domingo, 25 de julho de 2010



DIA NACIONAL DO ESCRITOR

A data de 25 de julho marca o Dia Nacional do Escritor, assim definida por Decreto Governamental de 1960, em decorrência do sucesso do I Festival do Escritor Brasileiro, organizado naquele ano pela União Brasileira de Escritores, por iniciativa de seu Presidente, João Peregrino Júnior, e de seu vice-presidente, Jorge Amado.

O escritor, apesar das drásticas modificações dos costumes, continua a cultuar a coragem, a palavra e a emoção.

Nossa cidade estará comemorando, logo mais, a data com a seguinte programação:


DIA DO ESCRITOR
(25 DE JULHO)
PROGRAMAÇÃO
16h – Do ofício de Escrever
Moderador: Eduardo Gosson – UBE/RN
(Tarcísio Gurgel – UBE/RN , Geralda Efigênia - SPVA e Iara Maria – Casarão de Poesia)

Realização: UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES DO RIO GRANDE DO NORTE - UBERN
Patrocínio: Livraria Siciliano
Data: 25 de julho (Domingo)
Hora: 16h
Local: Livraria Siciliano do Midway Mall
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O LIVRO DE ADÉLIA

“Não me importa a palavra, esta corriqueira.
Quero é o esplêndido caos de onde emerge a sintaxe,
os sítios escuros onde nasce o “de”, o “aliás”,
O “o”, o “porém” e o “que”, esta incompreensível
muleta que me apóia.”(*)

Tenho um livro dos porquês do chileno Neruda. Foi-me dado por ele, o homem que não me queria nem tolerava as minhas arrelias comigo mesmo. Até hoje me pergunto por que, se eu não era dada à leitura, nem ele às compras de livros.
Nunca o li nem o consultei – porque o faria se o que quero são respostas?
Os porquês existem para se conservarem enigmas ou para serem como os espinhos do cardeiro: abraçam-nos e nos excitam com grosseria e crueldade, possuem-nos e depois nos abandonam, flores temporãs inacessíveis.
Deixou-me, o meu amado, assim sem mais nem menos. Trocou-me pelas baldias e vãs promessas de carnaval. Deixou-me antes da quarta de feira de cinzas, segundo ele, em consideração ao meu dedicar-me e bem querer seus reconhecidos. Senão, deixaria a folia passar e só então poria a cruz de cinza na minha testa de penitente.
Um palhaço cruel é o que ele é, e pensa que é aranha. Pôs-me parideira de bocas famintas e desamparadas e se sentiu preso e presa de sua própria teia. E a prisioneira era eu, uma colombina invertida e ridícula, de fato uma odalisca do seu harém.
Um dia, cansada de crescer apenas nas profundezas, como fosse raiz, emergi do túmulo em que jazia morta-viva e busquei a superfície. Cresci em plena estiagem, na sede e na fome, lambendo o sal das lágrimas, roendo, como o cachorro ao osso liso e seco de seiva, o fel da solidão. Mas cresci. Entroncada, coxa e vesga, tal as mudas plantadas sem cuidado que por teimosia nascem, murchas, atrofiadas e sem viço, mas crescem.
Tornei-me esta espécie vegetal indecisa entre o espinheiro e a violeta que é flor da paixão impossível, irrealizável, tão à vontade nos longos cabelos de Maria Madalena. Conservei, desde o túmulo, os olhos secos, a boca gosmenta, a voz sumida e o sexo úmido com ânsias sempre adiadas.
Então, perdi-me toda em luares, querendo a lua do céu, buscando a lua no mar. Sem farol, meu barco naufragou, afoguei-me; desejei ser incinerada viva, engasguei-me, mordi a língua muitas vezes nas pragas rogadas com ressentimento. Mas, afinal, sempre segui caminhando, trôpega e incerta, sabendo que só o fazia, e devia fazê-lo, para dar rumo aos meus rebentos.
Sofri, sofri e sofri. Meu Deus, como sofri!
Por que?
O livro não responde, ao invés agrava a pergunta e a empurra goela abaixo.

