quinta-feira, 22 de setembro de 2022

 VIDA É COLEÇÃO

 

Valério Mesquita*

Mesquita.valerio@gmail.com

 

Acho que todo aquele que vem ao mundo, mesmo para ser apenas estatística, é um colecionador. Quem não o é nessa vida? Câmara Cascudo, por exemplo, colecionava saber, erudição, cultura popular, e, até crepúsculos. O mestre Mussulini Fernandes era infalível filatelista. Há, ainda os que armazenam em estantes superpostas amarguras, decepções, ingratidões e liseus intermináveis. É a pior de todas as coleções. Conheço na praça centenas de colecionadores de promissórias, “papagaios” e pré-datados. Na política existem compiladores eméritos de vitórias e, principalmente, em maior número - de derrotas. Muito embora, haja aqueles que colecionam dinheiro: real, dólar, euro, libra, etc, etc. No Brasil quem comanda uma das mais seletas coletâneas é o político Paulo Salim Maluf, entre muitos outros, tanto aqui quanto alhures. Não precisa nem falar sobre muitos que colecionam objetos e mulheres como troféus emocionais.

Mas, a coleção mais esquisita e estranha é aquela ligada as transformações da vida. Certa vez, aconteceu na Câmara Municipal de Natal uma merecida homenagem ao ex-prefeito Djalma Maranhão, cassado, perseguido e preso pelo Exército em 1964. O legislativo natalense reabilitou a sua memória e homenageou igualmente vários auxiliares e correligionários de Djalma, também, à época, penalizados como ele. E adivinhe qual a banda musical que prestigiou o evento, executando acordes musicais como pano de fundo: a do Exército. Quem diria que um dia, tudo isso e outras coisas mais, aconteceria de uma forma que, não pode fugir do registro. Vale dizer que o homem, também, coleciona impossibilidades, imprevisibilidades e o inimaginável.

Uma coleção bizarra, macabra, repressiva dos governos totalitários diz respeito aos órgãos de informação e inteligência. Reúnem nos seus arquivos dossiês sobre pessoas, fatos e projetos. Recentemente, descobriram nos arquivos do FBI e da Marinha Norte-Americana que em 1908 o então Presidente Theodore Roosevelt, emérito caçador e ecologista, frequentador assíduo da selva amazônica, permitiu que se elaborasse um projeto de invasão ao Brasil, a começar pelo Rio de Janeiro (capital do País) em defesa, segundo os ianques, da desejada Amazônia. Até o super Djalma Maranhão figurava em 1947, nas prateleiras do FBI, disse-me o notável pesquisador potiguar Leonardo Barata.

Geraldo Melo Mourão, cearense, ex-integralista, ex-deputado federal, foi preso durante a 2ª Guerra Mundial, acusado de espião das nações do eixo. Passou seis anos na cadeia, durante o regime do “estado novo”. Saiu da prisão no alvorecer da redemocratização em 1947, alforriado por decisão do Supremo Tribunal Federal. Eleito deputado federal por Alagoas, foi cassado em 1964 e se exilou no Chile. Colecionou como muitos outros, prisões e banimentos. Através da TV Senado, de viva voz, narrou um episódio que demonstra cabalmente que o homem também coleciona ódios. Ele e mais três companheiros, denunciados e perseguidos tenazmente por David Nasser da Revista “O Cruzeiro”, armaram uma emboscada para seqüestrar o famoso jornalista. Contou detalhadamente, Geraldo Mourão que Nasser, sob a mira de quatro revolveres foi obrigado a comer, sentado à mesa, um prato cheio de excrementos. “Se não comer morre”, diziam. “Dê-me guardanapos”, pediu o jornalista. “Sem guardanapos”, respondeu um dos inquisidores. Concluída a abominável refeição, um dos odientos exclamou: “Mesmo assim vai morrer”.  Contido pelos demais, liberaram David, que teria talvez, preferido enfrentar de novo o Golias. Afirmam as más línguas que o reporte colecionou, ao longo da vida jornalística, impiedosos inimigos. Vida é coleção.

Atualmente, entraram na mansão do ex-presidente Trump na busca de papéis secreto da Casa Branca. E para ratificar a assertiva de que a vida é coleção, não são poucas as residencias de políticos e empresários brasileiros visitados pelos federais a cata de papéis e outras drogas.

