domingo, 2 de maio de 2021

 

Sessenta anos do Movimento de Educação de Base

Padre João Medeiros Filho

Atualmente, fala-se muito em ensino remoto, híbrido, educação a distância, “homeschooling (educação ou escola domiciliar), metodologias e tecnologias alternativas. Entretanto, não se alude à experiência pioneira das escolas radiofônicas, nascida em Natal, no ano de 1958, fruto do trabalho pastoral e socioeducativo de Dom Eugênio de Araújo Sales. Este, inspirado na obra de Monsenhor José Salcedo, na Rádio Sutatenza (Colômbia), voltou-se para a radioeducação, em moldes avançados para a época. O próprio Paulo Freire, em carta endereçada a um professor da Universidade de Utrecht (Holanda), assim se expressou: “O pioneirismo da alfabetização cidadã está nas escolas radiofônicas do RN. Lá, houve criatividade e ousadia.”

Jânio Quadros, quando presidente da República, determinou que o governo federal alocasse recursos para o incremento das escolas radiofônicas, utilizando as emissoras diocesanas, com a mediação do Ministério da Educação. Assim, surgiu o Movimento de Educação de Base – MEB, criado pelo Decreto nº 50.370, de 21 de março de 1961, aproveitando o trabalho realizado pela arquidiocese natalense. O programa deveria executar um plano quinquenal (1961-1965) inicialmente com quinze escolas, devendo expandir-se nos anos subsequentes. Para cumprimento do decreto, foi estabelecida uma parceria entre o Ministério da Educação e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

As escolas radiofônicas de Natal eram originalmente vinculadas ao Serviço de Assistência Rural – SAR. Uma plêiade de jovens idealistas dedicou-se a essa instituição, cabendo destacar Otomar Lopes Cardoso, o qual merecia uma comenda pontifícia. Mas, “seus nomes estão inscritos no Livro da Vida”. (Fl 4, 3). A atribuição principal do SAR consistia em promover o homem do campo, precariamente assistido por ações governamentais. As escolas destinavam-se não apenas à tarefa de alfabetizar, mas também à de educar jovens e adultos. O apóstolo Paulo aconselhava: “Saibam ensinar e dialogar com toda a sabedoria.” (Col 3, 16). Incorporadas ao MEB, partiram para múltiplas ações: alfabetização, educação sanitária, doméstica, profissional, sociopolítica e religiosa. Propuseram-se igualmente a repensar o papel e modelo do educador, exigindo dele um espirito de diálogo e técnicas pedagógicas renovadas para a construção de uma nova civilização. Urge que ela seja “uma comunidade aberta, permitindo valorizar as pessoas independentemente de sua origem, crença ou ideologia”, como proclama a encíclica “Fratelli Tutti”.

As atividades do MEB tinham por unidade básica de sua organização o “sistema”. Este era formado por uma equipe de produtores de textos (professores), técnicos, supervisores, locutores e pessoal de apoio. Sua missão era preparar os programas-aulas e sua execução, através da emissora da diocese à qual se vinculava. No funcionamento local das escolas radiofônicas atuavam os monitores voluntários, escolhidos na própria comunidade e treinados pelo grupo dirigente. Eram encarregados de suscitar debates em torno dos temas das aulas transmitidas pelo rádio e estimular os alunos à reflexão. Os sistemas atuavam em determinada área geográfica e se utilizavam de receptores cativos de rádio. Para levar a cabo essa tarefa foram instaladas várias emissoras. No Rio Grande do Norte, além da rádio de Natal, surgiram as emissoras de Mossoró e Caicó, em 1963. Eis um dos importantes feitos dos bispos locais, dos padres Américo Simonetti e Itan Pereira, orientados por Dr. Otto de Brito Guerra. O nome das emissoras revela o seu público alvo: o camponês.

