sexta-feira, 3 de março de 2023

 SENHOR, NÃO DEIXES QUE O MUNDO O SUPERE!

 

Valério Mesquita*

Mesquita.valerio@gmail.com

 

As Sagradas Escrituras, desde Gênesis, registram a participação direta de Deus na condução do povo escolhido. Abrão, Elias, Jacó, Moisés, Josué, Davi, Salomão e os relatos dos profetas Samuel, Ezequiel, Daniel, Jeremias, Isaías, Zacarias, Malaquias, todos narram fatos: vários ouviram a voz de Deus e foram inspirados nos ensinamentos e procedimentos. Receberam mensagens divinas através dos anjos, foram guiados, sofreram e quantos não morreram até a chegada do Messias? Quantas batalhas vitoriosas não foram travadas pelo povo Judeu que depois foi escravizado por inúmeras potências estrangeiras até a fase dominadora dos romanos quando Jesus nasceu? Numa medida extrema para salvar o mundo apodrecido daquele tempo, Deus enviou o seu filho Jesus com a missão da boa nova a fim de tirar os pecados dos homens e remir a humanidade degenerada.

Mas estava escrito que, cumprida a missão, o Cristo seria crucificado para depois ascender ao Pai. Ressuscitado, Êle ainda permaneceu na terra ultimando junto aos apóstolos suas recomendações finais, cujo ponto alto foi a unção do Espírito Santo para todos eles enfrentarem o imenso mundo hostil e ímpio que estava deixando. Em verdade, não fosse o milagre da transferência do Espírito Santo teria sido impossível aos apóstolos realizarem a ingente tarefa de pregação e de cristianização. E Paulo de Tarso se destacou entre todos como o mais sábio e operoso obreiro. Hoje, a humanidade se repete no tempo. A imensa maioria do globo terrestre não é cristã. A obra evangelizadora não atingiu seus objetivos na Ásia e no Oriente, barrada pelo islamismo, o budismo, o bramanismo além dos regimes políticos de exceção da era stalinista, hitlerista e maoísta, entre outros da mesma escória.

Que razões poderiam ser elencadas? Teria sido a divisão das correntes do cristianismo no século XVII? A ligação, à época, da Igreja Católica com os governos absolutistas e colonialistas da Europa que se dispuseram a impor coercitivamente o domínio político e religioso aos gentios da Ásia, África e Oriente? As igrejas cristãs teriam optado pelo regime de “cada um por si e Deus por todos”,  na presunção de que a divisão do rito, da obediência, da interpretação discrepante,  bíblica e dogmática da descentralização - a doutrina e a evangelização não se espalhariam mais pelo mundo?

O fato é que, do século XX para cá, o poder econômico tem se concentrado nas mãos dos maus em todas as esferas. Por maior que seja o esforço dos evangélicos e católicos de recriarem o universo, persiste a impressão que a humanidade sucumbe ao poder do Demônio. Na sua primeira vinda, Jesus redimiu o mundo dessa escravidão, comissionando aos discípulos anunciar as duas opções: crer para se salvar ou descrer para condenação. Tudo está em Mateus 7.13 e Marcos 16.16. Todavia, para essa segunda e definitiva etapa, vejo como leigo, que se torna imperativo que o Senhor amplie pelo Espírito Santo a tarefa dos seus discípulos no mundo de hoje. Daquele tempo de Jesus para a ultramodernidade dos nossos dias, o número da população global atingiu a casa dos bilhões; a máquina mortífera da comunicação de massa e o dinheiro permanecem com os ímpios e pecadores que destroem o trabalho ”formiguinha” dos  discípulos hodiernos; nos tempos bíblicos a intolerância cristã dos chefes de estados era o óbice; ao passo que, na atualidade, as ações da intolerância estão nas leis e nos códigos que se multiplicam, nos costumes, nos lares, nas ruas e que somente o esforço do Espírito Santo com maior intensidade e vigor, haverá de derrotar o Diabo novamente. Por isso, não cesso a oração: “Senhor, não deixes que o mundo o supere!”.

O grande Mário Andrade (1893-1945), na sublime reflexão do “Valioso Tempo dos Maduros”, disse: “Já não tenho tempo para conversas intermináveis”. “Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa”. Quero caminhar perto de coisas e pessoas de verdade. O essencial faz a vida valer a pena. E para mim, basta o essecial”. Quanto a mim, Jesus Cristo é essencial!

(*) Escritor.











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