Feliz Natal!
Lembro-me de você e dos que
o cercam, neste momento, neste mundo onde estamos, cuidando da evolução de nossos egos cósmicos, eternos, acumulando experiências e conhecimentos que nos passarão de intelectuais para sapienciais!
Aí - talvez, quem sabe? - possamos sair da Terra para a órbita de outra estrela, talvez até em outra galáxia...
onde não haja inveja, vaidade, corrupção, assassinato...
e possamos saber de tudo sem fazer pesquisas e ter de escrever artigos para que não se percam...
Melhor será se estivermos juntos também nesses lugares, nesse futuro!
Um dia, Jesus esteve aqui, vindo de lá, para nos mostrar o caminho.
Hoje, 2000 anos depois, ainda discutimos se ele existiu e se Maria, sua mãe, estava ou não, na cruz onde o pregaram e torturaram.
Achei-a com o seu nome de solteira e o passo para você, na crônica anexada a estes votos de feliz Natal.
Do
Adinoel...
Revelação
MARIA
DE MAGDALA, A MÃE DE JESUS
A
luz, às vezes, é tão intensa, que fere e fecha nossos olhos…
Adinoel Motta Maia [1]
Há
anos, temos estudado, pesquisado e meditado sobre a figura bíblica de Maria
Madalena e visitado algumas de suas igrejas espalhadas pela Europa.
Quando
escrevíamos o romance A Trilha dos Santos
do Mundo, precisamos colocar na trama um trecho do evangelho de João (versículo
19,25), no qual se lê que entre as mulheres presentes ao martírio de Jesus na
cruz, estava Maria Madalena, a Maria que nasceu em Magdala, no lago Genezaré. Nessa
investigação, tivemos de ler esse versículo em suas entrelinhas e compará-lo
com os outros, dos demais evangelistas, que escreveram sobre o mesmo momento de
Jesus.
Lê-se,
ali, em João: “Perto da Cruz de Jesus,
estavam sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cleófas e Maria Madalena”.
A redação descuidada parece indicar três mulheres: a mãe de Jesus, a irmã dela
(Maria de Cleófas) e Maria Madalena. Mostrei, no referido romance, que, em
verdade, eram duas apenas, porque Maria de Cleófas era a mesma irmã da mãe de
Jesus e consequentemente, a outra, mãe de Jesus, era Maria Madalena. Podia, a
frase ter sido escrita da mesma forma, com a pontuação correta (bastando colocar
um ponto): “Perto da Cruz de Jesus, estavam
sua mãe e a irmã de sua mãe. Maria, mulher de Cleófas e Maria Madalena”.
É
preciso dizer, também, que todos os quatro evangelistas referem-se a Maria de
Madalena com pronunciado protagonismo dela, tal sua importância na vida de
Jesus, havendo trechos em que ela está ao lado dele, não havendo a citação
explícita de ser a “mãe de Jesus” a seu lado. Isso porque, se a houvesse, seria
ela citada duas vezes, sem necessidade, porque então, na Galiléia, todos saberiam
disso. Vejamos, portanto, aqui e agora, somente o que se lê, nos demais
evangelhos, sobre as mulheres que estavam junto ao Jesus crucificado.
·
Em
Mateus (versículo 27,56): Entre outras,
achavam-se Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e José, e a mãe dos filhos de
Zebedeu”. Aí, seriam também três mulheres: Maria Madalena; Maria, a mãe de
Tiago e de José; e a mãe dos filhos de Zebedeu; não estando explícito ser “”a mãe de Jesus”, que também não aparece assim
no versículo 27,61 onde se lê: Entretanto,
lá ficaram Maria Madalena e a outra Maria, sentadas diante do sepulcro. Essa
“outra Maria” seria, evidentemente, a indicada como mãe de Tiago e José, mais
uma vez sugerindo, outro evangelista, o protagonismo de Maria Madalena e a
ausência da expressão “mãe de Jesus”.
·
Em
Marcos (versículo 15,40): Ali também se
achavam algumas mulheres, que olhavam de longe. Entre elas, estavam Maria
Madalena, Maria, mãe de Tiago, o menor, e de José, e Salomé”. Mais outra
vez, não há referência à “mãe de Jesus”, mas Maria de Madalena é a primeira, a
protagonista.
·
Em
Lucas, “as mulheres que o acompanharam
desde a Galiléia” (versículo 23,49) não foram nomeadas ao pé da cruz, mas o foram “voltando do sepulcro” (versículo 24,10): Eram elas Maria de Magdala, Joana, e Maria, mãe de Tiago… entre
outras. Ai, também, não houve referência explicita à “mãe de Jesus”.