O crescimento do programa educacional foi rápido. Após cinco anos, contava com sessenta sistemas, sete mil escolas radiofônicas, cento e oitenta mil alunos, utilizando vinte e cinco radiotransmissores em doze estados, a maioria no Nordeste. Nesse período, foram alfabetizados aproximadamente quatrocentos mil jovens e adultos. Sessenta anos depois, colhem-se os frutos de um trabalho generoso da Igreja para o Brasil. Inúmeras pessoas beneficiadas por essa experiência tornaram-se promotoras de relevantes iniciativas de transformação social. Há de se reconhecer o valioso contributo educacional do MEB, especialmente nestes tempos pandêmicos, em que se esperam de governantes e educadores originalidade, dedicação e amor. No solo potiguar, berço das escolas radiofônicas, a data do sexagésimo aniversário do MEB passou despercebida. Cristo já advertia seus discípulos, ao cobrarem recompensa: “Somos servos inúteis, apenas cumprimos o nosso dever.” (Lc 17, 10).

 

 DUELO DE INTELECTUAIS

Diogenes da Cunha Lima

 

A luta diária com palavras é função básica de intelectuais, entretanto Carlos Drummond de Andrade diz que é a luta mais vã. Dos profissionais da palavra é esperado o tratamento cordial, gracioso, agradável. Mas nem sempre é o que acontece.

O poeta Drummond trabalhava no MEC de Gustavo Capanema. Apaixona-se por uma secretária chamada Ruth, namorada de Sérgio Buarque de Holanda. Resolveram o domínio amoroso no tapa.

“Otelo, o Mouro de Veneza”, é a tragédia do ciúme, obra-prima de Shakespeare. O estrangeiro general Otelo ama Desdêmona e com ela se casa em segredo. Ele nomeia Cássio como seu tenente. Iago, pretendente ao cargo, sabota o novo tenente, que se vê obrigado a duelar, e inventa uma falsa traição de Desdêmona. A tragédia termina com a morte dos amantes.

A vida imita a arte. Púshkin (1799-1837), o mais aclamado poeta russo, era casado com mulher belíssima, Natália. Comenta-se em San Petersburgo que haveria um laço amoroso dela com o tsar Nicolau I. Mas ele ciúma de George d’ Anthès, estrangeiro francês, tenente da guarda, bonito e elegante. É exasperado quando o invisível Iago lhe manda um pasquim com um “Certificado de chifrudo”. Na Rússia, à época, um duelo era punido com prisão perpétua ou com morte. Mesmo assim, Púshkin desafia o tenente para um duelo e é ferido com um tiro na barriga, morrendo dias depois, antes perdoando o desafiado. Os comentários aumentaram na cidade quando o tsar concedeu à bela viúva uma pensão de dez mil rubros e chamou os filhos dela para trabalhar no seu palácio.

Muitas outras pelejas entre intelectuais registra a história. Ficou famoso o duelo entre Proust e o crítico literário Jean Lorrain que o chamara de homossexual. Felizmente, os dois erraram o tiro. Os dois tinham razão, estimando a homossexualidade.

Assis Cintra, crítico literário e historiador, na época da Semana da Arte Moderna, de 1922, trocou bufetes com o diplomata e escritor Menotti del Picchia por acusá-lo de plágio de uma obra francesa que Menotti nem mesmo conhecia.

Conta-se que Gilberto Freyre haveria impedido a nomeação de Ascênsio Ferreira para a presidência da Fundação Joaquim Nabuco. O gigante Ascênsio não brigou com o mirrado Mestre de Apipucos. A vingança foi, a cada dia, mandar derramar lixo na porta da residência de Gilberto.

Ultimamente, a mídia tem dado destaque à contenda do ciúme entre dois dos maiores escritores latino-americanos, que chegaram a receber o Prêmio Nobel: Gabriel Garcia Marques, Gabo (1982) e Vargas Llosa (2010). Eram amigos fraternos. Os casais embarcaram em cruzeiro marítimo, Gabo com Mercedes e Llosa com Patrícia. Na travessia, o bonito e sedutor Vargas Llosa se apaixona por outra mulher e com ela desembarca. Patrícia retorna com os amigos. Depois, Gabo vai levá-la ao aeroporto para o reencontro no Chile. Galanteador, declara a Patrícia: “Se o avião não decolar, vamos fazer uma festa”. Em Santiago, já reconciliados, a mulher diz ao marido que os amigos dele andam atrás dela, denunciando Gabo. No Festival Literário na Cidade do México, Vargas Llosa dá um soco na cara de García Márquez: “Isso é por você cantar minha esposa”. Os óculos feriram o rosto do romancista que foi tratado com bife de carne verde para não ficar tão roxo. O curioso: mesmo tratamento que se dá no interior do Nordeste.