“A palavra é disfarce de uma coisa mais grave, surda-muda,
foi inventada para ser calada”(*)

Dia de extremada solidão e maior recorrência ao desespero, subi no dorso de um dragão, eu, uma aventureira de poltrona, e apontei o rumo: Sodoma e Gomorra. Queria buscá-lo nas orgias, tirá-lo do braço das mulheres alugadas, suspeitando até das viragos, menos para tê-lo comigo que para satisfazer à pergunta: por que?
Volteei e volteei por sobre as cidades calcinadas e povoadas por estátuas de sal. Talvez o encontrasse, enrodilhado nalgum canto de muro a salvo da catástrofe, pois era sempre sobrevivente o meu homem. Mesmo quando queria morrer, lhe era negado esse findar.
Mas, se sobrevivente ele não tivesse sido, pelo não querendo vê-lo petrificado, retornei à poltrona e me deixei ficar, suspensa por um fio de sono, pendular entre o ser-não-sendo e o sendo-não-acontecido. Em estado de vigília, mola distendida para a ansiedade, garras afiadas para as acontecências inesperadas
Na manhãzinha recém-inaugurada, anunciando a barra do dia, arrependi-me da decisão e, talvez pelo remorso, diminui, encolhi, fiquei menos que um besouro, uma formiga talvez. Foi quando fiz nova montaria num beija-flor que, se me viu, disfarçou com o não visto e, conduzida por uma pilotagem planejada todos os dias, desloquei-me do solo.
Andei de flor em flor. Bom ofício na alegria, triste romaria na tristeza. Cada flor trai uma lembrança, eis porque é ser mutante e volúvel. Suspensa no ar, imponderável, senti vertigens. Não que sofresse mal das alturas, mas afastar-me da terra me causava pânico, a mesma sensação do recém-nascido, se percepção lhe fosse dada, quando cortam o cordão umbilical.
O pólen das flores de laranjeira me aquietou, o orvalho madrugador hidratou-me os lábios, o mel roubado das abelhas adoçou-me a boca. O vento frio despertou-me do torpor.
Era preciso mais, muito mais do que um instante, um átimo de tempo, um momento pressentidamente fugaz, para superar-me, ultrapassar o estado de agonia. Queria sentir-me viva pelo frêmito das carnes, o poder variar de emoções – do desespero mais pungente à alegria mais desvairada. Poder cortar a pele pela experiência de me ver tosada, de me limitar nos excessos, jamais como prática de auto-mutilação.
O pássaro pousou-me no chão e novamente cresci. Ainda entroncada, coxa e vesga, mas já nos achádegos das alvíssaras.

“Quem entender a linguagem entende Deus
cujo Filho é Verbo. Morre quem entender.”(*)