(*) Escritor. 

quarta-feira, 21 de setembro de 2022


 


                                                             

Missa de 7º dia



INÁCIO MAGALHÃES DE SENA

Os amigos de Inácio convidam para a Missa de 7º dia

que mandarão celebrar em sufrágio da alma do

pranteado confrade e agradecem aos que

comparecerem a esse ato de piedade cristã.

DATA: 24 DE SETEMBRO (Sábado)

LOCAL: Igreja de Nossa Senhora de Lourdes

(Alto do Juruá) – onde se encontram os restos

mortais do Padre João Maria

HORÁRIO: 17,30 horas.

 

 A beleza da Palavra divina 

Padre João Medeiros Filho 

Em setembro, comemora-se o mês da Bíblia, em homenagem a São Jerônimo, cuja festa litúrgica é celebrada no dia 30. Esse notável exegeta e linguista dotou a Igreja de uma tradução latina da Sagrada Escritura, partindo dos originais em grego, aramaico e hebraico. O texto passou a ser chamado Vulgata, ou seja, versão para a língua da população (“vulgus”) do Império Romano. A Bíblia é revelação divina e literatura. Entretanto, contém peculiaridades distintas de outras produções literárias. Por vezes, verifica-se uma visão distorcida dos textos sagrados, concebidos por alguns apenas de forma denotativa, sem análise conotativa. Há também o seu aspecto metafórico. É preciso saber até onde se estendem a inerrância e a inspiração bíblicas. Tais características não abrangem necessariamente estilos, formas literárias, elementos culturais e tradições do tempo dos hagiógrafos. Há dados questionáveis, contributos das comunidades da época, advindos de sua cultura. Os escritos bíblicos são uma obra em coautoria. O homem colabora com o modo de narrar, escrever e outras informações de seu universo. O prólogo do Evangelho de João assegura-nos que “o Verbo Divino se fez homem e habitou entre nós” (“Verbum caro factum est et habitabit in nobis”. Jo 1, 14). Assumiu a humanidade, encarnando-se em nossos gestos e externando-se em nosso modo de falar. Somos sacramentais e instrumentos de sua teofania, isto é, manifestação transcendental.Certa feita, Salomão sonhou com o Onipotente, oferecendo-lhe auxílio para o seu governo. Então, fez-lhe o pedido: “Dai-me, Senhor, capacidade de escutar e discernir” (1Rs 3, 9). Saber ouvir e deixar-se interpelar pela Palavra Sagrada deve ser uma constante na vida dos cristãos. Isto poderá levar à sabedoria. Quanto mais se aprofunda o contato com o Altíssimo, por meio de sua revelação bíblica, melhor o fiel conhecerá a si mesmo. Santo Agostinho suplicava: “Senhor, que eu Te conheça, e eu me descobrirei melhor.” No coração da Igreja – que pulsa fortemente na vida litúrgica – a Escritura possui um lugar eminente. Entretanto, nem sempre tomamos consciência dessa realidade. Durante a missa, Deus nos fala na liturgia da Palavra. Na Eucaristia, Cristo renova misticamente o mistério de sua encarnação e presença entre nós. A Sagrada Escritura é um livro que não deve apenas ser lido, como qualquer escrito. Requer releituras e meditação: “Ao Eterno falamos quando rezamos, ouvimos o Senhor quando lemos o Livro Santo”, escreveu Santo Ambrósio. Ao nos deparar com os escritos bíblicos, podemos perceber que a vida do povo hebreu era semelhante à nossa. Assim como Ele protegeu outrora a nação escolhida, continua nos assistindo e amando. É necessário tratar os textos inspirados com toda a reverência. Não devem ser banalizados em seu anúncio, esquecidos nas estantes das bibliotecas ou instrumentalizados para fins ideológicos. É oportuno lembrar o que afirmara São Jerônimo: “desconhecer as Escrituras é ignorar o próprio Cristo.” Nossa espiritualidade nutre-se também dessa seiva divina, pois o Deus da Bíblia é o mesmo que pelo seu Filho nos sacia na Eucaristia. Fortalecidos por esse alimento espiritual, peçamos ao Mestre que sejamos sempre fiéis aos seus ensinamentos e possamos transmiti-los com fidelidade. Expressando a sua Palavra, Deus sai do seu silêncio recôndito, entrando em nossa intimidade. Penetra no código dos sons e sinais gráficos para possibilitar o nosso diálogo com Ele. A sua infinita misericórdia torna-nos capazes de entendê-lo e responder-lhe. Eis o mistério de fé patente na Sagrada Escritura, que a Igreja coloca em evidência, no mês de setembro! A Bíblia aponta-nos o caminho certo, a opção correta e sensata a ser assumida por nós. “Tua palavra é lâmpada para os meus pés e luz para o meu caminho” (Sl 119/118,105), proclama o salmista. Pertinentes são igualmente a pergunta e resposta encontradas no mesmo salmo (v. 9): “Como pode o ser humano levar uma vida pura? Guardando a tua palavra!” A Bíblia é canto, louvor, súplica, ação de graças, fonte de sabedoria e poesia. Não há como negar a beleza de tantos de seus versículos e passagens, tais como: “Quando vejo os céus, obra de tuas mãos, a lua, as estrelas e tudo que criaste, pergunto: o que é o homem, Senhor, , para dele te lembrares?” (Sl 8, 4).

