sábado, 16 de maio de 2015




           Pousada Lobos da Montanha
Jansen Leiros*


Como um lobo de alvíssimo pelo, focinho erguido para o  infinito, “Nuvem Branca” parecia farejar a Lua, em sua magnífica polaridade, passeando pelo céu de infindável horizonte. Transcorria o plenilúnio!
Horas depois, o dia começava! A nevasca havia coberto a relva molhada com um branco ofuscante, fazendo doer os olhos da alma, se assim existissem.
As renas caminhavam desatentas pelos intermináveis vales que compunham e ornamentavam os sopés da montanha, outrora verdes!
Dias antes, o Dr. Edghard Dantas, amigo pessoal dos proprietários da Pousada Lobos da Montanha, recebera uma ligação telefônica dos mesmos e acertaram uma visita à Montanha dos Ventos Ululantes
O passeio foi programado! Edgard, Jr. Úrsula, Anair e Eu.  No dia aprazado, viajamos.
Do aeroporto, saímos na direção da Pousada. Há cerca de dois quilômetros, avistávamos a Pousada Lobos da Montanha. Nós, que a apreciávamos daquele “belvedere” estávamos deslumbrados! Embevecidos! Encantados!
Nossos relógios de pulso marcavam quatro (4 hs) da manhã. A noite se despedia!
Apesar da madrugada, era uma visão belíssima. Dali, víamos a silhueta de quase toda a Montanha dos Ventos Ululantes, onde fora, por imigrantes finlandeses, edificada aquela famosa Pousada.
Os possantes binóculos de Úrsula, nos permitiam visualizar com bastante nitidez, um casal de Urso Polar que se dirigia para o galpão principal da vivenda, onde os proprietários guardavam, além dos mantimentos da casa, os pequenos animais, as aves domésticas e tudo o que carecesse de cuidados, naquela época fria. O ambiente, à noite, estava apinhado de coisas.
Tínhamos informações recentes de que, naquele galpão  de dois pavimentos e um “mezanino”, existiam dois grandes tonéis contendo mel de abelha, colhidos do apiário da Pousada, os quais seriam utilizados durante todo o ano, até a chegada do verão, que se aproximava.
No período de hibernação, os ursos iam, paulatinamente, ficando famintos e, nessas ocasiões, o alimento predileto daqueles animais, era  o mel de abelha que, além das proteínas de que se compunha seu conteúdo, trazia uma glicose especial, fabricada pelo tipo de abelha que habitava aquela região, trazidas que haviam sido, com sucesso,  por apicultores do norte-europeu, especificamente finlandeses.
Supúnhamos que nossos amiguinhos ursos já estivessem muito necessitados daquele alimento, a fim de reporem suas corduras, entradas que estavam, no declínio de seu nível regular.
Agora, eles já se deslocavam na direção do galpão com certa rapidez (na condição de ursos que eram).
Apressamo-nos para não permitir que os ursos adentrassem à pousada e fomos devidamente preparados para rechaça-los preventivamente.
Sabíamos da habilidade dos Ursos, principalmente no uso de sua força e, por tal razão, estávamos munidos com excelentes armas que nos haviam sido sugeridas pelo companheiro Dr. Edgard Dantas,  “expert” em munições específicas  no abate de animais perigosos.
Edgard Jr. esposo de Úrsula, desceu do veículo e, lépido, pulou a mureta que guarnecia a Pousada e contornou o muro de arrimo que cercava o galpão.  Chegou-se à entrada do ambiente fechado e, colocando-se contra o vento, apoiou-se em posição de tiro. Edgard, em condição estratégica, também se posicionou e, instantes depois, ouviram-se dois estampidos, dois uivos ou gemidos e os animais estavam fora e combate.
As portas se abriram!  Os moradores, também armados, acorreram ao galpão e, ao chegarem, identificaram o Dr. Edgard, o convidado de honra,  conhecido que era dos proprietários e se abraçaram felizes pelo sucesso naquela caçada não planejada.
Minutos depois, o café da manhã estava posto à mesa e a família reunida, feliz e alegre comemorava o abate dos dois gigantes da floresta polar.
Jansen Leiros*
Da Academia Macaibense de Letras;
Da Academia Norte Rio-grandense de Trovas;
Da União Brasileia de Escritores;

Do Instituto Histórico e Geográfico do RN.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

   
Marcelo Alves

 

Minhas livrarias em Madrid (I)

Na semana passada, escrevi aqui sobre a “Casa do Brasil” em Madrid. Pois vou aproveitar a deixa para continuar escrevendo sobre a capital do Reino da Espanha (onde morei/estudei faz alguns anos), desta feita, assim como já fiz com Londres e Paris, tratando das livrarias (de algumas delas, evidentemente) daquela maravilhosa cidade. 

