sexta-feira, 19 de março de 2021

 

Dia de São José

Dia de São José é comemorado anualmente em 19 de março.

Esta é uma data religiosa que celebra a figura do "pai terreno" de Jesus Cristo e esposo de Maria, mãe de Cristo: São José, é um dos santos mais venerados pela Igreja Católica em todo o mundo.

São José é conhecido também José de Nazaré, José, o Carpinteiro e como São José Operário, porque o santo era conhecido pela sua profissão, informação que podemos obter na Bíblia. Por esse motivo, no feriado do Dia do Trabalho - 1º de maio, é celebrado o Dia de São José Operário.

São José é considerado o padroeiro dos trabalhadores e das famílias. Em Portugal, o Dia dos Pais é celebrado no dia de São José.


História de São José

De acordo com a Bíblia, José era noivo de Maria, e por ser um homem justo foi escolhido para ser o pai terreno de Jesus.

Para tanto, um anjo apareceu em sonhos para que ele não rejeitasse Maria, uma vez que ela apareceria grávida apesar de não ter tido relações com José. O filho de Maria era Jesus, o Filho de Deus.

Quando Jesus estava perto de nascer, José e Maria tiveram que viajar para Belém a fim de fazerem o recenseamento, conforme tinha sido obrigado pelo governo romano.

Os locais para dormir estavam cheios e José teve que passar a noite numa gruta com Maria, onde nasceu Jesus.

Ainda de acordo com a Bíblia, José esteve presente na criação de Jesus e sustentou sua família com o seu trabalho de carpinteiro.

Oração de São José

"A vós, São José, recorremos na nossa tribulação, cheios de confiança solicitamos a vossa proteção no dia de hoje para todos os pais de família.

Vós fostes o pai adotivo de Jesus, soubestes amá-Lo, respeitá-Lo e educá-Lo com amor e dedicação, como vosso próprio filho.

Olhai todos os pais do mundo e especialmente os da nossa comunidade, para que, com amor e dedicação, eduquem os seus filhos na fé cristã e para a vida.

Protegei todos os pais doentes que sofrem por não poderem dar saúde, educação e casa decente para seus filhos.

Protegei todos os pais que trabalham arduamente no dia a dia para não faltar nada aos seus filhos.

Protegei todos os pais que se dedicam de corpo e alma à sua família.

Iluminai todos os pais que não querem assumir sua paternidade.

Iluminai todos os pais que desprezam seus filhos e esposas.

Enfim, olhai por todos os pais, para que assumam e vivam com alegria sua vocação paterna. Ámen".

São José, rogai por nós!

Oração de São José para Causas Impossíveis

“Ó glorioso São José, a quem foi dado o poder de
tornar possível as coisas humanamente
impossíveis, vinde em nosso auxílio nas
dificuldades em que nos achamos.
Tomai sob vossa proteção a causa importante que vos
confiamos, para que tenha uma solução favorável.
Ó Pai muito amado, em vós depositamos toda a
nossa confiança. Que ninguém possa jamais dizer
que vos invocamos em vão. Já que tudo podeis
junto a Jesus e Maria, mostrai-nos que vossa
bondade é igual ao vosso poder.

São José, a quem Deus confiou o cuidado da mais
santa família que jamais houve, sede, nós vos
pedimos, o pai e protetor da nossa, e impetrai-nos
a graça de vivermos e morrermos no amor de
Jesus e Maria.

São José, rogai por nós que recorremos a vós.”

 


quarta-feira, 17 de março de 2021

 

 


Para chamarmos de nosso; 3 exemplos

Tomislav R. Femenick – Jornalista

 

Uma das coisas que sempre me intrigou foi o fato de não termos um Prêmio Nobel para chamarmos de nosso. Dois brasileiros foram indicados: Carlos Chagas, em 1921, para Medicina, e Dom Helder Câmara, em 1971, para o Prêmio da Paz. Mas não levaram. Na América Latina oito países foram laureados: Argentina, com cinco; México, com três; Chile e Guatemala, com dois cada um, e Colômbia, Costa Rica e Venezuela, com um cada. Quer dizer que, no pedestal dos sábios, não há nenhuma figura para chamarmos de nossa; pelo menos no Panteão do reconhecimento. 

