terça-feira, 2 de março de 2021

 

 


UM SONETO E SUA HISTÓRIA

 

A ideia desse soneto e seus primeiros versos surgiram-me quando eu tinha cerca de vinte ou vinte e um anos. Fiz seu primeiro esboço e recebi o incentivo de meu irmão mais velho Daltro, leitor voraz de filosofia, literatura e sobretudo de poesia. Então, era um bom indicativo ele haver gostado. Mas eu não estava muito satisfeito e achava que poderia melhorá-lo. Coloquei-o então na gaveta,,, e adormeci. Acordo cinquenta anos depois e o encontro ainda em meu coração. Decidi-me: vou concluí-lo. É uma dívida de amor que preciso pagar. E já deitado novamente, talvez para sonhar, vejo a luz no caminho e o rastro do soneto que o percorria... Então, escrevi-o, sem olhar para trás. Afinal, a semente estava plantada:

 


NÃO VOS TRAGO A SOLEDADE

Não vos trago a soledade
Que hei amado em momentos
De total retraimento
E vazia ansiedade.

Mas vos trago estas verdades
Frutos de meu sentimento:
Paixão amor e tormento
Pelo que em vós há de

Eterno. Chama ardente
De luz e sombra semente
A cada passo plantada

A cada hora da estrela
Na busca desesperada
De uma Via Láctea mais bela.


- Horácio Paiva

 

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