Como de estilo, serão três crônicas sobre “minhas livrarias em Madrid” e outras coisitas mais, porque, já disse outras vezes, “turistar” apenas em sebos e livrarias “ninguém merece”. 

Com uma população de mais de 3 milhões de habitantes, Madrid possui muitas livrarias (não tanto quanto Paris, entretanto), como conferi quando lá estive, em rápida passagem de estudos, faz pouco mais de um mês, sempre com papel e caneta à mão, tudo anotando para escrever este “roteiro” de turismo cultural, direcionado para os que amam ou têm interesse em livros. 

Aliás, é bom que se diga: sobre livros e livrarias em Madrid, há muitos guias e mesmo livros disponíveis no mercado. Eu mesmo adquiri alguns títulos que, para escrever este texto, diletantemente consultei: “Um mundo de libros” (organizado/editado por Yolanda Morató, publicado pelo Secretariado de Publicaciones de la Universidad de Sevilla, 2010), “Libros, buquinistas y Bibliotecas. Crónicas de transeúnte: Madrid-París” (de José Martínez Ruiz, dito “Azorín”, publicado pela Fórcola Ediciones, 2014) e “La Cripta de Los Libros: Libreros de Viejo de Madrid” (de Peter Besas, publicado por Ediciones La Librería, 2012). 

Para tornar nosso roteiro literário exequível, vou restringir minhas “dicas” de livrarias a duas ou três regiões de Madrid, propositalmente as mais turísticas da cidade, facilitando ainda mais as coisas tanto para mim como para o leitor. 

Começo pela região que fica nas imediações das estações de metrô Callao e Puerta del Sol, nas beiradas da Gran Vía e muito próximo da Plaza Mayor. É talvez a região mais turística da cidade, muito animada, onde tudo funciona, com as ruas cheias de gente, até tarde da noite (o que, como sabemos, não é comum no resto da Europa). 

Ali estão duas lojas da mais famosa rede de livrarias da Espanha, a “Casa del Libro”. Pelo que sei, essa rede tem 34 livrarias espalhadas pela Espanha. Em Madrid, conheço bem duas lojas: a da Calle Maestro Victoria (no número 3) e a da Gran Vía (número 29), as mais centrais, pelo menos para nós turistas (para ambas as lojas, se for usar o metrô, recomendo descer na estação de metrô Callao). A Casa del Libro da Gran Vía, que recomendo em primeiro lugar, até porque é facílima de achar, funciona os sete dias da semana, até tarde da noite, para além das 21 horas, se não estou enganado. Em estilo tradicional, enorme, com alguns andares, vende de tudo, incluindo livros de direito (se é que alguém, passeando em Madrid, está interessado em assunto tão enfadonho). É excelente, palavra de escoteiro. 

Nessa mesmíssima área fica a livraria “La Central”, mais precisamente no número 8 da Calle del Postigo de San Martín, logo na primeira quadra dessa rua, quando se vem da estação de metrô Callao (que, portanto, é a estação de metrô recomendada no caso). Trata-se, também, de uma rede de livrarias, com origem em Barcelona. Essa loja é charmosíssima. Tem um ambiente para eventos (lançamentos de livros, palestras etc.), chamado “El Garito”. Tem uma papelaria excelente, sobretudo para quem gosta de utensílios para leitura e estudo. Tem até um restaurante, que serve também um bom cafezinho: o aconchegante “El Bistró de La Central”, que fica no andar térreo do edifício. Isso sem falar no maravilhoso acervo de livros, distribuído nos andares de cima, que, para quem frequenta livrarias, às vezes é o menos importante. 

E não só de livrarias tradicionais e charmosas vive a região da Gran Via/Callao/Puerta del Sol: ali estão também alguns estabelecimentos que misturam a venda de livros com outros produtos de interesse do consumidor/turista típico. Tem-se a gigantesca FENAC, a livraria do (ainda mais gigantesco) “El Corte Inglés” e a “Vips”, embora convivendo juntas, cada qual com a sua proposta. 

