quinta-feira, 17 de agosto de 2023

 “Valei-me, Virgem Maria” 

Padre João Medeiros Filho

Hoje é dia de Nossa Senhora da Assunção, da Guia, da Glória etc., alguns de seus inúmeros oragos ou títulos. Excetuando-se Cristo, dentre as figuras do cristianismo, Maria Santíssima é a mais querida e cultuada. Refletirsobre Ela é sempre válido. Assim, presenteounos Padre José Freitas Campos com a publicação de seu novo livro, o qual inspirou o presente artigo. O lançamento acontecerá no próximo sábado, dia 19, a partir das 10.30 horas, na Livraria Paulus, situada à Rua Cel. Cascudo, nº 333 (Natal). Escritor, musicólogo e pastor do Povo de Deus vem, há quase cinquenta anos, conclamando o rebanho do Senhor a saborear o rico alimento da Palavra Divina e Mesa eucarística. Autor de várias obras literárias, destacando-se a biografia de Padre Miguelinho, brinda-nos agora com uma relevante pesquisa sobre a Mãe de Deus e nossa. Analisa setenta denominações de Maria, “Rosto feminino da Igreja”. O estudo enriquecerá certamente os que são tocados pela grandeza da “Senhora de tantos nomes”. O escritor transita pela espiritualidade mariana, perpassando pela história, ancorando nos títulos atribuídos à Virgem, nascidos da piedade e devoção popular. São dedicados à Corredentora hinos e orações, verdadeiros poemas expressados com profunda linguagem teológica. Padre Campos é um dos “vaqueiros de Jesus Cristo”, no aculturado dizer de Oswaldo Lamartine, para quem “Maria Santíssima é o mais belo sorriso de Deus.” O culto mariano ainda é pouco estudado. Segundo São Bernardo de Claraval, “De Maria nunquam satis” (sobre Ela nunca é demais). A Virgem Santíssima goza da adjetivação bíblica de Bem-Aventurada. Nela reconhece-se uma dignidade especial sobre todos os santos e a capacidade de interceder por nós. Não obstante seu imenso valor, o magistério católico e a teologia sempre deixaram bem claro que a Mãe do Salvador é humana. Seu Filho responde por Ela às nossas súplicas, consagrando o axioma devocional: “Per Mariam ad Jesum” (Por Maria chegaremos a Jesus). Nossa Senhora tem interessado a pesquisadores, dentro e fora da Igreja. Além de citações em obras literárias clássicas e modernas, a Filha de Sant’Ana chama também a atenção de pensadores não cristãos e descrentes, como a psicanalista Julia Kristeva. Esta assevera que só por um especial toque divino (revelação sobrenatural) chega-se a compreender a realidade mística da Virgem. “Ela é genitora de quem a gerou, anterior a Ele em sua humanidade, mas posterior por sua divindade. Virgem e Mãe simultaneamente”, afirma aquela filósofa búlgara. Isso é insólito na história das religiões. Uma mulher tornou-se fonte do encontro de Deus com a humanidade, da criatura com o Criador. Em Maria, a Eternidade volta a ser acessível. Gerando Cristo, restabeleceu o contato com o Eterno. Entretanto, não deixa de ser humana, protetora nossa e advogada. No Brasil, a devoção à “Mãe Amável” continua muito presente na liturgia, nas festas e nos santuários marianos. Aparecida (SP) e Belém (PA) do Círio de Nazaré são lugares expressivamente procurados por devotos que ali manifestam com amor e sem temor o culto à “Rainha dos Santos”. Sua importância no catolicismo continua forte, malgrado o avanço da secularização. No RN, santuários e locais de peregrinação lhe são dedicados, evidenciando-se Patu, Florânia e Carnaúba dos Dantas. Maria é a sempre amada de seus fiéis, os quais se dirigem com confiança filial à “Consoladora dos Aflitos” nos reveses da vida. Nela, tem início a reconciliação do Divino com o homem, criado pelo Pai celestial, na integridade da inocência e plenitude da bondade. Entretanto, a ambição e o orgulho desfiguraram-no. Na pessoa da Jovem de Nazaré, Ele retomou a criatura humana plasmada com tanto carinho nos primórdios da história. Por esse motivo, o apóstolo Paulo e a teologia chamam a esposa de Joséde “Nova Eva”, isto é, portadora da Vida. Na Virgem, a humanidade foi repensada e Deus se fez terreno, nos aproximando da Eternidade. Ao conceber o Verbo Divino, Ela reatou o contato com o Infinito. Além de sua excelsitude, é também a “Compadecida”, na expressão de Ariano Suassuna. Repitamos com fervor as palavras do hino à Nossa Senhora da Piedade: “Mãe, coloca teu povo, agora, na palma da mão de Deus.”


quarta-feira, 16 de agosto de 2023

 


LUTA CIVIL?

 

Valério Mesquita*

Mesquita.valerio@gmail.com

 

Eu não disse? Começou a guerra civil no Brasil. Rio de Janeiro e São Paulo acenderam o estopim. Ela já se expande pelo resto do país, paulatinamente. A luta armada é travada entre grupos ou facções de fora e de dentro dos presídios (ora, imagine só!). Os facínoras ou revolucionários detêm munições e armas de primeira geração, capazes de disputar guerras sofisticadas em qualquer continente, sem falar no aparato tecnológico da internet. O alvo predileto e cotidiano, em escala crescente, são a polícia e o cidadão comum, além do patrimônio público e privado. Está faltando pouco para o assalto sonhado: tomar o Planalto, as sedes do STF, STJ e o Congresso Nacional. O chamado crime organizado, para tanto, obteve ficha limpa e registro nos tribunais.