Concluí que é preciso morrer para renascer. A reforma não me cabe. Ainda lembro daquele vestido herdado da minha prima, mal amanhado, coisa que o corpo desalinhava e a vontade repugna. Fui até alertada da existência de Brancas de Neves e Pretas e de Carvoarias por um espelho duas vezes avoengo, que sempre me disse ser a mais bela, mesmo que não fosse. Afinal, as avós não tem língua de mel?
Por que?
Decidi então que só teria o que fosse minha serventia por natureza. Por isso, não deu certo o meu amor, uma coisa arranjada, caridosa, postiça... e eu lá precisava disso, radiante, jovem, bonita, bem fornida de corpo, olhos cheios de amanhãs, fruta sumarenta e doce, pronta para ser colhida... deixa pra lá.
A verdade é que preciso desconstruir-me, pedaço por pedaço, até desfazer-me em pó, para depois reconstruir-me, à imagem e semelhança de mim, do molde que é a minha própria individualidade. Nem mais, nem menos.
Quero afastar essa tristeza que não tem pedigree, pois a minha vontade de alegria é extensão de uma raiz que vai ao meu mil avô.
Até meu pai que não era, tornou-se mestre zabumbeiro. Minha mãe fazia bonecas de pano com uns olhinhos de retrós de cor azul que pareciam sorrir.
Ele, o perverso, também fazia gracejos que me divertiam, mas não era alegre. Espirituoso, talvez, engenhoso na arte da sedução, com certeza.
Esse velho espelho da minha bisavó, quem sabe, me devolve a menina de antes nesse corpo de mulher feita. Já se vê uns olhos com um certo brilho, distante mas caminheiro. Os lábios agora se entreabrem e até gritam pelo batom proscrito. As maçãs do rosto pedem blush. As sobrancelhas querem ser podadas para nascerem mais felizes. Toda “eu” pede mudanças.
Mas, quero renascer das cinzas, sem colar-me, nem costurar os retalhos de mim numa colcha para cobrir-me. Quero sair de mim-vegetal, borboleteando fora do casulo. Quero ser. Outra espécie, uma que recolha os sofreres mas não os colecione, deixa que cada um seja devorado por uma alegria que, como disse, é ancestral – está na epiderme e no DNA.
Quero renascer todos os dias. Refazer-me. Experimentar-me.
Quero olhar-me, um privilégio sufocado pela miopia de mim mesma, pois as grossas lentes dos meus óculos estavam focadas sempre no outro eu - ele, sempre ele, crescendo e projetando a sua sombra sobre mim, menos que um parasita benfazejo em torno dele.

“Quando nasci um anjo esbelto
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.”(*)

Alguém que não se confunde com uma alma caridosa, presenteou-me com um livro incomum, agravando-se a suspeita da desfeita porque todos sabem que não me achego aos escritos. Uma tragédia grega: Medéia. Pelo inusitado, curiosei. Folheei o dito sem jeito, nem vontade. Aqui e ali colhia um espanto, até que me vi personagem e dei novo nome ao meu homem: Creonte, que lhe cabia melhor que qualquer aviamento encomendado.
Fui entregue pelo meu pai em estado virginal e muito bem dotada, ao meu futuro marido. Saindo de um para outro patriarcado, ainda assim, crescida em viveres, como só os sofridos conseguem.
Pois fui vilã de folhetim amargoso. Uma tragédia inenarrável, que não pedi e não recebi libelo confirmador de culpa. Mesmo assim foi-me dada a autoria e só isso me importou, nem dei ouvidos à absolvição baseada no não-querer.
Alguns dias depois do meu nascimento, minha mãe saiu do mundo dos humanos e foi morar no Reino de Deus. Dizem que em decorrência do meu nascimento. E era dia de Nossa Senhora, que, certamente tinha dois propósitos. Para minha mãe, o céu. Para mim, as cercanias do inferno.
Mulher é desdobrável, eu sei. Sujeita às marés do destino. Por isso se perde pelas veredas, becos e avenidas da vida. Deixando pedaços de si como testemunhos de sua doação.
Eis porque, quando acasalei, varri e catei os cacos de cristal e do artesanato de barro e me fiz uma só para a empreitada de forjar um homem.
Pois muito bem. Fiz do menino mimado e bonito um homem-árvore. Adubei-o e me fiz sua nutriente no dia-a-dia. Afrontei-o muitas vezes, alcançando o seu machismo só para provocá-lo, forçando-o a tomar uma atitude. Fazia parte da minha estratégia para o seu aprendizado.
Pedi-lhe sala, mesa e cama. Deu-me nada, fingindo, sestroso, que me atendia. Mas aprendeu como se doava, mesmo insincero. Cavalguei-o esporeando-o, para que mantivesse a andadura. Tornou-se ginete e montaria, centauro.
Mostrei-lhe o berço vazio e orgulhei a sua descendência. Concedeu-me.
Dei-lhe a força que nunca tive para fortalecer a sua fraqueza. Dei-me. Toda. Sem reserva nem garantias. Porque sou assim imprevidente e dadivosa.
Concluído o trabalho, o meu amado quis experimentar-se em outras fontes. Tolerei. Coisa de homem, disse a mim mesmo, um tanto confusa e incrédula. Mas o amor tinha mais valia e o macho mais regalias. Ele retornaria, dizia-me, solitária, no leito abrasado, e era isso que importava. Eu era afluente, as outras eram estuários por onde corria apenas a sua semente apartada do amor vertente.
Cansei, um dia. E o escorracei como cachorro vadio e ladrão que ele de fato era. Ele ficou no nem, nem. Eu mesma comigo me desavim. Transigi. Ajoelhei-me aos seus pés para que ficasse comigo, apesar. Despojei-me do último quartel de dignidade que ainda resistia. Ele se aproveitou da minha completa rendição, quando era nada mais que ninguém, uma sombra inútil e embaraçosa, um trapo, e me despachou como bagagem.
O resto já é sabido.