Mas sobre elas conversaremos na próxima semana. Antes tomemos um café. Ou, melhor ainda, muitas “copas de vino con tapas”. E pode até ser no “El Bistró de La Central”. 

Marcelo Alves Dias de Souza
Procurador Regional da República
Doutor em Direito pelo King’s College London – KCL
Mestre em Direito pela PUC/SP

quinta-feira, 14 de maio de 2015


A vida é real e de viés!

Luciano Ramos
Mestre em Direito do Estado pela PUC/SP

Onde voas bem alto, eu sou o chão.

E onde pisas o chão, minha alma salta e ganha liberdade na amplidão. Onde queres o sim e o não, talvez. E onde vês, eu não vislumbro razão! 

Ah! bruta flor do querer!

Eu queria querer-te amar o amor. Construir-nos dulcíssima prisão. Encontrar a mais justa adequação. Tudo métrica e rima e nunca dor, mas a vida é real e de viés!

(O Quereres, Caetano Veloso)

Encantam-me as contradições da vida. Queremos todos os prazeres que ela possa nos proporcionar, mas muitos rejeitam os custos que lhes são inerentes. Ficamos com as rosas, descartamos os espinhos.

Esse comportamento não difere da relação que temos com algumas normas jurídicas, principalmente com as insistentes na imposição de limites aos nossos desejos. Não gostamos de estar presos, independentemente da doçura desta prisão.

De todas, a Lei de Responsabilidade Fiscal - 15 anos recém-completados no último dia 04 de maio – é o melhor exemplo desta relação de amor, ódio, métrica, rima e dor.

Não conheço pessoa que rejeite, por negativos, os efeitos da estabilidade financeira e do equilíbrio entre receitas e despesas. Todos queremos a razoabilidade dos gastos do Poder Público, sem déficits sistemáticos, pois estes acabarão em mais recursos retirados de toda a sociedade.

Para isso, precisamos de limites, proibições, contenções. Somos hedonistas, como tais, buscaremos maximizar nossos prazeres até o ponto em que encontremos um obstáculo.

Felizmente, no Brasil, há uma barreira para desejos de gastos públicos tresloucados, denominada LRF – verdadeira tradução em direito financeiro da realidade da vida: em médio e longo prazo, gastar mais do que se tem significa ruína.

Em retrospectiva, muitos gregos gostariam de ter uma lei de responsabilidade fiscal quando se atiraram na farra de realizar as Olimpíadas de Atenas 2004, antessala da crise sem precedentes vivida até hoje no berço da civilização moderno.

Mas o quereres é contraditório. E o Brasil organizador de Copa do Mundo e Olimpíadas quer alargar os muros daquilo que para alguns seria uma prisão, sacando novas interpretações incompatíveis com o texto da LRF. Quando uma nova leitura do texto é insuficiente, saca-se outra norma para afrouxar os seus limites – como foi o caso da lei que ampliou o máximo de endividamento com parcerias público-privadas, encaixando com um martelo muitas das obras da Copa nos orçamentos estaduais.

Além disso, LRF no salário dos outros é refresco. Cada um quer uma interpretação que o livre do chão da realidade financeira, dando-lhe asas para ganhar liberdade na amplidão.

E a bruta flor do querer é criativa, vai das decisões judiciais que ordenam gastos de pessoal sem ser despesa com pessoal, até exclusões que se ampliam para contemplar gregos e troianos, quando falecimento e aposentadoria não são mais apenas falecimento e aposentadoria. Sem contar aumentos lineares do Judiciário e do Ministério Público, dispensados que foram destes pormenores representados pela disponibilidade financeira dos estados para pagá-los.

Não por acaso, alguns estados que foram sedes da Copa do Mundo encontram-se em meio a sérias dificuldades de pagamento da folha de servidores. Afinal de contas, haja adubo financeiro para alimentar tanta flor sem limites de crescimento.

Enfim, se não mudarmos o viés, não sei se nossa debutante chegará à vida adulta, sobretudo sua essência, que vem sendo devorada a garfadas de tempos em tempos. Sem ela, muitos dos desejos que ora buscamos com sofreguidão serão só desejos, pois o ventre da capacidade financeira será estéril.