terça-feira, 20 de setembro de 2022

 A virtude da gratuidade 

Padre João Medeiros Filho

 “De graça recebestes, de graça deveis dar” (Mt 10, 8), recomendou Cristo a seus discípulos. O Mestre desaprova a exorbitância do interesse, utilitarismo e descarte. A gratuidade é uma virtude essencial. No entanto, muitos consideram-na atitude insólita. Reconhecer a sua importância, parece algo bizarro nos ambientes políticos, marcados pela lógica do “toma lá, dá cá”. Não faz tanto tempo, nossalões palacianos, consagrava-se o jargão: “é dando que se recebe”, deturpando inescrupulosa e maliciosamente as palavras da oração atribuída a São Francisco de Assis. A ausência dessa virtude desencadeia a espiral das desigualdades, impedindo o surgimento de um novo ciclo para a humanidade. Constata-se o distanciamento da sociedade atual das ações orientadas por esse atributo humano e cristão. Já se tornou lugar comum falar do crescente derramamento de notícias e narrativas falsas na mídia e nas redes sociais. São inverdades propagadas em larga escala para fragilizar e desmoralizar pessoas, incitar ódio e, assim, de modo pernicioso e imoral, gerar vantagens para os disseminadores e aqueles que levianamente os orientam. Passou-se a coroar:sua majestade, a sordidez. A gratuidade é determinante para desenvolver o altruísmo, que ilumina a alma e fecunda a inteligência. “Há mais felicidade em dar do que em receber”, proclamou Jesus, em Atos dos Apóstolos (At 20, 35). Apesar de ser uma qualidade fundamental, ela vai se afastando do mundo hodierno e do seu papel de estímulo no coração humano. Em certos meios sociais, chega-se ao extremo de se pensar que agir gratuitamente é sinônimo de ingenuidade ou parvoice. Equivocadamente, muitos consideram “virtude” o oposto: manipular tudo em troca de algum ganho pessoal ou conveniência. Essa perspectiva egoísta torna-se permissiva para a conquista de benesses. A escassez da gratuidade alimenta patologias, tornando as pessoas dominadas por forças sedutoras e hegemônicas, levando ao individualismo e à ganância. É impressionante o avanço do egocentrismo nos hábitos da civilização contemporânea. As relações são orientadas ou estabelecidas a partir de um jogo de interesses. Assim, determinados indivíduos e situações são reduzidos a instrumentos para obtenção do objetivo. Um exemplo: muitos filhos não conseguem cuidar mais dos pais idosos e fragilizados. Alguns alegam uma série de motivos e compromissos. No fundo, talvez não queiram perder tempo e ter preocupações. Carecem do sentido da gratidão e desprendimento. Vive-se no império do utilitarismo e do descartável. Gestos magnânimos são necessários entre amigos. Quantas vezes, entende-se por amizade, a possibilidade de se poder obter benefícios. Se ela é desprovida de solidariedade não conseguirá despertar alento e esperança, trazer luz e alegria ao viver de muitos. O mundo de hoje tenta sepultar a generosidade, ensinada por Cristo, com suas palavras e exemplos. O problema ecológico, que está se tornando cada vez mais grave, é fruto do descaso do homem pela mãe-natureza, que oferece tudo gratuitamente. Os resultados desse desrespeito são agressões a seres vivos e tudo que nos circunda. Dádiva do Criador, ela é indubitavelmente pródiga e espera-se apenas o reconhecimento da humanidade pela sua doação. A extração desordenada de minérios,focadano lucro e na idolatria do dinheiro, é deletéria. Tem-se verificado que esse tipo de empreendimento causa tragédias, cenários desoladores e mortes. É preciso reavivar e cultivar o sentimento da gratuidade. Sem ela, a humanidade aumentará a escalada de contrastes e indiferença, comprovando que não adianta alguns terem os bolsos cheios, enquanto a maioria vive na miséria. Esse quadro conduz ao fracasso do ser humano. Até a vivência religiosa sofre desvios, sendo marcada, por vezes, de um jogo quase comercial. Os fiéis esperam, em retorno à sua crença, favores e graças. Entretanto, Deus nos doa tudo, nada exigindo em troca. A gratuidade é importante na pauta das práticas necessárias para reconstruir a sociedade. O Evangelho apresenta elementos capazes de levar os seres humanos a redescobrir riquezas indispensáveis. Entre elas, está a valorização da generosidade, que é a expressão do amor do Onipotente pelos homens. É importante relembrar o ensinamento do apóstolo Paulo: “Que cada um dê sem medir. Deus ama quem dá com alegria” (2Cor 9, 6-7).