Vale a pena a amizade com intelectuais, eles iluminam, mas cuidado....

 

 

“Meninos, eu vi”
Padre João Medeiros Filho
 
Confesso que o verso acima – pinçado do poema de Gonçalves Dias, exaltando os timbiras – emociona-me e cabe justamente no relato a seguir. Trata-se de um registro dos primórdios da Barragem de Oiticica, no município de Jucurutu (RN). Os verdadeiros protagonistas de uma história nem sempre são lembrados. Sói acontecer que outros recebam os louros da vitória. Em 1951, o Nordeste viveu uma de suas frequentes secas, com longa estiagem. À época, era bispo de Caicó Dom José de Medeiros Delgado. Nesse mesmo ano, foi designado arcebispo de São Luís (MA), assumindo aquela arquidiocese, em 04 de setembro. Conta-se que sua despedida do Seridó foi pranteada, repetindo-se tamanha comoção, tempos depois, no sepultamento de Monsenhor Walfredo Gurgel. Este, em 19 de setembro daquele ano, assumiu o segundo mandato de deputado federal. A Sé de Santana, em poucos dias, foi privada de seu bispo e do vigário geral. Representava Jucurutu na Assembleia Legislativa, Stoessel de Brito, proprietário da Fazenda Baixio. Na construção do Ginásio Diocesano Seridoense (em 1941), o bispo e o parlamentar tornaram-se grandes amigos. O deputado foi tocado pelo dinamismo, sensibilidade, espírito ecumênico e humanitário do prelado. Brotou neles uma sincera amizade, perdurando até a morte.
Diante da inclemência da seca e do sofrimento da população, a autoridade diocesana convocou uma reunião com as lideranças seridoenses a fim de amenizar as consequências do flagelo. Nos períodos de estiagem prolongada, o poder público costumava organizar frentes de trabalho para os agricultores, impedidos de cultivar a terra. A coordenação dessas ações ficava a cargo do Departamento Nacional de Obras contra as Secas – DNOCS. Por sugestão de Dom Delgado, o grupo decidiu por unanimidade propor ao governo federal um empreendimento duradouro e não mero paliativo. Optou-se por indicar a construção de uma barragem, perto de Barra de Santana, como reservatório de água potável, destinado também à pesca e irrigação. O antístite caicoense conhecia bem o Piranhas-Açu, pois, quando jovem, viveu perto das nascentes do referido rio.
Dom Delgado estava prestes a viajar ao Rio de Janeiro para tratar com o Núncio Apostólico de sua futura diocese (São Luís). Antes, passou pela Paraíba, onde se encontrou com José Américo de Almeida, seu amigo de longa data e coordenador nacional do Programa de Combate às Secas. O governador paraibano era sobrinho, pelo lado materno, de Monsenhor Walfredo Leal, ex-governador da Paraíba. Este tinha profunda estima pelo jovem pároco de Campina Grande, futuramente primeiro bispo de Caicó. Na capital da República, Dom Delgado aproveitou para falar com o vice-presidente Café Filho e pessoas influentes, inclusive seu compadre Tristão de Athayde. Disso resultou posteriormente o ato federal, autorizando o inicio da construção da Barragem de Oiticica. O engenheiro Clóvis Gonçalves dos Santos foi nomeado para dirigir as obras.
Em 1953, José Américo ocupou, pela segunda vez, o Ministério da Viação e Obras Públicas, ao qual era subordinado o DNOCS. Como novo titular da pasta, liberou mais recursos para a barragem. Aproveitou a infraestrutura da Igreja, solicitando das paróquias supervisionar a distribuição de gêneros alimentícios às famílias carentes. Estas eram exploradas pelos “barracões”, integrantes da “indústria das secas”. Conferiu às autoridades eclesiásticas a missão de ouvidores das vítimas da estiagem. José Américo era católico fervoroso, ex-seminarista, sobrinho pelo lado paterno de outro padre (Odilon Benvindo). Veio a ser indicado pelo Presidente Vargas embaixador do Brasil, junto ao Vaticano. Porém, declinou da honrosa nomeação. Era muito ligado a Alceu de Amoroso Lima, tendo-o escolhido para saudá-lo, quando da posse na Academia Brasileira de Letras.
Dom Delgado pensou também na assistência religiosa aos operários. Recomendou a Padre Deoclides de Brito Diniz que lhes dedicasse especial atenção e zelo pastoral. No canteiro de obras, o inesquecível sacerdote celebrou uma missa vespertina, a primeira, em solo seridoense. No final da cerimônia, leu uma mensagem profética de Dom Delgado: “O suor de tantos, aqui derramado, um dia converter-se-á em água abundante para matar a sede e fome de nosso povo.” Que nome oficial será escolhido para denominar merecidamente, em breve, a barragem? Setenta anos depois, a população usufruirá de seus benefícios. Convém lembrar as palavras de Cristo: “Dai a César o que é de César, a Deus o que é de Deus.” (Mc 12, 17).