Ou não (?!), que o diga Caetano!

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Abolição da Escravatura - Lei Áurea

 

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Princesa Isabel: assinou a Lei Áurea em 13 de maio de 1888
Princesa Isabel: assinou a Lei Áurea em 13 de maio de 1888

Introdução 

Na época em que os portugueses começaram a colonização do Brasil, não existia mão-de-obra para a realização de trabalhos manuais. Diante disso, eles procuraram usar o trabalho dos índios nas lavouras; entretanto, esta escravidão não pôde ser levada adiante, pois os religiosos se colocaram em defesa dos índios condenando sua escravidão. Assim, os portugueses passaram a fazer o mesmo que os demais europeus daquela época. Eles foram à busca de negros na África para submetê-los ao trabalho escravo em sua colônia. Deu-se, assim, a entrada dos escravos no Brasil.

Processo de abolição da escravatura no Brasil 

Os negros, trazidos do continente Africano, eram transportados dentro dos porões dos navios negreiros. Devido as péssimas condições deste meio de transporte, muitos deles morriam durante a viagem. Após o desembarque eles eram comprados por fazendeiros e senhores de engenho, que os tratavam de forma cruel e desumana.  

Apesar desta prática ser considerada “normal” do ponto de vista da maioria, havia aqueles que eram contra este tipo de abuso. Estes eram os abolicionistas (grupo formado por literatos, religiosos, políticos e pessoas do povo); contudo, esta prática permaneceu por quase 300 anos. O principal fator que manteve a escravidão por um longo período foi o econômico. A economia do país contava somente com o trabalho escravo para realizar as tarefas da roça e outras tão pesados quanto estas. As providências para a libertação dos escravos deveriam ser tomadas lentamente.

A partir de 1870, a região Sul do Brasil passou a empregar assalariados brasileiros e imigrantes estrangeiros; no Norte, as usinas substituíram os primitivos engenhos, fato que permitiu a utilização de um número menor de escravos. Já nas principais cidades, era grande o desejo do surgimento de indústrias.Visando não causar prejuízo aos proprietários, o governo, pressionado pela Inglaterra, foi alcançando seus objetivos aos poucos. O primeiro passo foi dado em 1850, com a extinção do tráfico negreiro. Vinte anos mais tarde, foi declarada a Lei do Ventre-Livre (de 28 de setembro de 1871). Esta lei tornava livre os filhos de escravos que nascessem a partir de sua promulgação.

Em 1885, foi aprovada a lei Saraiva-Cotegipe ou dos Sexagenários que beneficiava os negros de mais de 65 anos. Foi em 13 de maio de 1888, através da Lei Áurea, que liberdade total finalmente foi alcançada pelos negros no Brasil. Esta lei, assinada pela Princesa Isabel, abolia de vez a escravidão no Brasil.

A vida dos negros brasileiros após a abolição

Após a abolição, a vida dos negros brasileiros continuou muito difícil. O estado brasileiro não se preocupou em oferecer condições para que os ex-escravos pudessem ser integrados no mercado de trabalho formal e assalariado. Muitos setores da elite brasileira continuaram com o preconceito. Prova disso, foi a preferência pela mão-de-obra europeia, que aumentou muito no Brasil após a abolição. Portanto, a maioria dos  negros encontrou grandes dificuldades para conseguir empregos e manter uma vida com o mínimo de condições necessárias (moradia e educação principalmente).

Você sabia?

- 23 de agosto é o Dia Internacional em Memória do Tráfico de Escravos e sua Abolição.

FONTE:

terça-feira, 12 de maio de 2015

O POTIGUAR PIONEIRO DA AVIAÇÃO

AUGUSTO SEVERO DE ALBUQUERQUE MARANHÃO

Linha do Tempo:
1864 No dia 11 de janeiro, nasce em Macaíba/RN, Augusto Severo de Albuquerque Maranhão, oitavo dos 14 filhos do pernambucano Amaro Barreto de Albuquerque Maranhão (1827-896) e da paraibana Feliciana Maria da Silva de Albuquerque Maranhão (1832-893). 
1880 Aos 16 anos, viaja para o Rio de Janeiro, então capital do Império, e inicia seus estudos de engenharia na Escola Politécnica. 
1881 O inventor paraense Júlio César Ribeiro de Souza apresenta um projeto de dirigível ao Instituto Politécnico Brasileiro, o que motiva o jovem Augusto Severo a se interessar pelo voo, realizando observação de aves planadoras e construindo pequenos modelos de pipas. 
1882 Passa a lecionar matemática no Ginásio Norte Riograndense, do seu irmão Pedro Velho Maranhão, acumulando a função de vice-diretor. 
Em 1983, o ginásio fecha e Severo dedica-se ao comércio, primeiro como guarda-livros da empresa Guararapes e, mais tarde, associa-se à firma A. Maranhão & Cia. Importadora e Exportadora. 
1888 Casa-se com a pernambucana Maria Amélia Teixeira de Araújo (1861-1896), com quem tem cinco filhos. No ano seguinte, passa a escrever artigos para o jornal A República, anti-monárquico, do irmão Pedro Velho, e projeta um dirigível que incorporava ideias revolucionárias, o Potyguarania. O projeto, porém, nunca chegaria a sair do papel. 
1892 Abandona de vez a carreira comercial para dedicar-se à política, sendo eleito deputado ao Congresso constituinte que organizou o Estado. Neste mesmo ano, o Governo lhe concede auxílio pecuniário para que mande fazer, na Europa, um aeróstato dirigível de sua invenção. O dirigível recebe o nome de Bartholomeu de Gusmão. 
1893 Em março, o balão chega ao Brasil. A estrutura em treliça é inicialmente projetada para ser executada em alumínio, mas a falta do material faz com que Augusto Severo altere o projeto, construindo a parte rígida do aparelho em bambu. 
1894 Com cerca de 2.000m3 e medindo 60m de comprimento, o Bartholomeu de Gusmão realiza as primeiras ascensões ainda como balão cativo (preso por cordas) e mostra-se estável e equilibrado, demonstrando que a concepção proposta por Augusto Severo era adequada para o voo. Mas, no único voo do dirigível livre das amarras, a estrutura em bambu não suporta os esforços e se parte. 
1896 Em 19 de abril, no Rio de Janeiro, Augusto Severo pede patente para um “turbo-motor com expansões múltiplas e continuadas”, concedida no dia seguinte. Em 20 de outubro, sua mulher morre, após o que Augusto Severo inicia um relacionamento amoroso com Natália de Siqueira Cossini, de origem italiana, com a qual vem a ter dois filhos. 
1899 Em 27 de julho, no Rio de Janeiro, patenteia um novo balão dirigível, o Paz, que posteriormente tem o nome latinizado para Pax. 
1901 Augusto Severo licencia-se da Câmara para se dedicar à construção do Pax, que trazia muitas inovações em relação ao Bartholomeu de Gusmão. 
1902 No dia 12 de maio, tendo como mecânico de bordo o francês Georges Saché, o Pax inicia seu voo às 5h30, saindo da estação de Vaugirard, em Paris, capital da França. O dirigível eleva-se rapidamente, atingindo cerca de 400 metros, e realiza diversas evoluções que mostram aos inúmeros espectadores que as ideias do inventor potiguar Augusto Severo estavam corretas. Cerca de dez minutos após o início do voo, o Pax explode violentamente, projetando os dois tripulantes para o solo. Severo e Saché morreram na queda. Os restos do dirigível caem na Avenida du Maine, diante de uma grande multidão. 

 1908 A viúva de Augusto Severo, Natália, que presenciou a queda, nunca se recuperou da tragédia. Após retornar ao Brasil, ela se suicida com um tiro no coração, aos 30 anos de idade.

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segunda-feira, 11 de maio de 2015

