CÂNTICOS DA NOSSA TERRA
José Ivam Pinheiro
Poema em Homenagem ao Dia da Água - 22.03.2012
EM NOME DE TODA ÁGUA
Água, essa vida líquida e imprescindível,
Quando no leito é cama aflorando amor.
Feito mineral da sede em fonte de serra,
logo que nasce é rebento do rio que for.
De povos sedentos é magia tão sonhada
Às vezes, é capital de sede de maldades.
Percentualmente, dois por cento é doce
água, bebida que desenvolvem cidades.
Nutre os animais e sustenta os vegetais
Depois do uso, tão obtusa se faz servida.
Não rio mais, só choro na lágrima do ser
Se o homem não guardar o sopro da vida.
Há incríveis recursos naturais no planeta:
Os aquíferos subterrâneos tão magníficos.
Existe riqueza de beber ou tristeza de ver
muita chuva e inundações são precipícios.
O rio é corpo d’água que no mar deságua.
Seja estuário do atlântico ou pacifico é ar.
É água evaporando ao sol - ciclo da chuva
que retorna ao chão e sacia a sede que há.
As geleiras polares são águas na natureza
de dificílimo aproveitamento pelo homem.
Amazonas, Oceanos, Nilo, Lagos e represa.
Tudo tem sua beleza – a água é seu nome.
CANTO DE AMIZADE
Francisco Martins
O escritor Diógenes da Cunha Lima, Presidente da Academia Norte Rio Grandense de Letras, celebrou 50 anos de vida profissional no ramo da advocacia. Ele recebeu muitas e justas homenagens. Também quiz presenteá-lo, e fiz para ele o CANTO DE AMIZADE, inserindo cada título dos seus livros dentro deste poema, feito em septilhas, onde a rima acontece na terceira, quarta e sétima linha de cada estrofe.
Vou lhe contar de um sonho
Que eu tive esta noite
Não sei bem o que se deu
Mas meu peito derreteu
Nele eu vi um homem-anjo
Fugindo do Paraíso
Pra servir o povo seu.
Ele trouxe uma lua,
Não uma lua qualquer
Uma lua quatro vezes sol
Cujos raios em arrebol
Tocam o homem em sua alma
No mais profundo do ser
e o levam ao farol.
Farol da sabedoria.
Das poesias e dos livros
Onde a vida que cria
Lhe pede sem agonia
Um instrumento dúctil.
Quando aqui ele chegou
Procurou a “academia”.
Este sonho enlouqueceu?
O certo não seria Cascudo,
Que ao pai prometeu,
Conhecer o filho seu?
Sim, Câmara Cascudo,
Um Brasileiro Feliz.
Prontamente o atendeu.
E aquele nosso homem
Qual um pássaro a voar
No seu Corpo Breve
Ele mesmo prescreve
O desejo de sonhar.
Sonhar com coisas altas
E não apenas semibreve.
Em suas mãos a pena
Na cabeça mil palavras
No coração o desejo
“Ser grande homem eu almejo”.
E se pôs a observar.
Cada rosto, cada frase, todo olhar
Tudo nele era cortejo.
Mas como a vida é dinâmica
O nosso anjo humano
Queria o mundo pintar
E sua curiosidade se pôs a aguçar.
- O que queres aprender?
Perguntou alguém sem querer.
“- Quero só pintar e adicionar”.
Eu sei quem pode te ajudar.
Por aqui há um pintor
Ele morar em algum lugar
Espere, deixe-me pensar
Ele é conhecido como
O Homem que pintava cavalos azuis
Onde ele está? Disse o homem a indagar.
Pegue a rua da Tendresse,
Do mais puro sentimento.
Na cidade de Natal poemas e canções
Leve suas emoções.
Lá o encontras, com certeza, assim verás
Lendo poemas versus prelúdios
Mas, cuidado, com os alçapões.
Nosso homem assim se foi
Pensando em tudo aquilo
Que ainda aprenderia
E qual não foi sua alegria
Quando as idéias que lhe moviam,
Os pássaros da memória,
Lhes trouxeram calmaria.
Eram tantas as perguntas.
Quem ousaria saber,
Tudo o que precisava dizer
Antes mesmo do anoitecer?
O livro das respostas
Seria sua aposta
Outra fonte não poderia ter.
E aquele homem amigo
Amou a cidade presépio
Como quem ama o eterno,
O colo mais puro e materno.
Por isso escreveu
Natal biografia de uma cidade
E ao povo foi fraterno.