“...nunca nada está morto.
O que não parece vivo, aduba.
O que parece estático, espera”.(*)


Agora, ele se foi. Definitivamente. Com o meu perdão e a minha compaixão.
Um dia voltou a pedir o meu colo, muito ferido e desmamado. Dei-lhe leite e, no início, purgativo, no corpo e na alma, para purificá-lo. Confesso, não tenho porque mentir, que o fiz com prazer, vendo-o amargar o remédio. Depois, compreendi porque o mundo é um moinho, como diz o poeta Cartola. Dá muitas voltas.
Éramos dois amigos ressentidos um com o outro, próximos e distanciados lonjuras de distância. Impossível transpor o braço de rio que nos dividia. O leito era muito profundo e nunca houve um barco com impulsão capaz de nos levar de uma à outra margem.
Tantas vezes nos olhávamos, fortuitamente, e não nos encontrávamos, nem despertávamos as lembranças de quando ou quanto tínhamos sido. Amor, amor, começa de quase tudo, termina de quase nada. Aliás, o “quase nada” está mal empregado, com todo respeito ao poeta. O quase nada no amor é um tudo para o vitimado, embora reconheça que nos embates amorosos não há vencedores, apenas vencidos.
Agora, ele se foi. Definitiva e inapelavelmente. Não há retorno. A sua passagem foi de ida, apenas. Quem sabe em outra geração, outro lugar, com a chancela de Deus não nos olharemos como se fossemos estrelas de uma mesma constelação, água do mesmo pote?
Será que fiz por ele o que deveria, ou apenas o que me coube, o que me dispus a fazer? Essa dúvida me constrange e maltrata o ser humano que há em mim em estado permanente de persistente culpa.
Não me cubro de cinzas, nem me visto de negro. Não irei à fogueira como as ranis indianas. Não estou enlutada, nem viúva. Estou sem muletas, andando sem coxear. E isso é bom? Apesar de tudo, “o” muleta era parte da minha indumentária, um amuleto que me devolvia à infância roubada, um cacoete que ainda me faz crispar involuntariamente as mãos buscando o castão da desditosa. Ai de mim!
As palavras são disfarces. Foram inventadas para serem caladas.
Morre quem entender a linguagem, esta incompreensível muleta que me apóia.
Espécie envergonhada, permaneço.
Desdobrável, eu sou.
Incorrigível.
Desconstruo-me todas as noites, estreladas ou não, enluaradas ou betuminosas.
Mas renasço todos os dias.
Reconstruída.