A pandemia da Covid 19 evidenciou um outro aspecto em desfavor do Brasil. Quase todos os países em desenvolvimento produziram vacinas contra o coronavírus. O Brasil é dependente da importação de imunizantes desses países. E por quê? Porque preferimos importar a fazer aqui. Voltemos à vacina para entendermos melhor: ao importarmos a dita-cuja pronta ou a tecnologia de como fazer aquele determinado imunizante (desenvolvido em outro país), ficamos presos “ao que se faz lá fora”. Isso é ruim? Sim, se for a única opção. No caso das vacinas e da indústria farmacêutica em geral, uma parte importante dos seus componentes é produzida pela indústria de “química fina”, atividade industrial voltada para obtenção de produtos de altíssimo valor agregado (diferença entre o valor de custo e valor de venda das mercadorias e serviços). Quanto maior a diferença, maior o valor agregado.

Aqui o problema se divide em dois. Primeiro temos a fase de produção das substâncias ativas dos medicamentos (vacinas, incluídas). Nesse estágio a margem de lucro (preço de venda menos custo) é menor. Na fase seguinte, quando se produz o medicamento propriamente dito, o valor agregado é maior, mais compensador. Resultado: o Brasil importa aproximadamente 90% dos insumos ativos do setor farmacêutico, isso porque o produto importado é mais barato que o produto nacional, em função da alta incidência de impostos que se repetem em toda a cadeia produtiva nacional. Resultado: Rússia, Índia e China saem na frente e nós não temos uma vacina para chamarmos de nossa.

Pelos dados disponíveis, contatamos que, em 2019, o Brasil era o sexto maior produtor de automóveis do mundo, subindo duas posições desde 2010. No ano passado, não sei em que posição ficou, pois os números são contraditórios e alguns deles ainda estão sendo levantados e/ou corrigidos. As maiores montadoras do mundo têm fábricas por aqui. As marcas europeias, asiáticas e norte-americanas veem em nosso país um grande mercado. Produzem aqui, porque aqui existe um enorme mercado consumidor.

O ponto fora da curva foi a Ford que, depois de um século presente em nosso território, abandonou tudo e foi embora. No entanto, o problema da Ford não é coisa do Brasil. Retirou-se também da Austrália e enxuga suas linhas de produção em quase todas as suas fábricas.   

Alguns empresários brasileiros se lançaram nesse mercado tão competitivo. Além das marcas Puma e Miura, famosas, porém nanicas, tivemos a Gurgel. Foi um sonho amador do engenheiro João Amaral Gurgel. Veículos feios, sem adoção de inovações já existentes nos seus competidores e, principalmente, sem visão empresarial, “os carros do seu Gurgel” deram chabu quase que ainda na linha de largada, após tentar montar sua unidade produtora no Ceará. Pena, pois poderia ter sido uma iniciativa vencedora. Caso à parte foi o exótico Romi-Isetta, o primeiro carro fabricado em série no Brasil, fruto de uma parceria entre a empresa italiana Iso com a brasileira Romi. Só tintam dois lugares e a porta se abria para a frente do veículo. Seu apelo não visava atender às necessidades de conforto, segurança e praticidade. Deu no que deu. E nós brasileiros continuamos sem ter uma montadora, uma marca automotiva, para chamarmos de nossa.

A síntese da história é essa. Temos sonhadores e aventureiros, mas falta-nos quem queira fazer deste um país do presente. Para coroar tudo isso, sobram-nos governos erráticos, que corrompem ou desconsideram as universidades e preferem o caminho mais fácil: comprar em vez de produzir.

 

Tribuna do Norte. Natal, 17 mar. 2021

 

 

 

 


 


PRAIEIRA (99 ANOS)

Valério Mesquita

Muitos já cantaram e falaram sobre “Serenata do Pescador”, composição imortal de Othoniel Menezes e musicada por Eduardo Medeiros que atravessou o tempo e o vento com a mesma beleza sonora e poética. A pesquisadora Leide Câmara reuniu a melhor geração de intérpretes norte-riograndenses que gravaram a composição, uma estrofe cada um, pela primeira vez em estúdio. Se os estilos de cantar de cada um são distintos, pelo timbre de voz, a inflexão, a entonação dos versos, é inegável a intensidade e a paixão de todos na interpretação, como se estivessem vivendo a fascinação do pescador ante o permanente e o efêmero da aventura marítima. 

Esse poema musicado de 1922, alcançou a força de uma obra prima e se tornou hoje a canção tradicional de Natal pelo paladar do povo. Nem precisaria a eficácia de um decreto oficial. Lembro a noite de lançamento que se realizou no Palácio da Cultura (80 anos), onde a confrade Leide Câmara, fiel porta-estandarte da música potiguar, reuniu centenas de natalenses de boa vontade que não deixam cair a bandeira, a riqueza e a beleza do talento dos nossos músicos e intérpretes. O disco teve a capa do imortal Dorian Gray e a apresentação de vários expoentes da nossa cultura. Fui presente e me senti feliz por prestigiar o evento, passageiro do batel naquela noite de navegação e delicadeza aquática.