A ausência de um comando nacional que interaja e unifique ações de combate eficaz contra o violento anarquismo é uma situação que estimula e facilita a subversão. Os parlamentares que elaboraram o anteprojeto do Código Penal Brasileiro, pelo texto dado a conhecer, vê-se que não olharam as ruas mas, unicamente, as requintadas bibliotecas dos gabinetes refrigerados e alcatifados. Antigamente, nos ambientes simplórios, dos primórdios da civilização, escreveram códigos imortais até hoje celebrados, como o de Hamurabi, o do mundo helênico, o romano, etc. E até o código Morse. O Código Penal Brasileiro já entrou na compulsória: há mais de oitenta anos com algumas atualizações em 2019. Os congressistas e os juristas não descobriram ainda, por miopia, os bolsões das periferias urbanas onde os menores são treinados e paridos para o crime comum.

Se a Justiça não corrigir e estancar com uma legislação punitiva exemplar e um sistema penitenciário sério, condigno, bloquei o comércio de armas aos civis, o policial vai ter mesmo que matar para não morrer na hora ou no dia seguinte. O Brasil carece de hospitais e penitenciárias! Por quê? Porque a população aumentou geometricamente, o número de veículos quintuplicou e o trânsito virou outro homicida tão perigoso quanto aquele que se organiza para matar, estuprar e roubar. Hoje a polícia tem razão até quando erra. Coloque-se no lugar do soldado. Na hora em que ele veste a farda, no relógio começa a sua contagem regressiva nesse mundo. No Rio de Janeiro, três mil menores de dezoito anos se tornaram criminosos, vítimas do jogo dos traficantes de drogas. Os alvos preferidos deles são os policiais.

No mundo, a humanidade mata por questões religiosas. Guerras intestinas em países do Oriente Médio, da Ásia, da África e agora na Rússia, exterminam milhares de inocentes. Para onde caminha a humanidade? Se as elites dirigentes continuarem a pensar somente em si mesmas, o país marchará para o caos econômico, social e financeiro. O nosso tempo tem grandiosidades e tragédias. Só a vida humana se tornou fuleira. Criança, idoso, mulher, homem – para o transviado, o drogado, o subversivo – tudo é carniça. Dá medo assistir aos noticiários das tevês. Sair à noite é uma temeridade. Mas, à luz do dia, virou também audiência em ondas médias e curtas da cidade ao sertão. Um viva às polícias do Brasil! Um viva às Forças Armadas! A vida humana não pode ser um caso liquidado. Se elas não existissem, o presidente do Brasil seria Fernandinho Beira Mar. A China como potência econômica e atéia ameaça o Ocidente. E o outro perigo vem da guerra religiosa e fanática do expresso do Oriente muçulmano. Começou o extermínio do Armagedon? É por aí...

Semana passada, Gilmar Mendes anulou todas as acusações comprovadas contra Arthur Lira. O processo não chegou nem a descer para o plenário. Por que os processos de corrupção política e administrativa no Brasil são tratados com benevolência e perdão. Não existe punição para político ladrão. Agora, quem falar mal contra os ministros do STF vai para a Papuda. Quem diabo é Custódia? Essa sujeita vai pra cama com todo indivíduo.

(*) Escritor

domingo, 13 de agosto de 2023

 DIA DOS PAIS

Por Carlos Roberto de Miranda Gomes


    Todos os dias devemos cultuar nossos pais, pois eles nos mostram ou mostraram o caminho da vida. Aos que se foram ficaram a gratidão e a saudade e aos que ainda estão nesta dimensão da existência o abraço pela passagem do seu dia.

    Fui pai quatro vezes e os meus filhos me deram sete netos, suficiente para uma grande e feliz confraternização no dia de hoje.

    Mas este momento, para os pais, não é somente festa, mas profunda reflexão sobre os dias futuros para a sua prole, haja vista a progressiva violência que testemunhamos em nosso País, que não é diferente nas demais nações.

    Por outro lado, a incerteza econômica e financeira representam motivo de nova preocupação, porquanto os pais trabalham toda a sua vida investindo nos filhos e preparando algum lastro econômico para a continuidade familiar, presentemente ameaçada com indicativos de criação de empecilhos legais para o recebimento de herança, numa voracidade oficial extrema que desanima e entristece.

    As criaturas que governam, de repente esquecem, que o Estado em seu sentido lato é uma ficção jurídica necessária para garantir e controlar as relações dos seus súditos, nunca exterminá-los. O Estado é uma criatura e as pessoas são as criadoras. Não deve a primeira voltar-se contra a segunda.

    A legislação, os projetos e as políticas públicas devem sempre ter a direção da população e para ela conduzir todos os esforços possíveis. Infelizmente isso está invertido, os governados são cada vez mais perseguidos - uma verdadeira nova modalidade de escravidão, bastando ver o tratamento que se dá aos Entes Públicos mais frágeis, com repercussão nos seus cidadãos.

    Mas, de qualquer sorte, hoje é dia para se comemorar ou recordar aqueles que são ou foram condutores dos seus descendentes, alargando-se num dimensão incalculável, alcançando todas as famílias independentemente de credo, raça ou riqueza.

    Que Deus fortaleça a justiça que merecem os pais e suas famílias, no engrandecimento da Democracia e dignidade da pessoa humana.