quinta-feira, 19 de março de 2020





VALE A PENA COBRAR DE NOVO

Valério Mesquita*

O rio Jundiaí, no trecho em que atravessa a cidade de Macaíba, perdeu o solo, o curso, o chão, o cheiro, a visão e é ameaça a segurança dos habitantes. Entre o parque governador José Varela e a praça Antônio de Melo Siqueira deixaram crescer no leito poluído imensos manguezais que enfeiam um dos mais bonitos logradouros urbanos. Essa selva esconde lixo doméstico, carcaças de animais, marginais do tráfico de drogas em todo o seu percurso e os galhos já ultrapassam a altura da ponte e das balaustradas. A imprensa já publicou, excelente matéria sobre tudo que ameaça e destrói os rios Potengi e Jundiaí. Mas, o foco da minha questão e, creio, dos cidadãos macaibenses, reside exatamente neste aluvião de perguntas: por que o Idema e o Ibama não evitam, aparando, podando, somente nesse trajeto o “matagal” entre o antigo cais histórico do porto até a outra lateral da ponte? Por que não permitem a prefeitura  o fazer?
A praça e o parque perderam o charme de antigamente. Ninguém enxerga ninguém, olhando de um lado para o outro. A conscientização ambiental deve ser obedecida até onde não prejudique a funcionalidade urbanística e o senso prático e plástico do mapa citadino. Desde quando, em 1950, se planejou e se construiu a estrutura de pedra e cal das duas margens, o choque do progresso jamais prejudicou a superfície do rio. Nem, tão pouco, o molestaram, a expansão e o desafio do crescimento habitacional. Pelo contrário, a construção ordenou a trajetória das águas e defendeu as ruas periféricas contendo os transbordamentos. Contemplo, hoje, que os problemas das inundações estão equacionadas com a construção da barragem de Tabatinga. Por que o Idema  e o Ibama, tão preocupados com o meio ambiente, não permitem, apenas, nesse, pequeníssimo trajeto fluvial o corte da poluição visual da paisagem urbana e memorial de Macaíba?
Ali, a vegetação gigantesca e desproporcional encobre um dos pontos históricos do município. Refiro-me ao cais das antigas lanchas que faziam o percurso fluvial entre Macaíba e Natal: a lancha do mestre Antonio, o barco de João Lau, além da lancha “Julita” que transportou tantas vezes Tavares de Lyra, Eloy, Auta e Henrique Castriciano de Souza, Augusto Severo, Alberto Maranhão, João Chaves, Octacílio Alecrim e tantas outras figuras notáveis da vida social, cultural, política e econômica. Todos se destacaram nos planos estadual, nacional e internacional. Ali, o centenário cais, jaz sob os escombros de verdes balizas envergadas e fantasmagóricas. A visão noturna é tétrica e arrepiante. Desfigura e mutila os padrões estéticos do planejamento da urbe que a faz parecer abandonada e suja. Até a lua cheia que nasce lá por trás do Ferreiro Torto foi encoberta.
Assim como se deve obedecer a educação ambiental, do mesmo modo, exige-se o tratamento e o corte do matagal por parte do Idema e do Ibama a fim de evitar o represamento do lixo no leito, exclusivamente urbano. Nas capitais e cidades importantes do Brasil banhadas por rios não se vê tratamento tão dispersivo e indiferente da parte dos órgãos responsáveis. Ao redimensioná-lo neste texto, cabe aos institutos prefalados uma reflexão, um reestudo sobre o cenário dantesco do rio Jundiaí na parte descrita. O povo macaibense tem o direito de ouvir e a coragem de duvidar que essa “selva amazônica” que devora e perturba a todos seja explicada e resolvida, sem slogans, clichês, palavras de ordem, lugares comuns, peças de marketing ou princípios dogmáticos. Que venha à lume as boas intenções e que não fique a história de Macaíba submersa na floresta de manguezais.

* Escritor




NOITE ÍNTIMA

na estrada de penas e dores
o que me redime
senão a memória de teus beijos
musicais que continuam a ditar
meu voo como sinos do amor
que do passado
se tornam imortais?


- Horácio Paiva


(homenagem de Horácio Paiva aos meus 57 anos de casamento com THEREZA).

quarta-feira, 18 de março de 2020


RESGATANDO DARIO JORDÃO DE ANDRADE

Valério Mesquita*


Todo homem é sujeito e senhor de sua história. Seja político, empresário, profissional liberal, magistrado ou religioso. Meu tio Dario, falecido aos 97 anos, escreveu a sua história de vida com humildade e decência. Filho de pais modestos, nasceu em Macaíba onde a sua mãe Sofia Curcio, viúva, educou-o com sacrifício e obstinação, fruto da fibra italiana dos seus pais. Fez os primeiros estudos em sua cidade e, em seguida, Natal para depois se formar pela Faculdade de Direito do Recife. Foi promotor de justiça, juiz de Direito em Santa Cruz, Areia Branca, Macaíba e Natal, onde se aposentou. Parodiando Paulo na sua epístola, diria que ele combateu o bom combate e guardou a fé nos postulados jurídicos. O seu saber o fazia jurista de muitas consultas entre advogados e juizes que o procuravam.
Dario foi o último remanescente de uma geração de três famílias que se interligaram pelo parentesco e pelo matrimônio: Andrade, Maciel e Mesquita. As três vertentes pontificaram da primeira metade do século vinte até o seu final. Seus irmãos também longevos como ele, eram: Nair, Sofia, Nilda, Floriano e Clóvis. Do casamento com Geni Maciel de Andrade nasceram dois filhos: Sonia e Ivan Maciel de Andrade, advogado, jurista, escritor, membro da Academia de Letras, ex-consultor geral do estado por duas vezes. Deixou netos e bisnetos. O traço marcante da personalidade do meu tio residia na simplicidade. Daí a urbanidade, a disponibilidade de trato para com todos que dele se acercavam. Quando publiquei o meu primeiro trabalho em 1968, um pequeno ensaio intitulado “O tempo e sua Dimensão”, estimulou-me bastante denotando o sentido de ajudar porque esta era uma marca registrada inconfundível.
No Grande Ponto e no Café São Luiz a silhueta clara do seu vestir, a voz explicativa que se derramava no consuetudinário gesto italiano de ser, guardam a sua memória como o bom humor de cantarolar qual jovem de bem com a vida. O ex-padre Zé Luiz, freqüentador assíduo do café, registrou na sua coluna jornalística a alegria do amigo numa manhã luminosa com o estribilho da poesia de Gonzaguinha: “Viver e não ter vergonha de ser feliz”. Mas, há outro aspecto relevante na família Andrade. Refiro-me a união dos irmãos que jamais se intrigaram. Eram solidários em todos os instantes.  Exemplos magníficos de vida pautados no modo despojado e modesto de se conduzirem. Assim foi também Dario no exercício da magistratura onde não fez inimigos nem sujou as mãos com o azinhavre da improbidade.
O meu tio foi um autodidata. Leu os clássicos da literatura mundial e os grandes compêndios da filosofia do Direito formando uma sólida cultura. Poderia ter sido desembargador e a sua capacidade estava, inclusive, acima da média, não fossem as tribulações políticas da época vividas pelo judiciário. Aquela figura despretensiosa, que residia à rua General Osório, Cidade Alta, que não fumava nem bebia por ser inteiro, limpo, íntegro, probo, bom pai e esposo, sempre teve a minha admiração. Não privei tanto de sua intimidade quanto Ticiano Duarte meu primo e seu sobrinho. Quando adoeceu visitei-o algumas vezes. Não gostava de vê-lo sem o talento da boa conversa, da vivacidade, dos ademanes de homem educado e culto, sem deixar nunca de ser simples. Relembra-o hoje nesta coluna com saudade para testemunhar-lhe que dele muito me orgulho e guardo as melhores recordações.
(*) Escritor.



Ler, para saber escrever
Tomislav R. Femenick – Jornalista

Por motivos que agora não vêm ao caso, eu somente comecei a falar aos sete anos de idade. Ao mesmo tempo comecei a ler e iniciei os meus primeiros passos na escrita. Além dos tropeços de gramática, eu tinha outro problema: eu lia as “palavras” e não as “silabas”. Isso é, para mim a escrita era figurativa e não fonética. Quem corrigiu esse meu defeito foram os meus eternos gurus, Vingt-un e América Rosado. Mas essa é outra história, a ser contada em outra oportunidade, se a houver. O que importa agora é o fato de que eu fiquei com sequelas e, consequentemente, falava e escrevia errado. Até desenvolvi um método para que ninguém notasse meus erros: falava baixo e só escrevia com o dicionário à mão.
Quando tinha doze anos, fui morar em Alagoas e para lá levei as minhas deficiências linguísticas. Mas eu não poderia continuar com esse carma. Um dia, um ano depois, entrei na redação do Jornal de Alagoas, órgão dos Diários Associados, e pedi para falar com o Diretor. Fui recebido pelo mestre Otacílio Colares. Aí se deu um diálogo surreal, como dizem meus alunos.
– Trouxe algum recado para mim?
– Não, senhor. Vim lhe pedir para trabalhar no jornal.
– Mas nós não temos vaga de contínuo (na época era assim que se chamavam os office-boys).
– Mas eu não quero trabalhar como contínuo. Quero ser jornalista, repórter.
Otacílio olhou mas atentamente para mim, um menino de treze anos, e fez-me a pergunta que eu temia:
– E você sabe escrever?
– Não, mas quero aprender aqui, onde terei a obrigação de escrever todos os dias.
O jornalista, romancista e poeta não se conteve e deu uma imensa e sonora gargalhada.
– E como é que eu vou lhe pagar, se você não sabe nem escrever.
– Eu não disse que queria ganhar dinheiro. Eu disse que queria trabalhar, escrever.
Em seguida ele me explicou que os jornalistas deveriam saber mais do que simplesmente escrever; deveriam saber “encontrar” as notícias e selecionar aquelas que eram de interesse público. Depois de quase uma hora de conversa (para mim, a minha primeira aula teórica de jornalismo), lançou-me um desafio. “Traga uma notícia, escreva-a em forma de reportagem, sem se importar com os erros de concordância e ortográficos. Se for um furo, eu lhe contrato como repórter, com salário regular”.
Sai da redação do Jornal, que ficava na rua Boa Vista, e fui direto ao Palácio do Governo, ali perto, na Praça dos Martírios, e pedi para falar com o governador Arnon de Melo (o pai de Fernando Collor de Melo), dizendo ser do Jornal de Alagoas. Não demorou muito e fui recebido. Contei-lhe a minha situação e que precisava de uma notícia para ser contratado. Deu-me matérias suficientes para vários “furos” jornalísticos. Foi assim que ganhei o meu primeiro emprego como repórter.
Escrever foi uma doença que peguei ainda menino. O meu primeiro contágio foi através da minha avó, leitora ávida de tudo que era jornal. O que me intrigava era que, quando ela estava lendo, entrava numa espécie de transe, separava-se do mundo, não ouvia e nem falava com ninguém. Aquilo me fascinava; quem escrevia para jornal tinha o poder de encantar as pessoas.  
Depois foi um italiano, o doutor Pedro Ciarlini (pai de Augusto, meu colega), que me perguntou o que eu gostaria de fazer. Lembrando-me da minha avó, respondi: escrever. Então leia todos os livros que poder, foi a resposta dele. De lá para cá escrevi bastante; 55 livros e meus artigos já saíram em mais de cem jornais e revistas. Cheguei até a ser sócio-diretor de uma agência de notícias, a Enterprise Press. Mas, renovar é preciso. Para me manter atualizado, também tenho uma página na internet, a www.tomislav.com.br, que nos últimos cinco anos vêm recebendo, em média, mais de um milhão de visitas, oriundas de mais de trinta países.
Tribuna do Norte. Natal, 13 mar. 2020.




terça-feira, 17 de março de 2020

  




REGISTROS HISTÓRICOS
JANSEN LEIROS, PERFIL E SAUDADE



Jansen Leiros Ferreira nasceu em Macaíba no dia 15 de março de 1937, era o primogênito de Aguinaldo Ferreira da Silva e Maria Leiros Ferreira, nascida Maria Leonor de Castro Leiros.
Estudou no tradicional Grupo Escolar Auta de Souza e, em Natal no Ginásio 7 de Setembro, concluindo o ginásio e o curso técnico de contabilidade. Simultaneamente, cursou o científico no Ateneu Norte Rio-grandense. Aos dezoito anos, já havia escrito uma plaqueta fruto de pesquisas em sua cidade, que intitulou “Macaíba e seus tipos populares”. Após a editoração dessa plaqueta, ingressou na Faculdade de Direito da UFRN, cursando o bacharelado em ciências jurídicas e sociais.
Foi nomeado para o Instituto do Açúcar e do Álcool, lotado na Delegacia Regional do Rio Grande do Norte e em 1962, obteve transferência para a sede do órgão na cidade do Rio de Janeiro. E lá, concluiu seu curso de bacharelado em ciências jurídicas na Universidade do Brasil.
No terceiro ano do curso de Direito foi indicado pelo padre Raimundo Brasil – capelão da Base Naval de Natal - para substituir, no Serviço Social daquela unidade, o doutor José Gurgel Guará nas funções de Assessor Jurídico, onde serviu por quase dois anos, no Comando do Capitão de Mar e Guerra Milton Pereira Monteiro.
Ainda em Natal, estudou piano erudito com o maestro Waldemar de Almeida, no Instituto de Música do RN, ocasião em que participou de algumas audições públicas e participando do Conjunto de Câmera Prof. José Monteiro Galvão. Após 1964, face às dificuldades financeiras foi instado a deixar o serviço público federal para exercer a advocacia dando assistência a empresas privadas.
Ainda nos anos sessenta, realizou sua primeira viagem ao exterior, visitando o Peru, o Chile e a Argentina. Depois, conheceu a Europa Central e os Estados Unidos.
Retornando à Natal, foi nomeado para as funções de Assessor Especial da Fundação José Augusto, ao tempo em que eu exerci a presidência do órgão.
Em 1991, foi nomeado Assessor Jurídico do Estado, e lotado na Procuradoria Geral, onde aposentou-se aos setenta anos.
Jansen Leiros, como escritor, editou os seguintes livros: “Macaíba e seus tipos populares”, “Fragmentos e Reflexões”, “Contos do Entardecer”, “Apólogos do Nascer do Sol”, “Prelúdios de um Novo Dia”, “Relembranças”, “Macaíba de Cada Um”, “Sonata do Alvorecer de Aquários”, “Itinerário de um Sertanejo”, “Daphne – compromissos e resgates”, “Garimpando a Luz”, “Acordes da Alma”, “Aleluia do Homem Novo” e “Aquarela do Sol Nascente”.
No campo da música, ele criou entre uma vintena de composições: “Sonho de um Cello”, “Crepúsculo no Solar da Madalena”, “Alma Nordestina” e “Balada para Daphne”, todos por ele harmonizadas para orquestra de cordas.
Estudou canto lírico, e participou de conjuntos corais como o Harmus, do Instituto de Música Waldemar de Almeida, da Fundação José Augusto, de cuja criação foi um dos responsáveis quando compunha o Conselho de Administração. Barítono, como seu avô materno – maestro João Viterbino de Leiros, era um seresteiro nato e um orador de belas metáforas. Carismático, de simpatia contagiante, era querido pelos que faziam seu entorno. Como advogado, exerceu as funções de Juiz Eleitoral, do Tribunal Eleitoral do Rio Grande do Norte, nomeado pelo Ministério da Justiça e Juiz de Ética da Ordem dos Advogados do Estado do Rio Grande do Norte.
Como profissional de Direito, exerceu a função de advogado empresarial durante algumas décadas, quando foi nomeado para exercer as funções de Assessor Jurídico do Estado. Ainda como liberal, foi nomeado pelo Ministério da Justiça para as funções de Juiz Eleitoral do Rio Grande do Norte. Exerceu de 2004 a 2008, a função de Juiz de Ética da OAB/RN. Integrava o IHGRN e foi o primeiro presidente da Academia Macaibense de Letras.
Faleceu em 17 de outubro de 2016, pacificado com Deus e com os homens. Saudades muitas do amigo e conterrâneo. Faria 83 anos se vivo estivesse, dia 15 de março passado.


segunda-feira, 16 de março de 2020




COMEMORAÇÃO TRANSCENDENTAL

Por: CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES

        Pela hora em que posto este artigo, estavam THEREZINHA ROSSO GOMES E CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES fazendo juras de amor na Capela de Santo Antônio, na praça Bastista Campos, em Belém do Pará, por deferência da Paróquia da Trindade.
                  
              Estava consolidado nosso caso de amor, que começou com um simples olhar nos idos de 1948, quando vim morar na Rua Meira e Sá nº 120, vizinho à casa nº 118 dos italianos Rocco Rosso e Rosina Lovisi Rosso.
     
         Inicialmente simples vizinhos, depois colegas no Instituto Batista do Natal posteriormente amigos, namorados, noivos e, enfim, marido e mhjlher.

        Briguinhas de amor enfeitaram nossa convivência, até mesmo uma separação mais longa e cruel, da qual resultou uma dor de cotovelo traduzida numa música: "Afinal, terminou nosso amor, mas de um modo banal. Afinal acabou esse nosso idílio irreal. É melhor assim não terei dissabores, é melhor assim, buscarei outros amores. Não me procures mais eu te peço por favor! Não me atormentes mais - Tudo entre nós terminou. Terminou, Prá nunca mais, foi final O nosso amor acabou, mas não fiquemos de mal"

            Pois, pois, era só uma dor de adolescente, logo veio a volta. Seguiu-se o noivado em 06 de janeiro de 1962 e logo no ano seguinte o casamento em no dia 16 de março de 1963, que se tornou eterno enquanto durou a vida de minha THEREZA, que partiu para a Casa do Criador no dia 31 de março de 2019 ou precisamente até os 56 anos de casamento celebrados pelo Padre Mota, da Matriz de São Pedro em Natal, que nos presentou com bençãos e renovação dos votos em uma apartamento de hospital.

            Hoje, na presença dos nossos filhos: ROSA LIGIA, THEREZA RAQUEL, CARLOS ROBERTO ROSSO e ROCCO JOSÉ, nos 57 anos de casamento, celebrados em família, com as bençãos do mesmo Padre Mota, que se tornou um amigo fraterno.

                Um ano de saudade, sofrimento, mas, igualmente de renovação diária de um amor que se eternizou e jamais morrerá.

                 Convivemos 71 anos - a idade em que viveu minha querida mãe Maria Ligia.

                  Vamos juntos, com integral fraternidade, completar a missão que ela nos legou nesta dimensão da terra, em nome do bem, do amor e da harmonia cristã.


QUERIDA THEREZINHA, um beijo de todos.