Tratou-se de um acontecimento que fala a alma e o coração de Natal e precisava repercutir por que não é fugaz e frívolo como o carnatal. Vivemos numa cidade que lança livros que não se lêem, línguas que não se aprendem (exceção para aquelas ferinas), amor que não se dá, a não ser aqueles movidos à álcool e as drogas, próprios da folia doidivana onde tudo depois é esquecido. Província que desfila vaidade nas crônicas e só veste abadás nas passarelas. Natal precisa saber quem é e a que veio. Carnatal não é cultura. Mas, sim dinheiro, ganância, transitoriedade e consumo de carne. Por que não prestigiar o autor, o músico, a música e o cantor norte-rio-grandense? Só pensam em lucro fácil e fáctil. Todo folião que se despedaça no carnatal não retorna mais inteiro. Perdem a identidade assim como Natal perde, a cada ano, a sua cara e a própria identidade cultural. 

Por isso cultuo o “pão cotidiano” das coisas nossas sem deixar de me preocupar com o poente apagado do Potengi amado, outrora tão aceso e contemplado por Câmara Cascudo que sempre valorizou os temas, as criações, os autores e o patrimônio da cultura do Rio Grande do Norte. O mundo ainda não acabou por causa de dez por cento de cristãos de fé e penitência de todas as religiões do planeta. E a música potiguar brasileira não se exauriu ainda por que existem figuras como Leide Câmara e todos os doze intérpretes de Praieira, além dos seis músicos, somados às dezenas de outros profissionais espalhados pelo Rio Grande do Norte que vivificam o labor diário de compor e cantar a música genuína de nossas origens e vertentes. Ouçamos Fernando Pessoa:  “a vida é breve, a arte é longa”. 

(*) Escritor

 

terça-feira, 16 de março de 2021

 


Minhas Cartas de Cotovelo – verão de 2021-19

Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes

DIA 16 DE MARÇO DE 1963/2021

       Foi nesta data, há 58 anos que, na capela de Santo Antônio, da Diocese da Santíssima Trindade, na cidade de Belém, Estado do Pará, que aconteceu a minha união com THEREZINHA ROSSO GOMES.

       Longo percurso, iniciado em 1948 quando chegamos à Rua Meira e Sá, vindos de Macaíba, onde o meu pai era Juiz de Direito, quando nos encontramos pela primeira vez e daí caminhamos até sua partida no dia 31 de março de 2019.

       Assim ela se pronunciou num escrito encontrado após o seu encantamento:

Foi no ano de 1948, numa bonita casa (Rua Meira e Sá, 120 – Barro Vermelho), que chegava um caminhão de mudanças para abrigar uma família – do Juiz José Gomes da Costa, casado com Dona Maria Lígia de Miranda Gomes e seus filhos. Não sabia na minha ingenuidade, que aquele caminhão e aquela família chamava-se “Felicidade”.

    Sim, “Felicidade” é o nome perfeito, porque ali, entre aqueles filhos do casal (que também se amava muito) estava o homem da minha vida, o homem que seria futuramente meu Grande Amor.”

Passaram-se anos e sempre um ao lado do outro sem perceber e saber que um pertenceria um ao outro. Enfim um grande amor.

     Hoje, nas águas tranquilas de Cotovelo, lembro muito bem o carinho que ela devotava a este recanto do litoral sul, conforme registrou em seu diário:

 

Nossa casa, nosso paraíso COTOVELO

Não sei porquê lá nós somos diferentes.

Parecemos até adolescentes.

Porquê?

Será este mar mexe com a gente?

Este mar tem um feitiço.

Deixa a gente diferente.

Nós cantamos, declamamos e amamos também.

Um amor só da gente

Um amor diferente

Um amor envolvente.

_________

Que alegria quando vejo todos juntos a mim – não é egoísmo, é amor.

A nossa casa na praia é nosso paraíso,

construída com aquele desejo enorme de nos reunir.

Cada tijolo que subia, seu pai sorria de alegria,

por ter realizado o grande sonho. Cotovelo nosso ninho. (1997)

 

       Aqui vivemos com ela o seu último veraneio (janeiro/fevereiro 2019). Voltaríamos para o Carnaval – chegamos a comprar as camisas de 3ª Cotovelada, mas a enfermidade foi rápida demais e nos levou a razão de toda a nossa felicidade. Agora só restam a saudade e o relembrar de dias tão ditosos.

       Um beijo minha querida. Estou aqui em Cotovelo aguardando o nosso reencontro.