(*) Poemas de Adélia Prado em “Bagagem” – Ed. Nova Fronteira, 2ª Ed. 1976

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PEDRO SIMÕES – Professor de Direito. Escritor. Advogado

Querido(a)s amigo(a)s

Tive uma das mais fascinantes experiências da minha vida.
Testemunhando e escutando as confidências de uma grande amiga por alguns anos, decidi transferir-me, tanto quanto possível, para a alma dessa criatura querida, para experimentar o seu sofrimento, auscultar a grande dor que ela me transmitia.
Durante algum tempo, como que me mimetizei. Troquei de lugar, de predador (a espécie masculina) à presa (a fêmea submetida à cultura machista).
Como sofri, meu Deus! Nunca havia imaginado tanto sofrimento numa relação desigual em que o desamor faz toda a diferença.
O resultado está expresso nesse "perfil" que denominei de "O livro de Adélia", numa alusão às citações de excepcional poeta das Gerais, Adélia Prado, mas que retrata as agruras dessa amiga real convenientemente preservada, mas de carne, osso e esperança.
Um bom fim de semana e o bem querer de
Pedro
OBS - Dado o caráter intimista e o porejar da emoção, que supera o texto literário, peço que o comentem após a leitura, porque quero aferir até que ponto vocês "sentiram" como eu a angústia e o sofrimento da nossa perfilada.

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Bilhete de Bartolomeu Correia de Melo

Dom Pedro.

Seus os outros escritos que me perdoem, mas esse é o mais (demorei
para achar o adjetivo) denso e tocante. Dá pra sentir na goela o ranço
do desamor. Tem a qualidade fundamental: uma personagem redonda,
verossímil. Você construiu o melhor perfil dos que conheço. Notam-se muitas
referências das suas leituras, o que para os entendidos é uma grande
qualidade, pois mostra erudição literária. Você, como já dito, encarnou no texto a alma feminina,
e a personagem não se resume à fêmea mas à mulher integral,
até dona de um maduro feminismo,que chamo de amor-próprio inteligente. Nâo sendo assim,
ficaria uma chata, (nada pior que uma mulher burra querendo tomar consciência).
Sabe como é... mais nâo opino por não saber opinar. Mas gostei muito.
Bartola.
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QUERO O SEU OLHAR DE SOL
Lúcia Helena Pereira

Sim, quero o seu olhar de sol,
Sem a venda intrusa que a poeira cobre e ofusca.
O Seu olhar é mirante de alegrias
Alegoria festiva, convidada para os carnavais.

Vejo uma dança branca em seu olhar de mel
Requebrando-se numa esquina azul,
Onde uma íris enfeitada de doçura,
Ensaia passos ao redor do palco âmbar.

Quero o seu olhar irradiando luz,
Em terceira dimensão, com visões rosadas
De lírios se abrindo, num muro cor de primavera
Flambada de sol.

Veja a retina do seu olhar vestida de cristais
Porque tudo nele é luz, claridade,
É potencial de distância alcançada
No seu doce e puro olhar de amor.

Quero o rio brilhando em seu olhar
Apontando faróis incandescentes
A contemplar o dia e a noite,
Com uma clareza certamente pródiga.

E beijo o calor que emana do seu olhar
Nele um bafo de anjo já suspira
Anunciando o novo dia,
A nova luz de véu estelar do seu olhar.

Quero o seu olhar completamente enfeitado
Onde namoram paisagens e as flores se acasalam
Junto aos pássaros do amanhecer,
Em muita luz, brilho e um verde exuberante.

Porque o seu olhar vem da canção diurna,
Embora mudo, seu olhar canta a pulsação
Da melodia em notas magistrais,
De ré, fá, sol, lá, si...

Quero o seu olhar derramando vestigios
Espalhando a dança dos pirilampos
Num chão de folhas frescas e perfumadas,
Onde o sol desmaia seus tênues fios.

Esse seu olhar de bicho na escuridão das matas
Divisando mistérios, acendendo as clareiras,
Olhar de fogo, ardor, olhar de brisa e amanhecer
Um olhar ocre, cheio de milagres.

Quero o seu olhar abrindo as cortinas
Do grande palco da vida.
Quero-o com novo figurino, bons atores,
Quero um filtro delicado para o licor do seu olhar.

EU QUERO!

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