Dramaturgia sem Ítalo
O ator Ítalo Rossi morreu anteontem, no Rio de Janeiro. Ele tinha 80 anos e estava internado no hospital Copa D’Or. Em janeiro, o ator havia completado 80 anos de idade, com o lançamento da biografia Ítalo Rossi: Isso é tudo. Na ocasião, também comemorou 60 anos de carreira.
O ator nasceu em Botucatu, no interior de São Paulo, e foi integrante do Teatro Brasileiro de Comédia. Ítalo fez carreira no teatro, tendo sido um dos fundadores do Teatro dos Sete. Também atuou na televisão e no cinema. Sua última participação na TV foi no programa humorístico Toma lá, dá cá, da Globo, em que vivia o personagem Seu Ladir, em 2008. No mesmo ano, foi lançado o filme Sexo com amor?, em que interpretou um padre. O enterro ocorreu ontem à tarde no Cemitério do Caju, zona norte do Rio de Janeiro.
Rossi morreu de insuficiência respiratória. Ele fumara por boa parte de seus 80 anos, mas tinha largado o cigarro havia vários meses, segundo Humberto Rossi, seu sobrinho. A morte pegou de surpresa mesmo os mais chegados. O ator foi internado na segunda-feira, com dificuldade para respirar. “Ele tinha problemas respiratórios há muito tempo, mas tinha parado de fumar, depois de várias tentativas. Era vibrante e a cabeça estava excelente”, disse o sobrinho.
Carreira
Ítalo Balbo Di Fratti Coppola Rossi nasceu em Botucatu, interior paulista, no dia 19 de janeiro de 1931. Iniciou a carreira no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). Já no primeiro espetáculo, sob a direção de Maurice Vaneau, em A Casa de Chá do Luar de Agosto (1956), recebeu o prêmio revelação de ator da Associação Brasileira de Críticos Teatrais, ABCT.
Em 1959 fundou, ao lado de Fernanda Montenegro, Sergio Britto e Fernando Torres, o Teatro dos Sete, em que atuou com exclusividade durante seis anos, até o encerramento da companhia. No teatro, participou do elenco de mais de 400 montagens. Com 55 anos de carreira, o ator atuou em diversas novelas pela TV Globo, como Escrava Isaura, Senhora do Destino e Belíssima, e era considerado um dos mais importantes atores do País.
Planos
Como diretor, Rossi tinha duas peças planejadas. A atriz Ester Jablonski contou que para ontem estava planejada a primeira reunião do próximo espetáculo: uma peça escrita por Marcelo Rubens Paiva que Rossi dirigiria, tendo Ester como assistente e também como atriz, que se baseia em relatos recebidos pelo Disque-Denúncia e se chama C’est la Vie. “Vamos fazer sem Ítalo. Ele estará presente do jeito dele.” Já Camila Amado, amiga desde os anos 50, revelou outro projeto. “Queríamos levar as crônicas de Danuza Leão para o teatro.”
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Fonte: TRIBUNA POP
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