia [1]


Há anos, temos estudado, pesquisado e meditado sobre a figura bíblica de Maria Madalena e visitado algumas de suas igrejas espalhadas pela Europa.
Quando escrevíamos o romance A Trilha dos Santos do Mundo, precisamos colocar na trama um trecho do evangelho de João (versículo 19,25), no qual se lê que entre as mulheres presentes ao martírio de Jesus na cruz, estava Maria Madalena, a Maria que nasceu em Magdala, no lago Genezaré. Nessa investigação, tivemos de ler esse versículo em suas entrelinhas e compará-lo com os outros, dos demais evangelistas, que escreveram sobre o mesmo momento de Jesus.
Lê-se, ali, em João: “Perto da Cruz de Jesus, estavam sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cleófas e Maria Madalena”. A redação descuidada parece indicar três mulheres: a mãe de Jesus, a irmã dela (Maria de Cleófas) e Maria Madalena. Mostrei, no referido romance, que, em verdade, eram duas apenas, porque Maria de Cleófas era a mesma irmã da mãe de Jesus e consequentemente, a outra, mãe de Jesus, era Maria Madalena. Podia, a frase ter sido escrita da mesma forma, com a pontuação correta (bastando colocar um ponto): “Perto da Cruz de Jesus, estavam sua mãe e a irmã de sua mãe. Maria, mulher de Cleófas e Maria Madalena”.
É preciso dizer, também, que todos os quatro evangelistas referem-se a Maria de Madalena com pronunciado protagonismo dela, tal sua importância na vida de Jesus, havendo trechos em que ela está ao lado dele, não havendo a citação explícita de ser a “mãe de Jesus” a seu lado. Isso porque, se a houvesse, seria ela citada duas vezes, sem necessidade, porque então, na Galiléia, todos saberiam disso. Vejamos, portanto, aqui e agora, somente o que se lê, nos demais evangelhos, sobre as mulheres que estavam junto ao Jesus crucificado.
·         Em Mateus (versículo 27,56): Entre outras, achavam-se Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e José, e a mãe dos filhos de Zebedeu”. Aí, seriam também três mulheres: Maria Madalena; Maria, a mãe de Tiago e de José; e a mãe dos filhos de Zebedeu; não estando explícito ser  “”a mãe de Jesus”, que também não aparece assim no versículo 27,61 onde se lê: Entretanto, lá ficaram Maria Madalena e a outra Maria, sentadas diante do sepulcro. Essa “outra Maria” seria, evidentemente, a indicada como mãe de Tiago e José, mais uma vez sugerindo, outro evangelista, o protagonismo de Maria Madalena e a ausência da expressão “mãe de Jesus”.
·         Em Marcos (versículo 15,40): Ali também se achavam algumas mulheres, que olhavam de longe. Entre elas, estavam Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, o menor, e de José, e Salomé”. Mais outra vez, não há referência à “mãe de Jesus”, mas Maria de Madalena é a primeira, a protagonista.
·         Em Lucas, “as mulheres que o acompanharam desde a Galiléia” (versículo 23,49) não foram nomeadas ao pé da cruz,  mas o foram “voltando do sepulcro” (versículo 24,10): Eram elas Maria de Magdala, Joana, e Maria, mãe de Tiago… entre outras. Ai, também, não houve referência explicita à “mãe de Jesus”.
Seria um absurdo, os evangelistas não incluirem a mãe de Jesus entre as mulheres que acompanharam o seu sofrimento. Sabe-se que ela estava lá, ao lado e ao pé dele, na cruz. Podemos concluir - parece evidente - no entanto, que eles disseram isso, sim, ao citar o seu nome: Maria Madalena, Maria de Magdala, porque então sabiam todos ser este o nome da menina Maria de Genezaré, a mãe de Jesus, até casar-se e passar a ser “Maria de José” (havendo muitas Marias, naquele lugar e naquela época, as solteiras tinham por sobrenome o nome da cidade onde nasceu, enquanto as casadas tinham acrescentado ao próprio nome, o nome do marido). Após a morte de José, Maria de José, mãe de Jesus, voltou a ter o nome Maria de Magdala ou Maria Magdalena. Sendo José um velho e rico construtor de casas (na região havia pedras e não madeira abundante), deixou sua viúva ainda com pouca idade e rica. Assim, a mulher que Jesus mais amava, sua mãe, era rica e o sustentou em suas atividades como Rabi, após voltar do Oriente e encontrar seu pai falecido, passando a ensinar seus discípulos sobre o que aprendeu nos anos em que esteve fora de Genezaré (hoje Mar da Galiléia).