Mas “bem sabe o pintor”
Que na memória das cores
O preto, a dor, a morte
É sempre um transporte
Que leva e traz
Solidão, solidões
Neste eterno passaporte.
E assim, nesta jornada,
Ele pode percorrer , sua existência,
Marcar suas estações
Alcançar suas posições.
Era o trem, não o seu, o dele,
“o trem da minha vida”
Em suas palpitações.
E por entre dunas e baobás,
Nosso homem assim vai
Seu desejo aumenta mais e mais
Suas mãos são castiçais,
Sua vida tem a beleza das xananas
Quem as vê
Não esquece jamais.
Esquecer? Por que?
Diz o poeta na sua filosofia
Quem pode esquecer o que ama
Principalmente quando a alma se derrama,
E mergulha nas memória das águas,
Riqueza sensorial, tesouro sem igual,
Onde todo nosso ser se inflama.
E se preciso for, independente da cor,
O poeta é capaz de numa nave
Com a avó e o disco voador
Sobrevoar natal em todo seu esplendor.
E sob um olhar azul, de alguém tão especial, o homens da letras,
Louvará o criador.
A jornada é mais que cinqüentenária.
Houve encontro com o colecionador de perguntas e o poeta
e ele que não é profeta
traz o trem das crianças,
razão da nossa esperança
orgulho deste planeta.
Eu despertei do meu sono,
E ainda vi lá no sonho
O semeador de alegria.
Que tanto enaltecia
O anjo eremita,
Portador da bondade,
Imortal da academia.
E agora José? Que farei?
Voltarei ao sono, tão belo e santo.
Isto não é nada científico,
Mas creiam, foi o magnífico
Dos sonhos da minha vida.
E para torná-lo real eu leio
Natal uma nova biografia.
Francisco Martins
O escritor Diógenes da Cunha Lima, Presidente da Academia Norte Rio Grandense de Letras, celebrou 50 anos de vida profissional no ramo da advocacia. Ele recebeu muitas e justas homenagens. Também quiz presenteá-lo, e fiz para ele o CANTO DE AMIZADE, inserindo cada título dos seus livros dentro deste poema, feito em septilhas, onde a rima acontece na terceira, quarta e sétima linha de cada estrofe.
Vou lhe contar de um sonho
Que eu tive esta noite
Não sei bem o que se deu
Mas meu peito derreteu
Nele eu vi um homem-anjo
Fugindo do Paraíso
Pra servir o povo seu.
Ele trouxe uma lua,
Não uma lua qualquer
Uma lua quatro vezes sol
Cujos raios em arrebol
Tocam o homem em sua alma
No mais profundo do ser
e o levam ao farol.
Farol da sabedoria.
Das poesias e dos livros
Onde a vida que cria
Lhe pede sem agonia
Um instrumento dúctil.
Quando aqui ele chegou
Procurou a “academia”.
Este sonho enlouqueceu?
O certo não seria Cascudo,
Que ao pai prometeu,
Conhecer o filho seu?
Sim, Câmara Cascudo,
Um Brasileiro Feliz.
Prontamente o atendeu.
E aquele nosso homem
Qual um pássaro a voar
No seu Corpo Breve
Ele mesmo prescreve
O desejo de sonhar.
Sonhar com coisas altas
E não apenas semibreve.
Em suas mãos a pena
Na cabeça mil palavras
No coração o desejo
“Ser grande homem eu almejo”.
E se pôs a observar.
Cada rosto, cada frase, todo olhar
Tudo nele era cortejo.
Mas como a vida é dinâmica
O nosso anjo humano
Queria o mundo pintar
E sua curiosidade se pôs a aguçar.
- O que queres aprender?
Perguntou alguém sem querer.
“- Quero só pintar e adicionar”.
Eu sei quem pode te ajudar.
Por aqui há um pintor
Ele morar em algum lugar
Espere, deixe-me pensar
Ele é conhecido como
O Homem que pintava cavalos azuis
Onde ele está? Disse o homem a indagar.
Pegue a rua da Tendresse,
Do mais puro sentimento.
Na cidade de Natal poemas e canções
Leve suas emoções.
Lá o encontras, com certeza, assim verás
Lendo poemas versus prelúdios
Mas, cuidado, com os alçapões.
Nosso homem assim se foi
Pensando em tudo aquilo
Que ainda aprenderia
E qual não foi sua alegria
Quando as idéias que lhe moviam,
Os pássaros da memória,
Lhes trouxeram calmaria.