 

THE QUEEN

 

Diogenes da Cunha Lima

 

Elizabeth II não era uma rainha, era, sim, A Rainha. Para os britânicos, The Queen. A Espanha traduz o seu nome, Isabel II. O amor de sua vida, o príncipe Philip, chamava-a Lilibeth, que soava como lírio, a flor simbólica do sexo, da pureza, da paz.

Impecável no vestir, elegante no trato, bem-humorada, discreta, rigorosa com as tradições e no cumprimento das prerrogativas e atribuições do reino.

A Rainha escolheu como parceiro um personagem shakespeareano, um príncipe da Dinamarca, como Hamlet. Tiveram um casamento de amor em todo o tempo. Aos 13 anos, ela começou o namoro, por correspondência, com o então Oficial da Marinha. Ela viveu com o consorte amado amante. Geraram 4 filhos. A mãe não permitiu que ostentasse o sobrenome do marido, reafirmando a linha dinástica dos Windsor. Elizabeth II foi intensa e extensamente amada pelo seu povo. Seu reinado durou 70 anos.

Chegou ao trono por circunstâncias especiais. Seu tio, Eduardo VIII, apaixonou-se por uma norte-americana divorciada e foi compelido a renunciar. Seu pai tornou-se o rei George VI e preparou-a para a função com disciplina, compartilhamento e estudos necessários. Na juventude, suportou as agruras da Segunda Guerra. Solidária ao seu povo, serviu com os granadeiros da guarda, o mais avançado regimento do exército. Posteriormente, sujava as mãos de graxa, integrando a equipe de mecânica. Aprendeu a dirigir veículos, inclusive caminhões.

Com o príncipe consorte celebrou inúmeras solenidades na Commonwealth e em outros países.  Exerceu, apenas uma vez, o seu poder de Chefe de Estado em conflito bélico, proibindo a prevista invasão britânica ao Iraque.

Em 1968, a Rainha e o príncipe consorte estiveram em quatro capitais brasileiras. Em nosso país, o casal valorizou a inauguração do MASP. Eles andaram pelas ruas de São Paulo, cumprimentando as pessoas. Assistiram a um jogo de futebol no Maracanã. No Itamaraty, onde fez discurso, ela revelou o encantamento pela Capital e pelo nosso país. O Império Britânico outorgou o título de Sir a ícones do Brasil, entre os quais Gilberto Freyre e Pelé.