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ODE A CASA DA CULTURA

Valério Mesquita*

Fotos, recortes amarelecidos de jornais, álbuns perdidos, lembranças mortas, tudo se resume no que ficou de mim no caixote que mandei buscar em Macaíba. Quase cinquenta anos estavam ali amontoados sem me passar a certeza de que fui feliz. Viagens, lugares, reuniões, festas, política e políticos, o lar, as pessoas, o trabalho, os entes queridos, as entrevistas, os fatos, os enganos e os engodos, as ações e as traições, as frustrações, tudo, enfim, um baú de vida tecida e vertida em momentos fugazes mas com profundidade. Mesmo assim, era o meu inventário de aparências. O revelado e o relevante. Sim, porque as verdadeiras ações ficaram no pensamento, no que quis realizar e não consegui: porque o melhor de todos nós se encontra no irrevelado.

Sobre a mesa, o pacote empoeirado desafiava-me a memória. De plano, lembrei-me que muitos desses documentos foram náufragos há quase cinquenta anos, aproximadamente, de uma enchente que inundou a rua Francisco da Cruz nº 39, de minha mãe. Com a permissão do destino, os papéis não foram afetados menos outros, levados pela correnteza. Naqueles ali, apenas constatei o pó e a pigmentação do tempo. Estava diante de mim mesmo resumida a maior parte de minha vida? Perguntei-me. Vejam mesmo, meus caros leitores, o quanto é fuleira a vida quando a colecionamos ou a resumimos em vaidades. Era feliz e não sabia? Frase passageira e trivial ao texto. O fato é que enfrentei a memória contextual, os meus pedaços de vida, soltas, saídas do útero da casa mater, como único e suficiente tesouro do eterno aprendiz.

Um pacotaço maior e robusto havia me surpreendido à esquerda, naquela tarde de redescobertas. Tratava-se da coleção de diplomas, condecorações, títulos, troféus, placas, medalhas, etc. Era a coleção “vanitas, vanitatis”, que pendurara, ao longo do tempo, nas paredes da sala da frente. Testemunhas documentais de homenagens passageiras. Do mérito bajulatório umas e de fieis reconhecimentos outras. Enfim, passatempos. De que me servirá hoje tudo isso porquanto só a mim interessa? Penso assim, porque sempre o mundo dá e ele mesmo tira. O que importa é que agora sem a casa de Macaíba não tenho onde colocar meus inúmeros penduricalhos. Resido em casa menor, despojada de arquitetura senhorial que abrigava com pompa e circunstância meus escombros de guerra.