Eram tantas as perguntas.
Quem ousaria saber,
Tudo o que precisava dizer
Antes mesmo do anoitecer?
O livro das respostas
Seria sua aposta
Outra fonte não poderia ter.
E aquele homem amigo
Amou a cidade presépio
Como quem ama o eterno,
O colo mais puro e materno.
Por isso escreveu
Natal biografia de uma cidade
E ao povo foi fraterno.
Mas “bem sabe o pintor”
Que na memória das cores
O preto, a dor, a morte
É sempre um transporte
Que leva e traz
Solidão, solidões
Neste eterno passaporte.
E assim, nesta jornada,
Ele pode percorrer , sua existência,
Marcar suas estações
Alcançar suas posições.
Era o trem, não o seu, o dele,
“o trem da minha vida”
Em suas palpitações.
E por entre dunas e baobás,
Nosso homem assim vai
Seu desejo aumenta mais e mais
Suas mãos são castiçais,
Sua vida tem a beleza das xananas
Quem as vê
Não esquece jamais.
Esquecer? Por que?
Diz o poeta na sua filosofia
Quem pode esquecer o que ama
Principalmente quando a alma se derrama,
E mergulha nas memória das águas,
Riqueza sensorial, tesouro sem igual,
Onde todo nosso ser se inflama.
E se preciso for, independente da cor,
O poeta é capaz de numa nave
Com a avó e o disco voador
Sobrevoar natal em todo seu esplendor.
E sob um olhar azul, de alguém tão especial, o homens da letras,
Louvará o criador.
A jornada é mais que cinqüentenária.
Houve encontro com o colecionador de perguntas e o poeta
e ele que não é profeta
traz o trem das crianças,
razão da nossa esperança
orgulho deste planeta.
Eu despertei do meu sono,
E ainda vi lá no sonho
O semeador de alegria.
Que tanto enaltecia
O anjo eremita,
Portador da bondade,
Imortal da academia.
E agora José? Que farei?
Voltarei ao sono, tão belo e santo.
Isto não é nada científico,
Mas creiam, foi o magnífico
Dos sonhos da minha vida.
E para torná-lo real eu leio
Natal uma nova biografia.
VERDE, SEMPRE TE QUERO VERDE.
(AO CEARÁ-MIRIM)
Lúcia Helena Pereira
VERDE - sempre te quero verde
Vestido de esperança e dourado de sol
VERDE - sempre te quero verde
Brilhando na chuva e espreguiçando-se ao vento
VERDE - sempre te quero verde
Iluminado e festivo
Comemorando história e preservando lembranças.
VERDE - sempre te quero verde
Exibindo casarões, praças e ruas
Patrimônios de antigas nobrezas.
VERDE - sempre te quero verde
Impetuoso, destemido e alvissareiro
Na travessia dos séculos.
VERDE - sempre te quero verde
Na memória dos teus filhos ilustres
Uns distantes, outros próximos do coração.
VERDE - sempre te quero verde
Coberto pelo aroma fresco das matas
E banhado pelos rios serenos
Onde sussurram as sinfonias do tempo.
VERDE - sempre te quero verde
Embelezando-se no Oiteiro, Guaporé,
Santa Águeda, Verde - Nasce,
Mucuripe e Solar Antunes.
VERDE - sempre te quero verde
Na Usina São Francisco, Ilha Bela,
No Cumbe e no Diamante.
VERDE - sempre te quero verde
Nas águas misteriosas e perfumadas dos olheiros
No rio Água Azul e do rio Ceará-Mirim.
VERDE da casa - grande, onde corri meus passos de criança,
E bebi água de poço refletindo a minha vida!
VERDE - sempre te quero verde
Anunciando alegrias e acordando saudades
Nas águas límpidas de tantos rios poéticos.
VERDE de memoráveis figuras
José Antunes de Oliveira e Joana Soares
Madalena Antunes e Olympio Varella
Raimundo Pereira Pacheco e Olympia Pacheco
Juvenal Antunes de Oliveira, Ezequiel e Etelvina.
VERDE de Nilo de Oliveira Pereira.
Edgar Varela e Edgar Barbosa,
De Roberto Pereira Varela e Rui Pereira Júnior,
De Adele de Oliveira e dr. Abner de Brito.