Seria
um absurdo, os evangelistas não incluirem a mãe de Jesus entre as mulheres que
acompanharam o seu sofrimento. Sabe-se que ela estava lá, ao lado e ao pé dele,
na cruz. Podemos concluir - parece evidente - no entanto, que eles disseram
isso, sim, ao citar o seu nome: Maria Madalena, Maria de Magdala, porque então
sabiam todos ser este o nome da menina Maria de Genezaré, a mãe de Jesus, até
casar-se e passar a ser “Maria de José” (havendo muitas Marias, naquele lugar e
naquela época, as solteiras tinham por sobrenome o nome da cidade onde nasceu,
enquanto as casadas tinham acrescentado ao próprio nome, o nome do marido). Após
a morte de José, Maria de José, mãe de Jesus, voltou a ter o nome Maria de
Magdala ou Maria Magdalena. Sendo José um velho e rico construtor de casas (na
região havia pedras e não madeira abundante), deixou sua viúva ainda com pouca
idade e rica. Assim, a mulher que Jesus mais amava, sua mãe, era rica e o
sustentou em suas atividades como Rabi, após voltar do Oriente e encontrar seu
pai falecido, passando a ensinar seus discípulos sobre o que aprendeu nos anos
em que esteve fora de Genezaré (hoje Mar da Galiléia).
Coletados
esses dados nos próprios livros do Novo Testamento (os evangelhos), conclui-se
como óbvio, que:
·
Mateus
destaca, entre as mulheres que acompanharam Jesus até a cruz e lá se postaram,
as três: Maria Madalena (Maria de Magdala), Maria de Betânia (mãe de Tiago e
José e mulher de Alfeu, também chamado Cleófas) e Salomé
(a mulher de Zebedeu e mãe dos apóstolos Tiago Maior e João).
·
Marcos
refere-se a algumas mulheres, na cruz, destacando Maria Madalena, Maria de
Betânia ( mãe de Tiago, o menor, e de José) e Salomé.
·
Lucas
relaciona as que foram ao sepulcro: Maria de Magdala, Maria de Betânia (mãe de
Tiago) e Joana (esposa de Cuza, intendente de Herodes).
·
João
é o único que se refere a Maria Madalena como “sua mãe” (mãe de Jesus) e à irmã
dela, também Maria (mulher de Cleófas, também chamado Alfeu, mãe de Tiago e
José, isto é, Maria de Betânia).
Os
quatro evangelistas, como não poderia deixar de ser, registram, assim, a
presença de Maria, mãe de Jesus, ao lado do filho em sua caminhada para a cruz
e na própria cruz, designando-a como Maria Madalena (todos a conheciam com esse
nome), porque sabiam ter ela nascido em Magdala, a beira do Lago de Genezaré
(donde vem o nome Nazaré, de uma vila fundada depois de Cristo). O nome dela
está à frente do nome das demais mulheres, como teria de ser, por ser natural
que a mãe seja a primeira a assistir o filho no momento do seu martírio e da
sua quase morte, tendo ele sido retirado da cruz por José de Arimatéia ainda
com vida, levando-o para o seu sarcófago em construção, porque era grande amigo
de Maria de Magdala e do próprio Pôncio Pilatos, ao qual pediu o privilégio de
retirá-lo da cruz na sexta-feira, por ser ele judeu, não devendo o seu corpo passar
o sábado ali.
Assim,
a frase de João, que se refere a apenas duas mulheres ao pé da cruz, deveria
estar grafada de outra forma:
·
Perto da cruz de Jesus, sua mãe e a
irmã de sua mãe. Maria, mulher de Cleófas e Maria Madalena.
Ou
assim:
·
Perto da cruz de Jesus, sua mãe e a
irmã de sua mãe: Maria de Betânia e Maria Madalena.
Ou
ainda:
·
Perto da cruz de Jesus, sua mãe,
Maria Madalena e a irmã de sua mãe, Maria de Betânia.
Em
outras palavras, Jesus, foi assistido por sua mãe e sua tia, à frente das
demais mulheres. Foi o que escreveu João, o discípulo mais amado por Jesus, apóstolo
e evangelista, filho de Zebedeu e de Salomé. O único que se referiu à presença
de duas e não de três mulheres, na cruz. Por que não disse que sua própria mãe
(Salomé) estava com aquelas duas, como o fizeram os outros evangelistas? Bastaria
fazer um pequeno acréscimo:
·
Perto da cruz de Jesus, estavam sua
mãe Maria Madalena, a irmã Maria de sua mãe, mulher de Cleófas e minha mãe
Salomé.
Já
se passaram dois mil anos, com tudo isso revelado claramente nos quatro
evangelhos, sem que ninguém visse, porque se preferiu acreditar em outra
história. Continua-se na escuridão ou vamos iluminar os textos antigos? Não nos
esqueçamos que existe um evangelho de Maria Madalena, onde ela está inteira,
como a mulher mais querida de Jesus, a que o beija na boca, por ser sua mãe. A
única mulher que acompanha Jesus, juntamente com seus discípulos, sustentando-o
financeiramente, por ser uma viúva rica, de José, que já era velho e rico
construtor de casas (tinha uma casa no Egito, para onde fugiu, ao nascer Jesus)
ao conhecê-la ainda com 13 anos incompletos, como a virgem columba do templo
essênio de Helios, junto às portas de Jerusalém, sendo filha de Joaquim, o sumo
sacerdote.
[1]
Adinoel Motta Maia é engenheiro civil, professor (aposentado)
da Escola Politécnica (Universidade Federal da Bahia),
escritor e
pesquisador
(veja em www.adinoel.mottamaia.nom.br).
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Colaboração do leitor Franklin Jorge
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