Coletados esses dados nos próprios livros do Novo Testamento (os evangelhos), conclui-se como óbvio, que:
·         Mateus destaca, entre as mulheres que acompanharam Jesus até a cruz e lá se postaram, as três: Maria Madalena (Maria de Magdala), Maria de Betânia (mãe de Tiago e José e mulher de Alfeu, também chamado Cleófas) e Salomé (a mulher de Zebedeu e mãe dos apóstolos Tiago Maior e João).
·         Marcos refere-se a algumas mulheres, na cruz, destacando Maria Madalena, Maria de Betânia ( mãe de Tiago, o menor, e de José) e Salomé.
·         Lucas relaciona as que foram ao sepulcro: Maria de Magdala, Maria de Betânia (mãe de Tiago) e Joana (esposa de Cuza, intendente de Herodes).
·         João é o único que se refere a Maria Madalena como “sua mãe” (mãe de Jesus) e à irmã dela, também Maria (mulher de Cleófas, também chamado Alfeu, mãe de Tiago e José, isto é, Maria de Betânia).
Os quatro evangelistas, como não poderia deixar de ser, registram, assim, a presença de Maria, mãe de Jesus, ao lado do filho em sua caminhada para a cruz e na própria cruz, designando-a como Maria Madalena (todos a conheciam com esse nome), porque sabiam ter ela nascido em Magdala, a beira do Lago de Genezaré (donde vem o nome Nazaré, de uma vila fundada depois de Cristo). O nome dela está à frente do nome das demais mulheres, como teria de ser, por ser natural que a mãe seja a primeira a assistir o filho no momento do seu martírio e da sua quase morte, tendo ele sido retirado da cruz por José de Arimatéia ainda com vida, levando-o para o seu sarcófago em construção, porque era grande amigo de Maria de Magdala e do próprio Pôncio Pilatos, ao qual pediu o privilégio de retirá-lo da cruz na sexta-feira, por ser ele judeu, não devendo o seu corpo passar o sábado ali.
Assim, a frase de João, que se refere a apenas duas mulheres ao pé da cruz, deveria estar grafada de outra forma:
·         Perto da cruz de Jesus, sua mãe e a irmã de sua mãe. Maria, mulher de Cleófas e Maria Madalena.
Ou assim:
·         Perto da cruz de Jesus, sua mãe e a irmã de sua mãe: Maria de Betânia e Maria Madalena.
Ou ainda:
·         Perto da cruz de Jesus, sua mãe, Maria Madalena e a irmã de sua mãe, Maria de Betânia.
Em outras palavras, Jesus, foi assistido por sua mãe e sua tia, à frente das demais mulheres. Foi o que escreveu João, o discípulo mais amado por Jesus, apóstolo e evangelista, filho de Zebedeu e de Salomé. O único que se referiu à presença de duas e não de três mulheres, na cruz. Por que não disse que sua própria mãe (Salomé) estava com aquelas duas, como o fizeram os outros evangelistas? Bastaria fazer um pequeno acréscimo:
·         Perto da cruz de Jesus, estavam sua mãe Maria Madalena, a irmã Maria de sua mãe, mulher de Cleófas e minha mãe Salomé.
Já se passaram dois mil anos, com tudo isso revelado claramente nos quatro evangelhos, sem que ninguém visse, porque se preferiu acreditar em outra história. Continua-se na escuridão ou vamos iluminar os textos antigos? Não nos esqueçamos que existe um evangelho de Maria Madalena, onde ela está inteira, como a mulher mais querida de Jesus, a que o beija na boca, por ser sua mãe. A única mulher que acompanha Jesus, juntamente com seus discípulos, sustentando-o financeiramente, por ser uma viúva rica, de José, que já era velho e rico construtor de casas (tinha uma casa no Egito, para onde fugiu, ao nascer Jesus) ao conhecê-la ainda com 13 anos incompletos, como a virgem columba do templo essênio de Helios, junto às portas de Jerusalém, sendo filha de Joaquim, o sumo sacerdote.
­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­[1] Adinoel Motta Maia é engenheiro civil, professor (aposentado)
da Escola Politécnica (Universidade Federal da Bahia), escritor e
 pesquisador (veja em www.adinoel.mottamaia.nom.br).
_______________
Colaboração do leitor Franklin Jorge



Nenhum comentário:

Postar um comentário