Outra Carta Avulsa de outono (2023)
Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes
Realmente, não é fácil a vida de um idoso, ainda mais viúvo!
Após uma noite mal dormida me levanto para fazer o café da manhã, pois no sábado Margarete está de folga. Isso me obrigou a um esforço acima das minhas tarefas cotidianas. Não que não tivesse quem o fizesse, mas o velho acorda muito cedo e pensa logo em comer.
Concluída a tarefa para a primeira refeição do dia, chegou a minha filha Thereza Raquel para alimentar os gatos e Thor, o cachorrão retirado das ruas e hoje parte integrante do meu cotidiano. Em seguida chegaram Júnior e Josi para fazerem a faxina. Comemos juntos e cada um tomou o seu rumo para as obrigações da casa.
Retorno ao quarto/atelier para pensar se tenho coragem de ir para os encontros no Sebo Vermelho – a manhã de hoje promete. Aí vem o conflito: a cabeça diz que vá, mas o corpo desobedece e este vence a batalha – não tenho ânimo para sair, mesmo que a minha outra filha, Rosa, se disponha a me acompanhar.
Olho para uma pintura, ainda inconclusa no cavalete, mas os braços estão sem força para os retoques. O que decidir então? Volto para a minha companheira diária (a rede) e pergunto? E agora?
Após um brevíssimo cochilo encontro a saída – abro a janela do primeiro andar e recebo uma briza suave, que se apresenta com a visão de nuvens claras e um sol ameno.
Vou ao computador, ao lado da janela e ponho-me a divagar. Comecei a escrever esta Carta Avulsa.
Por que avulsa? É decorrente de não se alinhar a uma motivação específica e constante como o faço nas Cartas de Cotovelo, quando lá estou. Então vamos ver o que me vem à cabeça.
Lembrei-me da triste manhã de terça-feira passada, quando tive que sepultar em meu quintal mais um companheiro de vida – o gatinho Tel, herança que a minha Thereza deixou ao partir em 2019, com mais outros felinos. Não era tão velhinho, pois mal completara dez anos, mas carregava em seu corpinho frágil um esforço maior de conduzir sua carcaça com apenas três patinhas, pois uma traseira só possuía a metade (até hoje não sei dizer o motivo), já apareceu assim! Teve uma vida boa e sadia. Ultimamente ficou magrinho e levei-o ao Veterinário que tudo fez para recuperá-lo, mas constatou que era um CA e lá se foi o meu bichinho.
Pelas 10,30h chegou o eletricista Ivaldo, contratado por Carlinho para trocar o meu chuveiro elétrico, já bastante usado e corrigir um bocal do espelho da pia do nosso antigo quarto, agora pertencendo à minha neta Gabriela.
Tudo concluído a contento. Afinal vou voltar a tomar um banho quentinho, pois a velhice não suporta temperatura fria.
Ao meio dia fomos todos para o Batatas almoçar (Teta, Victor, Lucas e Micarla) – é pertinho da nossa casa. Fiz as quentinhas de Gabi/Lucas, Júnior/Josi e Carlinhos/Carlos Neto. Uma madorna necessária após a refeição, assistir o último episódio do programa Rota de Klênio Galvão, que lamentavelmente sai do comando. Pelas 16 horas chegue a família do aniversariante do dia, meu filho Rocco José, com Daniela, Clara/namorado, Guilherme e do cãozinho Dom.
Com o restante da família comemoramos o evento e tudo correu bem até o momento em que retorno ao meu exílio para ver se recupero o sono e tenho um domingo mais disposto.
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