terça-feira, 15 de outubro de 2024
MUNDO PATOFÓBICO
Valério Mesquita*
Mesquita.valerio@gmail.com
Tenho me questionado ultimamente com o surgimento de
inúmeras epidemias funestas nos últimos vinte anos. Umas nascidas na Ásia e
outras na África, vitimando milhares de pessoas. Não vou discutir os aspectos
científicos ou caracterológicos dessas pestes que devastam ao meio dia, no
dizer do Salmo 91. O céu celebra triunfo sobre o pecado? Pode-se levar o
diagnóstico da aids e das febres (gripes) do frango, do macaco, das ovelhas,
dos porcos, da vaca-louca, para o plano religioso? O que está acontecendo com
o novo século? Apesar do avanço excepcional da medicina em todas as
especialidades no mundo inteiro, novas viroses inexplicáveis surgem para
desafiar a ciência como se ela sempre devesse permanecer desafiada? Às vezes,
penso que há algo apocalíptico nesse pretenso determinismo que desafia a
capacidade terrestre. “Eu sou o Alfa e o Omega”, diz o Senhor Deus, aquele
que é, que era e que vem, o Todo-Poderoso, fala o Apocalipse.
Estaria a tecnologia do mundo moderno destruindo o homem
através dos novos tipos de gêneros alimentícios inventados para aumentar a
cadeia de produção industrial de carnes? Isso porque a “epidemia do frango”
nasceu em países superpovoados e não em outros de menor densidade
territorial! E a inteligência artificial é benéfica ou maléfica?
Em breve, serão os peixes dos oceanos. As frutas, os cereais, as
flores, as roupas, os brinquedos, porque o terrorismo já exporta mulheres e
homens bombas que explodem shoppings e sinagogas. Volto a perguntar: por
que as pestes provêm dos bichos? Daqui à pouco, irão aparecer a febre do
veado-louco, a peste da burra-cega, a fúria da pomba-gira, e, por aí vai,
zoologicamente, na agonia aflita e singular do homem que animalizou os traços
e os gestos. Diante de tudo, imagino, que cabe um estudo sociológico,
religioso, científico e econômico, sobre a matéria que envolve toda a
humanidade. A sua trajetória, pelo menos. Febres, gripes, epidemias, pestes,
desde a Antiguidade existem, dizimando civilizações e todos com uma história,
uma raiz, uma geratriz em cada época, em cada tempo. Só que, agora, essas
doenças têm outras patogenias ou patologias. O homem envenenou o mundo
em todas as linhas de produção animal, vegetal e, principalmente, na cadeia
alimentar. Os cientistas, os pesquisadores e os historiadores com a palavra. Do
contrário, vou consultar em vão a Anvisa, o oráculo de todos os mistérios
invisíveis do país.
Outras pestilências arrasadoras estão chegando de Brasília. Ainda
sem vacina. Elas se alçam a Covid, a Influenza, a Dengue, a Zica e a
Chikungunya. É a PEC dos benefícios do alimento, do caminhoneiro, do taxista
e por aí vai. A Câmara Federal é a tenda dos milagres dessa pirataria eleitoral.
Depois de parir o famoso “orçamento secreto”, a ser pago em módicas
prestações. Ali tudo é de Babá, tudo pode, devagar, devagarinho... E no
comando, Arthur da Távola tocando a sua lira no trono da presidência.
Quarenta e hum bilhões de reais descendo pelo ralo.
Quantos na história do Congresso Nacional não “comeram bola”
para votar ou relatar processos escusos para favorecer governos ou grupos? E,
por extensão, no próprio judiciário, na administração pública em geral, além de
outros segmentos punitivos institucionais? Aí, estão os exemplos marcantes e
lamentáveis dos escândalos verificados no Banestado, no INSS, nos
Ministérios da Saúde, da Educação, no TRT de São Paulo, Valdomiro Diniz,
Sérgio Naya e um elenco imenso de predadores dos cofres públicos que a
Lavajato revelou! Tudo passou dentro de um criminoso prazo de validade.
“Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia. Tudo passa, tudo
sempre passará”. Oremos.
(*) Escritor.
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