Mas, há algo que lá deixei, além das sementes e da vida dos meus pais, em cada parede, sala e jardim. Uma iniciada biblioteca constituída de bons livros de autores nacionais e principalmente do Rio Grande do Norte. Nas boas mãos de uma bibliotecária pode representar um bom começo para os futuros habitantes. Doei-os a Casa da Cultura Popular "Nair de Andrade Mesquita'' na expectativa maior de que os jovens de minha terra conheçam mais os autores potiguares. Em suma, eis o meu inventário. Modesto, raquítico, dietético, extraído daquele casarão onde habitou tanto amor, enxugou muitas lágrimas e perfumou sorrisos. Mas, ali tudo era assim mesmo: modesto, pobre, sem ostentação. Era verdadeiramente a casa do povo e que hoje é a casa da cultura popular, sem deixar de ser do povo. Não sei, mas sinto que há desígnio superior em tudo isso.

(*) Escritor


 

Uma vida sem Covid Daladier

 

 Pessoa Cunha Lima Reitor do UNI-RN 

 

No jornal Folha de S. Paulo, uma matéria prendeu minha atenção, a começar pelo título: “Uma vida sem Covid”. Assinada pela jornalista Luísa Pécora, a recente produção se refere a depoimento de uma brasileira que mora na Nova Zelândia, casada com um neozelandês. O casal estava no Havaí quando a pandemia se agravou, em março de 2020, e resolveu regressar, ou para São Paulo, onde morava, ou trocar as passagens para a Nova Zelândia. Os dois seguiram a lógica a favor da segunda opção, por anteverem maior controle da pandemia em um país pequeno e com cerca de 5 milhões de habitantes. Essa decisão, porém, não foi tão fácil, pois, do dia para a noite, tiveram de largar tudo em São Paulo, e foram morar do outro lado do mundo, sem ao menos se despedirem da família e dos amigos, levando somente uma mala de viagem. “Se fosse possível a um cidadão brasileiro entrar agora em um avião, cruzar o Oceano Pacífico e pousar na Nova Zelândia, a sensação seria a de desembarcar não em outro país, nem em outro planeta, mas em 2019”. É assim que começa essa excelente produção jornalística, como se fora uma ficção científica, na qual o ser humano retorna a tempos já vividos. Tempos nos quais eram frequentes os apertos de mãos, os abraços e beijos de afeto, as comemorações, as festas e aglomerações sem máscaras. E a brasileira, também jornalista, diz que foi dessa maneira, sem medo de ser feliz, que ela celebrou a Páscoa de 2021, mesmo com saudades do seu país, e com lembranças das tormentas que afligem o Brasil, causadas pela Covid-19. Ela aborda um índice pouco conhecido, voltado para a Segurança Global em Saúde (GHS, na sigla em inglês), que, em outubro de 2019, rankeou 195 países quanto à capacidade de lidar com pandemias ou epidemias. O Brasil foi considerado o 22º país mais preparado, e a Nova Zelândia o 35º. Em janeiro de 2021, o mesmo instituto elegeu a Nova Zelândia como o país que melhor lidou com a Covid 19, enquanto o Brasil ocupou uma das últimas posições. A reportagem muito se detém no papel do governo neozelandês no controle da pandemia, com ênfase para as ações da jovem presidente do pais Jacinda Ardern, de 40 anos. Logo nos primórdios da pandemia, ela fechou as fronteiras do país e decretou rígido lockdown nacional, por seis semanas, e, ao mesmo tempo, concedeu ajuda financeira às empresas e aos trabalhadores. Além de outras medidas eficazes, o país criou programa de vacinação no qual não faltam doses conforme o planejado. No dia 30 de março passado, a Nova Zelândia registrou dois casos novos, e o Brasil, com população 40 vezes maior, registrou 84.000. Não é à toa que a revista Nature escolheu o nome de Jacinda Ardern entre os 10 mais destacados do mundo em 2021. Afinal, até o presente, a Nova Zelândia registra 26 mortes e um total de 2.600 casos de Covid 19. A premiê neozelandesa recomenda: “Sejam fortes e sejam generosos”. Texto publicado na Tribuna do Norte em 29/04/2021