RN SE ESQUECE DO MÁRTIR AUGUSTO SEVERO




Augusto Severo, o mártir a ser lembrado amanhã, e...
O Rio Grande do Norte resolveu mesmo esquecer seus filhos mais ilustres, cujas personalidades deveriam estar sendo sempre apresentadas aos demais conterrâneos como exemplos e modelos a nortear caminhos. A mais recente demonstração deste esforço de perda de cultura é o 113° aniversário de falecimento do aviador Augusto Severo de Albuquerque Maranhão, um dos mais respeitados mártires da história da aviação.
Ele transcorrerá nesta terça-feira, 12, amanhã, e nos meios de comunicação locais não vê notícia de qualquer preparação de evento para registrá-lo como iniciativa dos poderes constituídos. Quem está organizando um momento em sua homenagem é um grupo de admiradores capitaneado pelo advogado e empresário Augusto Maranhão, historiador que integra a família de Severo e cuja fisionomia, na opinião de amigos, lembra muito a deste.
Por sua iniciativa, alguns natalenses se reunirão às 15h30m de amanhã diante do busto de Severo chantado na praça que recebeu seu nome ainda nos anos quarenta, na Ribeira, para ser substituído há pouco tempo numa iniciativa do prefeito Carlos Eduardo Alves, para quem o local deve oficialmente ser chamado de “Largo Dom Bosco”. No mesmo local, até alguns anos atrás, os poderes públicos promoviam grandes eventos populares para enaltecer a história de Severo.
Três mortes
Na visão de Augusto Maranhão, Augusto Severo é um potiguar que morreu pelo menos duas vezes. A primeira foi na explosão de seu balão, o “Pax”, em Paris, há 113 anos, quando também perdeu a vida seu companheiro de invenções e experiências aéreas, o mecânico de bordo francês Georges Sachet, nome de rua na Ribeira, também em Natal. A segunda foi em 2014, quando a inauguração, em São Gonçalo do Amarante, do aeroporto internacional Aluizio Alves desativou em Parnamirim o Augusto Severo, cenário e testemunha das muitas contribuições que o Rio Grande do Norte emprestou ao avanço da aeronáutica.
Uma terceira morte ocorre em Macaíba, cidade onde Severo nasceu e cuja prefeitura não procura realimentar sua memória entre os munícipes.
Engenharia avançada
Além de aeronauta, Augusto Severo, nascido a 11 de janeiro de 1864, foi jornalista, inventor e político, chegando a representar o Rio Grande do Norte na câmara dos deputados da primeira república. Oitavo dos quatorze filhos do pernambucano Amaro Barreto de Albuquerque Maranhão (1827-1896) e da paraibana Feliciana Maria da Silva de Albuquerque Maranhão, realizou seus estudos primários em Macaíba e os secundários no Colégio Abílio César Borges, em Salvador, Bahia. Em 1880, viajou para o Rio de Janeiro, então capital do Império, e iniciou seus estudos de engenharia na Escola Politécnica.
...o dirigível "Pax", no qual perdeu a vida.
Motivado pelos trabalhos em aerostação do inventor paraense Júlio César Ribeiro de Souza, que apresentou um projeto de dirigível ao Instituto Politécnico Brasileiro em 1881, Severo passou a se interessar pelo vôo, realizando observação de aves planadoras e construindo pequenos modelos de pipas, uma das quais denominou “Albatroz”. Em 1882, passou a lecionar matemática no Ginásio Norte Riograndense, de propriedade de seu irmão Pedro Velho de Albuquerque Maranhão, acumulando a função de vice-diretor. No ano seguinte o ginásio foi fechado e Severo dedicou-se ao comércio, primeiro como guarda-livros da empresa Guararapes e mais tarde, seguindo os conselhos de seu irmão Adelino, associou-se à firma A. Maranhão & Cia. Importadora e Exportadora, onde ficou até 1892.
Inventos
Em 1888, casou-se com a pernambucana Maria Amélia Teixeira de Araújo, com quem teve cinco filhos. No ano seguinte passou a escrever artigos para o jornal “A República”, periódico antimonárquico fundado irmão Pedro Velho, e projetou um dirigível que incorporava idéias revolucionárias, o “Potyguarania”, que, porém, nunca chegou a ser construído.
