sábado, 5 de maio de 2012

PARA UMA GESTÃO PÚBLICA SUSTENTÁVEL


Carlos Roberto de Miranda Gomes, advogado e escritor

Os últimos anos da minha vida têm sido dedicados à persistência de trabalhar em prol de uma gestão pública responsável.

Por conta disso, mesmo aposentado do serviço público e com a saúde comprometida, aceitei convites para proferir palestras em cursos de especialização, ou em seminários e outros conclaves de curtíssima duração, na esperança de deixar uma semente para o desenvolvimento de tema tão palpitante, quanto necessário para os destinos da Administração Pública.

Infelizmente, o comprometimento da minha saúde não tem mais permitido deslocamentos para tais encargos, razão pela qual venho utilizando os meios de comunicação de massa para mandar os meus recados, fazendo advertências, apontando perigos e possíveis soluções, pois também sou um interessado direto nas soluções, no exercício da cidadania e na defesa do futuro dos meus netos.

No caso presente, se nos apresenta a oportunidade de ofertar sugestões aos agentes políticos do Estado e da cidade do Natal, no sentido de que seja levantado um diagnósticos da realidade crítica dos serviços públicos básicos, reclamados pela população para, com o resultado obtido, ser possível construir um plano sustentável de gestão pública para o restante dos mandatos.

Os efeitos do serviço público estão sendo sentidos de forma negativa, mais proximamente no tocante à saúde, à segurança e à educação, como vemos nos registros feitos diariamente pela imprensa local e, já agora, nacional.

No campo da saúde o clamor chega ao extremo, quando se possui estatística de mortandade de quase sete pessoas diariamente apenas no Hospital Walfredo Gurgel. A par disso, são permanentes os movimentos grevistas dos agentes da saúde pela falta absoluta de atenção dos governantes, fazendo faltar leitos, médicos, medicamentos, enfim,condições condignas de trabalho.

Noticia-se o fechamento do Hospital Infantil Varela Santiago, que apesar de praticar medicina da melhor referência, não pode conviver com a falta de recursos.

Para atestar o sucateamento, tem sido mostrado na imprensa o quadro de abandono dos hospitais que,sequer, têm o lixo recolhido.

As eventuais demissões de Secretários de várias Pastas ofertam o retrato da insatisfação e da desatenção para com o serviço público – eles não fazem milagre.

As escolas continuam com deficiência de professores, a merenda é entregue estragada e os professores repetidamente entram em greve, sem nenhuma solução a curto prazo, causando prejuízos irrecuperáveis para os jovens estudantes.

No campo da segurança pública a coisa não é diferente, pois faltam recursos humanos, financeiros e o material disponível é reduzido e desatualizado.

O que não falta, na realidade, é a promoção dos governantes na mídia, gastando o dinheiro que serviria para amenizar um pouco as deficiências e a permanente discussão de ordem política visando os próximos pleitos.

Assim não dá para suportar. Tem de haver alguma providência, uma intervenção para dotar o Estado e os Municípios de uma infraestrutura mínima para levar adiante um plano de governo sustentável, a curto prazo, desistindo de gastos inoportunos com eventos secundários, até porque se configura uma das maiores secas da nossa história e o povo tem que sobreviver.

Basta de descaso, vamos fazer um mutirão, tendo a ética por bandeira, ou estaremos no limiar da bancarrota!

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