terça-feira, 9 de setembro de 2025

 

Cartas de Cotovelo (final do inverno de 2025)

Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes

            Na amplidão de dias vividos, muitos dos quais – os últimos, numa atmosfera de decepções e de saudades, resolvi romper a solidão do meu exílio voluntário e, apesar do chuvisco intermitente da antevéspera do dia da Pátria, e dar um pulo para minha outrora “Passárgada de Cotovelo” e ver como estão as coisas por lá.

            Cheguei na boca da noite, na companhia do meu filho Rocco José e só para arrumação, jantar, televisão e rede. Dormi bem, graças a Deus.


            Na manhã do dia seguinte, a primeira surpresa alertada por João Batista Jota, que dá sempre uma olhadela no imóvel – as orquídeas de Dona Therezinha, minha companheira de 71 anos de convivência, encantada em 31 de março de 2019 - estavam floridas por demais. Eram brancas, vermelhas, róseas e lilases, no contraste com o verde do seu entorno. O coração bateu mais forte! A chuva não deixou que fosse ver o mar e seus encantos. Continuei em casa fazendo o trivial.

            Pelas 9 horas ouvi o programa da rádio Mar e Campo, do meu amigo Octávio Lamartine, que abordou tema importante e atual do uso indevido da internet e da inteligência artificial. Em seguida alegraram-me naquele sábado as visitas da minha filha Rosa Ligia, seu filho Raphael com a namorada Hana e o cãozinho Tel.

Foto em preto e branco de grupo de pessoas na frente de um prédio

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            Amanhece o dia 7 de setembro. Antes de descer para o desjejum, leio alguns livros de cabeceira e, um deles – “Além do Jornal”, do meu amigo e confrade Manoel Onofre Júnior trouxe-me caras lembranças de lugares e acontecimentos próximos à minha existência de jovem, causando-me emoções incontidas, o que motivou um telefonema para o autor para declarar a minha satisfação com a sua obra e parabenizá-lo por tão interessante trabalho. Ele ficou feliz.

            Como persistisse a chuva, tracei o programa de assistir, pela televisão, os diversos desfiles do Dia da Pátria, trazendo-me a memória do meu tempo de estudante, comandando a Banda Marcial do Ginásio Natal do Prof. Severino Joaquim da Silva, percorrendo as ruas da cidade, com cadência e firulas que inventávamos para destacar de outras bandas – Marista, Ahteneu e Escola Industrial, até o desfile oficial. Caminhando mais um pouco, lembrei o 7 de Setembro de 1959, quando estava no Exército Nacional e desfilei na Avenida Deodoro, com ardor e emoção de um esbelto infante que amava a sua Terra Amada.

            Obrigado SENHOR por dias tão ditosos. Que se repitam nos próximos, enquanto percorro o descer da ladeira da vida (86 anos no dia 10), ainda com o propósito de escrever outras Cartas de Cotovelo, com o sentimento de paz e amor.

Um comentário:

  1. Dr. Carlos, querido amigo,
    confesso que estava com saudades dessas deliciosas "Cartas de Cotovelo". Tomo a liberdade de sugerir-lhe que às escreva, independentemente de estar ou não na sua querida “Passárgada de Cotovelo”. Nós, seus leitores e admiradores, agradeceremos.

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