Em outubro de 1892, ouvida a opinião favorável de professores da Escola Politécnica, o Governo concedeu um auxílio pecuniário para que Severo pudesse mandar fazer na Europa um aeróstato dirigível de sua invenção que incorporava as idéias que havia desenvolvido anteriormente. A esse aeróstato deu o nome de Bartholomeu de Gusmão, em homenagem ao inventor brasileiro Bartolomeu Lourenço de Gusmão, que apresentou em 1709, diante da corte portuguesa, um pequeno balão de ar quente.
O dirigível “Bartolomeu de Gusmão” introduzia um conceito novo. Era um aparelho semi-rígido, em que o grupo propulsor estava integrado ao invólucro através de uma complexa estrutura trapeizodal em treliça. O invólucro foi encomendado à Casa Lachambre, a principal firma de Paris especializada na construção de balões.
Em 19 de abril de 1896, no Rio de Janeiro, pediu patente para um “turbo-motor com expansões múltiplas e continuadas”, concedida no dia seguinte, às 12h40min (n 2.940). Em 20 de outubro desse ano sua mulher faleceu, após o que Severo iniciou um relacionamento amoroso com Natália de Siqueira Cossini, de origem italiana, com a qual teria dois filhos.
Em 27 de julho de 1899, no Rio de Janeiro, Severo patenteou um novo balão dirigível, o “Paz”, cujo nome foi posteriormente latinizado para “Pax”. Em 23 de julho de 1901, registrou a patente de uma “máquina a vapor rotativa e reversível”, com a qual os navios poderiam atingir velocidades maiores.
Custeou tudo
Em fins de 1901, Severo licenciou-se de seu mandato de Deputado Federal para se dedicar à construção do “Pax”. No novo dirigível, que era um desenvolvimento do “Bartholomeu de Gusmão”, Severo introduziu uma grande quantidade de inovações: abandonou o leme de direção e introduziu ao todo sete hélices: uma na popa, outra na proa, outra na barquinha e quatro laterais. Manteve a sua idéia de fazer uma aeronave integrando a quilha que levava os tripulantes e o grupo motor ao balão.
Augusto Maranhão (de branco): Severo morreu três vezes.
Sem ter conseguido qualquer auxílio externo, Severo teve que assumir toda a despesa para a construção do “Pax”. Pretendia usar motores elétricos, mas a falta de recursos e de tempo fez com que ele optasse por dois motores a petróleo tipo Buchet, um com 24 cv e o outro com 16cv. O invólucro tinha a capacidade de 2.500m3 de hidrogênio, com trinta metros de comprimento e doze no maior diâmetro. O aparelho pesava cerca de duas toneladas. Os ensaios foram realizados nos dias 4 e 7 de maio de 1902 com sucesso.
Morte
No dia 12 de maio de 1902, tendo Sachet e Severo a bordo, o “Pax” iniciou seu voo às 05h30min, saindo da estação de Vaugirard, Paris. Elevou-se rapidamente atingindo cerca de quatrocentos metros de altura. Realizou diversas evoluções que mostraram aos inúmeros espectadores que as idéias de Severo estavam corretas. Cerca de dez minutos após o início do vôo, porém, o “Pax” explodiu violentamente, projetando os dois tripulantes para o solo. Severo e Sachet morreram na queda. Os restos do dirigível caíram na Avenida du Maine, Paris, diante de uma grande multidão que seguia com interesse a demonstração.
A catástrofe do “Pax” teve um impacto enorme. Natália, que assistiu à queda, não se recuperou e, após retornar ao Brasil, suicidou-se com um tiro no coração em 23 de junho de 1908, aos trinta anos de idade. A tragédia não ofuscou o avanço científico das propostas do pioneiro potiguar: aconfiguração proposta por Severo, de um dirigível semi-rígido, foi revolucionária e influenciou o desenvolvimento dos dirigíveis nas décadas seguintes.
FONTE:
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Estão brincando com nossos impostos

