IVO VIVE A POESIA
Diogenes da Cunha Lima
A poesia é verdadeiramente traduzida quando a linguagem
atinge o grau de excelência. Ivo Barroso consagra a tese de que só
um grande poeta pode traduzir poesia. Ele traduz a nobreza
intelectual de expressão saxônica e neolatina. Rimbaud, André
Malraux, Gabriela Mistral, Montale, T. S. Eliot, Shakespeare e
Hermann Hesse, entre outros, vestem a pele de Ivo.
A Inteligência Artificial (I.A.) gera traduções por
computadores. Nunca será capaz de traduzir emoção. Ainda que
toda tradução seja sistêmica, afeita por I.A. será sempre algo
insosso. A condução humana é imprescindível. Gaston Bachelard
define: “Deve-se reconhecer que a poesia é um compromisso da
alma. Nos poemas manifestam-se forças que não passam pelos
círculos de um saber”.
O poeta Ivo Barroso é um caçador de palavras. Dispara tiros
certeiros. Acerta a palavra exata. Tem o domínio das línguas
trabalhadas, seus detalhes, do mais despercebido significado até às
sonoridades especiais. Apesar de ser um clássico, ele pertence à
vanguarda artística. E não descura das novas tecnologias, porque
sabe que “O Poeta já não escreve. Sua escrita por mais breve ele
digita”.
Estimulando vocações intelectuais, notadamente de
tradutores de Natal, Ivo Barroso aplaudiu as traduções de Luiz
Carlos Guimarães e Nelson Patriota. Convidado a participar da
Feira de Livros de Frankfurt, pedi a Nelson que traduzisse o meu
livro “Flores que Encantam o Brasil”, inspirado na beleza das
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