No Palácio Buckingham recebeu muitos cantores e bandas de música pop, rock e erudita, incluindo-se aí Beatles, Rolling Stones, Led Zeppelin e Elton John. Conta-se que, após o show dos Beatles, um deles apontou para o jardim do palácio e avisou que a próxima apresentação seria nele. A Rainha respondeu com ênfase: “No meu jardim, não!”. O ex-presidente Trump, sem autorização da dona da casa, pousou com o helicóptero no jardim. A polidez e a liturgia do cargo não permitiram a natural reclamação.

Contracenou com James Bond, interpretado pelo ator Daniel Craig, em cena para a abertura da Olimpíada de Londres, em 2012. Por simulação, a Rainha pula de paraquedas juntamente com o ator.

Elizabeth preocupava-se com a natureza e com os animais. Era inseparável dos seus cães e do mais belo dos animais, o cavalo. Deixou como herança 32 mil cisnes, tão elegantes quanto ela.

The Queen foi a mais nobre protagonista do seu tempo.

 

segunda-feira, 19 de setembro de 2022

 


 

 

ENCANTOU-SE O “BISPO DE TAIPU”

Por Carlos Roberto de Miranda Gomes

 

         Nunca está só quem tem um livro para ler. INÁCIO MAGALHÃES DE SENA tinha muitos, muitos mesmos, sequer era possível saber a cor das paredes de sua modestíssima casa pois os livros iam até o teto.

         Dizia sempre, em suas conversas, que não conseguiria sobreviver sem os seus livros e por isso foi sufocado por eles.

         Nascido em Ceará-Mirim em 11 de dezembro do ano de 1938, completara seus 84 anos de existência e de andarilho por esse mundo afora. Conheceu Oropa, França e Bahia. Recebeu o título de Cidadão Natalense em 2015, sócio honorário do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte e da Academia Cearamirinense de Letras Pedro Simões Neto – ACLA-PSN.

         Cristão devoto, escreveu poucos livros [Agora lábios meus, dizei e anunciai, Memórias Quase Líricas de um Vendedor de Cavaco Chinês e outros escritos, inclusive importantes pesquisas a serem publicadas], pois era um Menestrel divulgando a sua cultura de forma oral, com muita sapiência.

         Segundo Pedro Simões Neto, ele era sócio fundador da confraria dos “Amigos de Manoel Onofre Júnior, ex-presidente da turma de pensadores da Praça das Cocadas, diretor e animador do clube lítero-recreativo da Poty Livros.” Recentemente pertencia à Confraria do Café Avenida.

         Em que pese suas periódicas enfermidades, sempre se saía bem, mercê do costume de andar muito a pé, o que lhe deu muita vitamina “D” e um suporte muscular mais intenso para um homem de sua idade.

         Grande papo, com tiradas de prosa que mereciam ser anotadas para serem reproduzidas em conversas e debates. Chegou a gravar a sua vida em sucessivos áudios no UhatsApp, que merecem ser reunidos para se escrever sobre ele e assim ficar na imortalidade.

         Além dos livros, também os DVD’S e muito cinema, mais de 20.000 fitas até que virou filme, exibido no festival de gramado em 2015.

         Inácio voltou à Casa do Pai na madrugada deste domingo 18 de setembro, após um razoável período de internamento no Hospital do Coração onde não lhe faltou nada. Dizia nas mensagens que estava no céu.

         Sem ter uma família que cuidasse dele a contento, recebeu o apoio da grande quantidade de amigos e amigas, que logo se consternaram com a notícia de sua partida, em particular os seus anjos protetores Maria Emília e Rachel, esta que cuidou dele até os últimos instantes de sua existência.

         Os amigos lhe proporcionaram um velório digno e um sepultamento no cemitério de Ceará-Mirim, junto aos seus ancestrais, satisfazendo um pedido seu. Entidades e Instituições culturais publicaram notas de pesar: IHGRN, Conselho Estadual de Cultura, inúmeros grupos de whatsapp e privados.

MISSÃO CUMPRIDA NOBRE AMIGO.

         Muito breve reativaremos na Eternidade a nossa Confraria das Livrarias e Cafés da cidade de Natal para discussão dos problemas do Brasil, do Mundo e da Igreja. TCHAU!

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(*) Quadro que pintei da Igreja de Ceará-Mirim.