Tomislav R. Femenick – Contador e Economista
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Após a Segunda Grande Guerra, Edward Murphy, um engenheiro da Força Aérea americana, estudava os efeitos que a rápida desaceleração das aeronaves causava nas pessoas, usando equipamentos que registravam os batimentos cardíacos e a cadência da respiração dos pilotos. Ao realizar um desses testes, constatou que a instalação da engenhoca estava toda errada e cunhou uma frase que deu origem a chamada Lei de Murphy: “Se alguma coisa tem a mais remota chance de dar errado, certamente dará”.
Em 1969, o professor canadense Laurence Peter, publicou com seu colega Raymond Hull, um livreto com o titulo de “The Peter Principle” (O principio de Peter). O tema era o grau da incompetência, existente no gerenciamento dos negócios. Uma das frases mais citadas da obra é esta: “toda organização em expansão caracterizar-se-á pelo acúmulo de peso morto no nível executivo, composto de sublimados por percussão”. Soblimado é aquele tornado sublime; elevado a um alto patamar de grandeza. Percussão aplica-se aos executivos que realizam atos que visam simplesmente produzir evidências de sua atuação, embora essa não agregue nenhum valor ao produto da organização.
Ora tudo o mundo sabe da grande expansão do Estado Brasileiro nas duas últimas décadas. Em contrapartida ao encolhimento do número de funcionários públicos na era FHC, houve um brutal aumento na era PT, isso tanto na esfera federal, estadual e nos municípios. E qual o critério para as contratações? O celebre QI; não o Quociente de Inteligência, mas “quem indicou”. Então se criou um mostro. Um Estado composto por pessoas levadas a um alto patamar de grandeza, que cultivam a sabedoria de fazer as coisas erradas, ocultando tudo isso pela burocracia sublimada às alturas. Não que não haja funcionários públicos competentes e esforçados. O problema é que eles são sufocados pela falta de habilidade e de aptidão e pela inabilidade de seus “chefes da ocasião”.
Nos meus dois últimos artigos citei alguns casos de incompetência e descasos com obras públicas, onde são empregados os impostos que nós, simples e mortais cidadãos, pagamos. Aqui vão outras. Por burocracia, as obras de recuperação de desmoronamento de Mãe Luiza e de recuperação da Biblioteca Câmara Cascudo andam a passos de cágados e as reformas do Forte dos Reis Magos ainda estão na dependência de projetos, licenciamento e licitação.
No capítulo dos absurdos destacam-se os calçadões das praias urbanas de Natal. Todas elas apresentam problemas. Serviços que são realizados há anos sofrem paralisações constantes. Nesse aspecto a Praia de Ponta Negra, nosso principal cartão postal turístico, é imbatível. É um anda e para sem fim. Nas praias do Forte, dos Artistas, Areia Preta e mesmo na Via Costeira há um histórico de fazer e refazer reparos que logo são desfeitos pela natureza, de tão mal feitos como são realizados.
As obras de engenharia dos presídios parecem até que são realizadas com papel machê, tão frágeis que são. O resultado é fuga de presos a toda hora. Todo o trabalho da polícia e da justiça de investigar, prender e julgar criminosos é desperdiçado, é dinheiro jogado fora pela falta de segurança onde ela deveria existir. Resultado: mais assaltos, roubos e assassinatos – sofrimento da sociedade – que demandam por mais trabalho para a polícia e para a justiça. E toda esta calamidade acontece à sombra de 13 convênios assinados com o governo federal e que se vencem ainda no decorrer deste ano, com investimentos previstos na ordem de R$ 43,6 milhões. O mais importante deles, no valor de R$ 14,7 milhões, tem por objetivo a construção da Penitenciaria de Ceará-Mirim, que o prefeito daquele Município agora quer inviabilizar.
Outras obras no Estado, que contariam com recursos federais, também estão ameaçadas de não sair do papel, principalmente no setor de abastecimento de água. As barragens de Santa Cruz, de Oiticica e do Alto Oeste, estão com seus trabalhos de ampliação, reforço e construção ameaçados pelo contingenciamento fiscal. Enquanto isso, a duplicação da Reta Tabajara, na BR 304, pode virar em mera quimera; pelo menos a curto e médio prazos.
A conclusão que se tira de todos esses desmandos é que a Lei de Murphy estava certa e que o Principio de Peter é perfeitamente aplicável ao serviço público brasileiro. Ou, ainda, que estão brincando com o dinheiro dos impostos que pagamos.

domingo, 10 de maio de 2015

HOMENAGEM AO DIA DAS MÃES


 
 
 
 
 
 
 
Mãe

 
Renovadora e reveladora do mundo
A humanidade se renova no teu ventre.
Cria teus filhos,
não os entregues à creche.
Creche é fria, impessoal.
Nunca será um lar
para teu filho.
Ele, pequenino, precisa de ti.
Não o desligues da tua força maternal.
Que pretendes, mulher?
Independência, igualdade de condições...
Empregos fora do lar?
És superior àqueles
que procuras imitar.
Tens o dom divino
de ser mãe
Em ti está presente a humanidade.

Mulher, não te deixes castrar.
Serás um animal somente de prazer
e às vezes nem mais isso.
Frígida, bloqueada, teu orgulho te faz calar.
Tumultuada, fingindo ser o que não és.
Roendo o teu osso negro da amargura.


Cora Coralina