VERDE de José Augusto Meira, Clóvis, Silvio,
De Gracilde Correia de Melo, Idalina Correira Pacheco
Ceará-Mirim dos meus pais:
Abel Antunes Pereira e Áurea Pacheco Pereira.
Dos meus tios de belas lembranças e ricas histórias:
Ruy Antunes Pereira e Odete,
Vicente Ignácio Pereira e Maria,
Antonieta Pereira Varella e Luís
E Joana D´Arc Pereira do Couto.
VERDE de Augusto Vaz Neto e Lurdéca
De Herbert Washington Dantas
De Manoel Varela do Nascimento e Bernarda.
Verde de Piô e Maroca, de Quincas e Lebre,
De Chiquinha e Bililiu,
Do compadre Joaquim Gomes,
De dona Biluca e Valdinha
Verde de Franklin Jorge.
VERDE - resplendente verde,
Do Major Onofre Soares, De Dr. Percílio Alves e dona Esmeralda
De Gibson Machado, Franklin Marinho, Agnelo Alves,
Esteferson Sandis e Márcia Ferreira, estudiosos do vale.
Ceará-Mirim que tem a sua Academia de Letras,
Pelas mãos cuidadosas do seu Dom Quixote do vale,
Dr. Pedro Simões Neto - ALELUIA!!!
A cidade verde, de canavial ondulante,
De oiticicas cheirosas, manacás, umburanas,
Palmeiras imperiais, acácias de muitas cores,
E da mais bela flor-verde: o brilho canavieiro.
Ceará-Mirim linda criança,
Descoberta em 1759 e através de alvará
Denominada como Boca da Mata,
Visitada e explorada
E foi em 1882 que a Lei 837 deu-lhe foros de cidade
E ela passou a chamar-se Vila de Ceará-Mirim.
Em julho de cada ano ela faz aniversário
E se engalana
para festejar
O seu verde alvissareiro e iluminado,
Brilhando nas asas dos araraús
Passeando pelo infinito com asas de melodias
Repercutidas nas sinfonias siderais,
E no inigualável som do poético dobre dos sinos
Da Matriz de N.Sra. da Conceição
Ecoando pelo vale!
Ceará - Mirim, sempre VERDE!
É assim que eu te quero
E quem quiser se incomode com a sinhá-moça
Do Oiteiro, que exaltou sua história,
E Nilo Pereira e Edgar Barbosa terem mimoseado
A linda e verdejante paisagem,
Que Pedro Simões e eu cantamos sempre e mais,
Lamentando, do fundo de nossas almas,
Aqueles que jamais tiveram o seu Rio de Água Azul,
Ou mesmo um canavial... orquestrando suas saudade!
Ceará-Mirim - o eterno som de uma cor de luz,
De um verde sempre vivo,
Do simbolismo rural, dos engenhos que morreram,
E de outros que ressuscitam
E o dobre dos sinos da Matriz iluminada
Cantam e exultam louvores à Senhora da Conceição!
DESDÊMONA
Apontamentos revelados (suíte)
Ciro José Tavares
“Não permitam os céus que vosso amor e nossa
felicidade cessem de crescer antes que terminem nossos dias !”
William Shakespeare, in Otelo Ato II
Num disciplinado canto o rouxinol,
arauto da manhã pousado nas réstias dos primeiros raios,
parecia pedir que diáfanas cortinas fossem afastadas,
janelas abertas para despertar a luz
na nudez marfim e perfumada do teu corpo.
Presos um ao outro escutávamos
o farfalhar do vento nos salgueiros,
inebriados pelo aroma suave soprado dos jacintos.
Para renascer fugi da dor e do eclipse,
submerso numa fonte de lágrimas emergi,
envolto num ambiente de sombras vim ao sol.
A esperança que tanto tempo nos alimentou,
a mesma que nos fez astros opacos na distância,
até que Cloto na roca de prata entrelaçou,
os fios dos destinos além do esquecimento.
CINCO PUROS
Horácio Paiva - UBE/RN
EM PAZ
Deitada entre as flores, mãe,
parecias voltar
aos teus vinte anos.
PLENILÚNIO
Madrugada de plenilúnio:
canta o luar
ou o galo
CLARO/ESCURO
Desvendamos ou criamos mistérios?
Quem a vida perdoa é mais feliz?
Cada dia, a iluminação.
Cada noite, o esquecimento.
VIA LÁCTEA
O vento lá fora geme
colhendo
estrelas mortas
NATIVIDADE
Luz na estrebaria:
sobre as dores do mundo
o olhar de Maria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário