quinta-feira, 8 de setembro de 2022

 


MORREU A SENHORA DIGNIDADE

Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes

         Somente um fato relevante me faria voltar a escrever. Em verdade desde a última Carta de Cotovelo venho suportando uma fadiga, agravada com a covid 19 e sequelas subsequentes, ocupando o meu tempo no silêncio do atelier e fazendo pinturas que ainda alimentam o meu espírito de vivente.

         Na verdade, assumi a viuvez definitivamente. A falta da pessoa amada é uma cruz muito pesada, regada diariamente pela solidão.

         Mas o motivo desta minha prosa foi a morte da Grande Elisabeth II, cuja trajetória de vida acompanhei, desde o seu casamento, a assunção como Rainha da Inglaterra. Mas, com especial destaque, como exemplo de dignidade de uma criatura humana e de Chefe de Estado.

         A notícia me chegou pela televisão, mais ou menos pelas 14 horas e, contrito, pedi a Deus pelo seu espírito.

         Durante alguns longos minutos revivi a sua vetusta missão de Rainha, com mais de 70 anos de reinado. Sobre ela fiz algumas leituras e assisti vários seriados e posso concluir que, ela carregou um fardo pesado, sempre com a demonstração exemplar de dignidade - para mim, o seu traço de maior grandeza.

         Aproveito este momento para justificar aos meus poucos leitores, que as Cartas de Cotovelo foram suspensas porque há dois meses não compareço à minha prazerosa Passargada. Mas o farei quando a primavera voltar – tenho planos para esse findar de existência que já ultrapassou a idade dos meus queridos pais, que tinham muito mais merecimento para estarem vivos.

         Muitas águas têm passado pelo rio da minha vida e de nada me arrependo ao olhar o retrovisor.

         DEUS SALVE A RAINHA e a receba em uma carruagem cheia de anjos e rosas, num  séquito  celestial somente admissível para os justos.


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